ALMG inaugura Memorial nesta quinta-feira (28)

Novo espaço, aberto à visitação pública, vai contar a história do Poder Legislativo estadual.

13/11/2013 - 18:26 - Atualizado em 22/11/2013 - 14:50

Preservar a memória do Parlamento mineiro e, paralelamente, estabelecer uma conexão entre o passado e o presente para o fortalecimento da democracia. Segundo o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Dinis Pinheiro (PP), esse é o principal objetivo do Memorial da Assembleia de Minas, que será inaugurado, nesta quinta-feira (28/11/13).

A programação, que começará às 19h30, com uma Reunião Especial de Plenário, vai reunir, além dos parlamentares da atual legislatura, ex-deputados estaduais, servidores da ativa e aposentados, outras autoridades e especialistas, todos personagens que ajudaram – e em alguns casos ainda são protagonistas – a construir a história do Legislativo estadual, cujas origens remontam ao Brasil Imperial.

Ainda no Plenário, além dos pronunciamentos de autoridades e convidados, como o ex-presidente da Assembleia, José Santana, do atual presidente e do governador Antonio Anastasia, haverá apresentações artísticas, como a de Fafá de Belém, cantora que foi “musa” da campanha “Diretas Já”, no início dos anos 1980. Mais uma vez, como fazia na época em que os brasileiros se mobilizaram pela redemocratização em grandes comícios pelo País, ela cantará o Hino Nacional. Fafá de Belém também cantará a música “Coração de Estudante”, eternizada na voz de Milton Nascimento.

Homenagem – A solenidade também inclui homenagens a personalidades e convidados que são parte da história do Parlamento mineiro, como o ex-presidente, ex-governador e ex-deputado estadual Tancredo Neves, representado por seu neto, o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Na sequência, haverá uma apresentação da Orquestra Jovem de Contagem. Após o descerramento da placa de inauguração do Memorial da Assembleia Legislativa, no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, acontecerão as primeiras visitas guiadas ao mais novo espaço cultural de Minas Gerais.

O Memorial da Assembleia Legislativa é, muito mais do que um espaço de preservação da memória política mineira, uma nova trincheira em defesa da democracia, conforme ressalta Dinis Pinheiro.

“Preservar a memória é dever de todas as instituições. No caso das públicas, essa obrigação é ainda maior, pois, como são mantidas com recursos da sociedade, essas entidades precisam tornar transparentes todas as informações sobre sua atividade, inclusive sua história. Mas não nos inspirou, na construção do Memorial, a ideia de criar um centro meramente informativo, mas, sim, a de edificar uma instituição capaz de promover, pelo estímulo ao debate, a formação política dos cidadãos, de modo especial dos mais jovens”, afirma.

“Queremos que o visitante de nosso Memorial saia daqui instigado a pensar na trajetória do Legislativo como parte de sua própria vida, de sua cidadania, e seja motivado a reagir politicamente, a participar e a ajudar a construir os próximos capítulos da história”, continua o presidente da ALMG.

O deputado Dinis Pinheiro lembra ainda que a instalação do Memorial é resultado de uma decisão do conjunto dos parlamentares estaduais mineiros, sancionada pela Mesa Diretora, e da dedicação e competência dos seus servidores, que nos últimos dois anos vêm trabalhando na sua implantação.

Mostra inaugural faz ponte entre passado e presente do Legislativo estadual

O Memorial da Assembleia de Minas localiza-se no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, em um espaço nobre no Palácio da Inconfidência (Rua Rodrigues Caldas, 30 - bairro Santo Agostinho), edificação da segunda metade do século XX e de reconhecido valor histórico. Tombado pelo Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte, o edifício é considerado uma manifestação singular do modernismo tardio e reconhecido também por alguns de seus bens móveis e integrados, dentre os quais destacam-se um painel de Yara Tupynambá, restaurado recentemente, e uma escultura de Amílcar de Castro.

O Memorial será ocupado inicialmente por uma exposição de longa duração, com o objetivo de contribuir para a formação da consciência histórica e para o fortalecimento da confiança do cidadão nas instituições democráticas. A mostra possibilita o conhecimento do Parlamento mineiro, desde seus primórdios até os dias de hoje, enfatizando não só a produção legislativa, como a criação de novos canais de participação popular, detendo-se em momentos relevantes da mobilização política da sociedade mineira.

São quatro módulos que representam eixos temáticos: Legislativo mineiro na história; Assembleia de Minas e a sociedade civil; atuação parlamentar; e parlamentares mineiros. O primeiro módulo é dedicado a uma visão temporal do Legislativo, buscando suas origens nas câmaras coloniais e seguindo depois pelo Primeiro Império e o Período Regencial - quando se iniciou, de fato, uma experiência legislativa em toda Minas Gerais, com a criação da Assembleia Provincial. Mostra ainda como, nos primórdios da República, o Congresso Mineiro, bicameral, era composto pelo Senado Estadual e pela Câmara Legislativa.

