ALMG celebra os 85 anos do Mercado Central de Belo Horizonte
O presidente da instituição recebeu placa comemorativa em solenidade na noite desta segunda-feira (1º), no Plenário.
01/09/2014 - 22:00Em Reunião Especial de Plenário realizada na noite desta segunda-feira (1º/9/14), a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) homenageou os 85 anos do Mercado Central de Belo Horizonte. O presidente da instituição, José Agostinho Oliveira, recebeu uma placa comemorativa durante a cerimônia. A solenidade ocorreu a pedido do deputado Paulo Lamac (PT).
De acordo com o parlamentar, o Mercado Central, com suas 432 lojas, é "o lugar onde os mineiros se encontram". Segundo ele, o estabelecimento é um espaço representativo da cultura e das tradições do Estado. “Somos muito honrados por tudo o que o mercado significa para a vida dos belo-horizontinos e também de todos os visitantes”, afirmou. Para ele, mais do que um local de compras, o mercado é um dos mais conhecidos pontos turísticos da Capital. “Não há quem não se encante com seus corredores cheios de cores e sabores”, ressaltou.
José Agostinho Oliveira agradeceu a homenagem e disse estar vivenciando “uma noite muito especial”. Em sua opinião, o estabelecimento completa 85 anos com a força, o vigor e a saúde de um jovem. “O mercado é o principal ponto de compras e de encontros de nossa cidade”, acredita o presidente do mercado.
Segundo o vice-prefeito de Belo Horizonte, Délio Malheiros, a instituição se confunde com a vida da Capital. “Temos orgulho de preservar o estabelecimento em sua forma física e o seu funcionamento ao longo dos anos”, afirmou. Na visão do deputado federal Gabriel Guimarães (PT-MG), “a história do mercado é construída na superação” e na qualidade do trabalho em conjunto. “Todas as dificuldades passadas nesses 85 anos foram sempre superadas. O mercado merece todo nosso reconhecimento”, pontuou.
Mercado reúne produtos de todas as regiões do Estado
O deputado Ivair Nogueira (PMDB) representou o presidente da ALMG, deputado Dinis Pinheiro (PP), na cerimônia. Ele disse que o mercado, além de ser um estabelecimento comercial onde se adquirem produtos de todas as regiões do Estado, como queijos, doces, cachaças, móveis e artesanato, é também um centro de serviços que abriga bares, restaurantes e salões de beleza. “Lá reúnem-se pessoas de todos os tipos: jovens e moços, pobres e ricos, vindos não só dos quatro cantos de Minas, mas também de todos os pontos do planeta”, afirmou.
Segundo o deputado, o mercado tem uma história de sucesso empresarial. “Ele é uma vitória do empreendedorismo e da industriosidade dos cooperados. O excelente desempenho das vendas é prova disso, bem como a imensa valorização do espaço comercial”, frisou. Ele ressaltou, ainda, o sucesso que o Mercado Central fez durante a Copa do Mundo. “O estabelecimento cativou os estrangeiros que aqui estiveram durante o evento, especialmente em razão da hospitalidade e da gentileza de seus funcionários, vendedores e frequentadores”, afirmou.
Também esteve presente na mesa da solenidade o diretor da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), Jonísio Lustosa Nogueira.
Estabelecimento é um dos pontos turísticos mais conhecidos da Capital
Inaugurado em 7 de setembro de 1929 como Mercado Municipal, o atual Mercado Central, hoje um dos pontos turísticos mais conhecidos de Belo Horizonte, tinha a função de abastecer a Capital e seus 47 mil habitantes. A proposta era a de reunir num só espaço os feirantes antes divididos entre a Praça da Estação e a feira que funcionava no local onde hoje se situa a rodoviária. Para isso, a prefeitura escolheu um terreno de 14.000 m², próximo à Praça Raul Soares, que antes abrigava o campo do América Futebol Clube. A princípio, o mercado funcionava a céu aberto, com barracas de madeira e tabuleiros. O principal ramo de atividade era o comércio nos armazéns e hortifrutigranjeiros.
Nos anos 1960, a prefeitura decidiu vender o terreno, alegando não ter mais condições de administrar o mercado. Para que não perdessem seus negócios, os comerciantes decidiram fundar uma associação, e, no leilão realizado em janeiro de 1964, a entidade adquiriu o Mercado Municipal, que passou a se chamar Mercado Central Abastecimento e Serviços, constituindo uma empresa privada, controlada pelos comerciantes.
Entretanto, para manter o mercado funcionando, a prefeitura exigiu a construção de um galpão coberto, com prazo de cinco anos para a conclusão das obras. Caso contrário, a associação teria que devolver o terreno para o município. Foi então que os irmãos Osvaldo, Vicente e Milton de Araújo, fundadores do Banco Mercantil do Brasil, decidiram financiar o projeto, confiando no valor do mercado para a cidade e na amizade com seu administrador, Olímpio Marteleto. Foram contratadas quatro construtoras, ficando cada uma responsável por uma lateral para que o galpão pudesse ser fechado no prazo estabelecido.
Mesmo com as obras em andamento, o mercado manteve-se funcionando. Aos poucos, as barracas de madeira foram sendo substituídas por lojas de alvenaria. Na década de 1970, foi construído o estacionamento, com o qual foi possível gerar renda para custeio das obras e reformas. Naquele momento, 80% das lojas do mercado se destinavam ao comércio de hortifrutigranjeiros, ao atacado e aos armazéns.
Nessa mesma época surgiram as grandes redes de supermercados e a Central de Abastecimento do Estado (Ceasa), o que provocou o deslocamento do comércio atacadista da região central. O Mercado Central precisou se adequar aos novos tempos e reformular o mix de lojas. Os comerciantes, então, ampliaram suas atividades, migrando para a comercialização de variados produtos alimentícios, artesanato, comidas típicas, bebidas, temperos, utilidades domésticas, entre outros.
O Mercado Central hoje é reconhecido como centro de comércio, cultura e gastronomia da Capital. Esteve presente no roteiro turístico da Fifa na última Copa das Confederações e na Copa do Mundo 2014. Com uma média de público diária acima de 30 mil pessoas, chegando a 68 mil aos sábados, o Mercado Central representa atualmente o maior ponto comercial e turístico da Capital mineira, funcionando de segunda-feira a sábado, das 7 às 18 horas, e aos domingos e feriados, das 7 às 13 horas.