A escola funciona provisoriamente em um local considerado inadequado: alunos reclamam das salas escuras, quentes e separadas por divisórias
A reforma final das instalações originais da escola (foto) teria sido cancelada, conforme informou a diretora da instituição

Comissão verifica condições inadequadas de escola

Pandiá Calógeras funciona em prédio provisório há mais de um ano e reforma nas instalações anteriores foi cancelada.

13/03/2014 - 12:30 - Atualizado em 13/03/2014 - 14:00

Em visita à Escola Estadual Pandiá Calógeras na manhã desta quinta-feira (13/3/14), a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) detectou problemas na infraestrutura do prédio em que a instituição tem funcionado provisoriamente desde novembro de 2012.

Nesse período, as instalações originais da escola passaram por uma reforma estrutural e em 2014 deveria ser realizada a reforma final, orçada em R$ 4,8 milhões. Essa obra contemplaria, por exemplo, as instalações hidráulicas e elétricas, a manutenção dos telhados e a renovação do piso, mas teria sido cancelada, segundo a diretora da instituição, Marta Eliana Campos.

A Escola Pandiá Calógeras tem funcionado provisoriamente em um local considerado inadequado, na região centro-sul de Belo Horizonte. As principais reclamações referem-se às salas escuras, muito quentes e separadas por divisórias que não promovem nenhum tipo de isolamento acústico – alunos de uma sala escutam as aulas da sala vizinha. A aluna Danielle Regina de Araújo, do 9º ano, conta ainda que não existe espaço para educação física e, no horário destinado à atividade, os estudantes permanecem em sala jogando damas.

Mães de alunos salientam que só existe uma saída na escola e que as escadas são apertadas, o que aumenta o risco de acidentes. Segundo a presidente da Associação de Pais e Alunos, Débora Guimarães de Pádua, alguns estudantes já chegaram a desmaiar nos corredores, devido ao calor do local sem ventilação.

Além disso, o pátio para recreio é pequeno e não comporta todos os 1.400 alunos, divididos em dois turnos. De acordo com a diretora Marta Eliana Campos, muitos estudantes acabam, por essa razão, permanecendo em sala durante o recreio, o que aumentou, por exemplo, o número de carteiras quebradas.

O deputado Duarte Bechir (PSD) recebeu com surpresa as informações e disse que a comissão não foi informada sobre o cancelamento da obra. O parlamentar ressaltou a qualidade do ensino na instituição e disse que não se pode permitir perdas nesse sentido. Ele afirmou que a comissão entrará em contato com as Secretarias de Estado de Educação e de Obras Públicas para saber o que aconteceu e buscar uma solução. “Manteremos a direção da escola e a Associação de Pais informadas sobre tudo”, disse.

A presença da comissão deu esperanças aos alunos, que ecoaram gritos de guerra pedindo o retorno ao prédio original da escola.

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