Essa parte da exposição transmite outras informações importantes, lembrando, por exemplo, que, após a Revolução de 1930, o Parlamento mineiro funcionou apenas entre 1935 e 1937, sendo reaberto em 1947. Sua autonomia, restringida com o golpe militar de 1964, só foi retomada com a redemocratização.

No segundo módulo, destaca-se o diálogo do Parlamento estadual com a sociedade civil e os movimentos sociais, desde a luta pela anistia, nos anos 1970, e passando pela formulação da Constituição Estadual de 1989, quando sugestões populares foram parcialmente integradas ao projeto final. Nesse ponto a exposição faz uma ligação com a discussão de políticas públicas na Assembleia, que têm contado cada vez mais com a colaboração dos cidadãos, seja por meio de audiências públicas ou de outros eventos institucionais.

Representação popular - O terceiro módulo retrata como a Assembleia realiza seu trabalho a partir de sua função de representação popular. Também cabe a ela elaborar as leis que auxiliam na organização da vida das pessoas, fiscalizar o Poder Executivo e os diversos órgãos estaduais, além de mediar conflitos entre a sociedade e o Estado. Nesse sentido, nos últimos anos, o Parlamento mineiro vem ampliando os canais de interlocução com a sociedade para formular e avaliar políticas públicas. Por fim, o quarto módulo identifica didaticamente cada um dos parlamentares mineiros durante o período republicano.

Haverá ainda exposições temporárias, realizadas em conjunto com outros espaços do Palácio da Inconfidência, com o objetivo de mostrar que o conceito do Memorial não está restrito ao espaço da exposição de longa duração. A primeira exposição temporária já vai ser realizada em conjunto com a inauguração do Memorial, no hall administrativo (entrada principal do Palácio da Inconfidência), onde serão expostos o mobiliário tombado da Assembleia. Também já estão sendo programadas exposições temporárias para o próximo ano.

Espaço vai preservar a história do Legislativo

O Memorial da Assembleia de Minas nasceu da necessidade de se preservar a história de uma instituição com mais de 200 anos de história e assim compreender como determinadas ações e agentes, no contexto do desenvolvimento político de Minas Gerais, levaram ao amadurecimento de um organismo essencial à democracia. Semelhantes na forma, os memoriais se diferem dos museus por sua vocação especializada para a conservação e a propagação de dados, documentos e imagens relativos à vida de uma instituição, no caso a ALMG.

Dedicado portanto à preservação da memória institucional da Assembleia de Minas, reúne acervo para a consulta de todos os interessados, retratando não só as atividades da organização, como sua inserção no tempo e no espaço que ocupa na sociedade. O Memorial da Assembleia de Minas integra um conjunto de ações de resgate e disseminação da memória do Parlamento mineiro, adotadas em consonância com a diretriz estabelecida por seu Direcionamento Estratégico.

Na prática, a visita ao Memorial conta com um roteiro definido em que o visitante vai apreendendo e interagindo com os temas propostos, por meio de vídeos, objetos expostos, fotos, equipamentos multimídia, música, entre outros recursos. Um dos destaques é a possibilidade de que o visitante tire uma foto de sua visita ao Memorial. Essa foto será encaminhada para o e-mail do visitante e irá compor um painel projetado em tempo real com uma montagem das fotos tiradas pelas pessoas, todas compondo a marca da Assembleia.

E o Memorial também estará presente na internet, por meio de uma página no Portal da Assembleia, que entrará no ar também no próximo dia 28. Além de informações sobre o funcionamento do Memorial, ela oferecerá a consulta aos acervos fotográfico e documental do Parlamento mineiro, às obras de arte e ao acervo da Coleção Memória.

Outro destaque é a possibilidade de consulta à documentação da Assembleia Provincial, por meio de convênio firmado com o Arquivo Público Mineiro, o que possibilitou a digitalização desses documentos. Também estará disponível a consulta a documentos e notícias de jornais sobre a Assembleia Constituinte, instalada em 1988.

Serviço - O Memorial da Assembleia de Minas funcionará aberto ao público de terça a sexta-feira, das 9 às 18 horas; e aos sábados, domingos e feriados, das 10 às 16 horas. As visitas de grupos de estudantes vão fazer parte das visitas orientadas que já são oferecidas pela Escola do Legislativo.

Outro tipo de visita oferecida será o Circuito Memória da Assembleia. O Memorial vai promover, nos fins de semana e feriados, visitas guiadas a outros espaços do Palácio da Inconfidência que têm relação com a história da Assembleia. Essas visitas acontecerão no sábado, às 14 horas; e nos domingos e feriados, às 10 horas; sem a necessidade de agendamento prévio.