Participaram do encontro os deputados Paulo Lamac e Ivair Nogueira e a deputada Maria Tereza Lara
O subsecretário Luiz Antônio Vasconcelos ressaltou a importância do Aeroporto de Confins
Luiz Antônio Vasconcelos, Ivair Nogueira, Paulo Lamac, Adrian Machado Batista e Maria da Consolação Campos Galvão
Segundo Ramon Victor César, se nada for feito, haverá 12,1% de aumento no congestionamento de veículos em BH

Futuro econômico da RMBH passa por Confins

Apresentação de planos de mobilidade para a Região Metropolitana de Belo Horizonte dominou encontro em Betim.

20/06/2013 - 18:53

Competir com São Paulo e Rio de Janeiro e fazer de Belo Horizonte uma nova porta de entrada para o mundo, com centros distribuídos por toda a região metropolitana: Centro Aeroespacial, em Lagoa Santa; de Logística e Moda, em Confins; de Ciências da Vida, em Santa Luzia e Vespasiano; entre outros. O subsecretário de Estado de Investimentos Estratégicos, Luiz Antônio Athayde Vasconcelos, trouxe um novo olhar para os debates da segunda parte do Encontro da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) em Betim, na tarde desta quinta-feira (21/6/13). A reunião integra o Fórum Técnico Mobilidade Urbana - Construindo Cidades Inteligentes.

Essa visão foi um dos destaques do painel “Planos de desenvolvimento e de mobilidade urbana para a Região Metropolitana de Belo Horizonte”, conduzido pelo deputado Paulo Lamac (PT) e pela deputada Maria Tereza Lara (PT), com participação do deputado Ivair Nogueira (PMDB). O encontro em Betim termina nesta sexta-feira (21), quando grupos de trabalho se reúnem para discutir propostas de políticas públicas que serão levadas à etapa final do fórum técnico, no segundo semestre, na ALMG.

No contexto desenhado por Vasconcelos, o Aeroporto de Confins é o principal equipamento da RMBH para dar dinâmica econômica ao Estado, e é preciso estar preparado para o que vai ser o terminal.  “Em 1995, tínhamos no Brasil  95 mil contas de internet. Hoje são 200 milhões de contas. De forma análoga, os aeroportos serão as rotas físicas da internet. Estamos em um processo econômico célere. E os territórios que não se prepararem para a nova economia, com melhor estrutura de mobilidade, sairão de cena”, afirmou o subsecretário.

Ele disse que, entre 2010 e 2030, o tráfego de passageiros no mundo aumentará de 4,9 bilhões para cerca de 13 bilhões de passageiros (46 milhões por dia). “O século 21 será uma economia ancorada no uso da conectividade massiva e na aviação. São as aerotrópolis (cidade-aeroporto), cidades plugadas no mundo da economia e do conhecimento”, destacou. De acordo com Vasconcelos, a RMBH pode ter cidades como essas, tendo em vista que foi classificada como a primeira entre todas as regiões metropolitanas em renda e crescimento de emprego, no período de 2010 a 2011.

O diretor de Planejamento Metropolitano, Articulação e Intersetorialidade da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Adrian Machado Batista, privilegiou a apresentação do Plano Metropolitano de Mobilidade (PlanMob), baseado na pesquisa de origem e destino realizada na RMBH, em mais de 40 mil domicílios. Ao mesmo tempo, foi produzida uma pesquisa de cargas, a fim de coletar dados que caracterizem a lógica do fluxo de cargas na RMBH. O levantamento foi feito nos 34 municípios, considerando os modais rodoviário, ferroviário e aéreo, e levando em conta indústria, comércio e serviços. “Essa pesquisa de cargas pretende simular a realidade do sistema viário, e vai servir de insumo para os municípios elaborarem seus próprios planos de mobilidade.

Batista chamou a atenção para o projeto Transporte sobre Trilhos na RMBH (Trem), que consiste na reativação dos antigos trens de subúrbio. A ação permitirá, segundo o diretor, o atendimento direto a 30 municípios da RMBH e entorno, em uma extensão total de 505 quilômetros. Ele destacou também o Ferroanel da RMBH, cujo convênio foi firmado com a MRS para estudo de traçado e viabilidade técnica, econômica e ambiental, em um prazo de 12 meses.

Os planos de desenvolvimento de mobilidade urbana para a RMBH foram apresentados pela assessora técnica da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, Maria da Consolação Campos Galvão. Um dos principais planos diz respeito à criação de três terminais metropolitanos, o que deve reduzir o tempo gasto até o centro em até 30 minutos. Também serão adquiridos 150 ônibus novos, em um investimetno de R$ 200 milhões. Para a construção dos terminais serão gastos R$ 187 milhões.

Maria da Consolação também citou o projeto Caminhos de Minas, com ampliação e melhorias em 30 trechos rodoviários da RMBH, incluindo o colar metropolitano. O ProMunicípio, voltado para todos os municípios com até 100 mil habitantes, proporcionará calçamento, asfaltamento, estradas vicinais e pontes, totalizando R$ 2,1 bilhões em investimentos. Outro projeto é o Anel de Contorno Norte da RMBH, que pretende reduzir o tempo de distância de Betim a Ravena em 40 minutos, tirando o fluxo de carga de Betim, Contagem e Belo Horizonte, desafogando o Anel Rodoviário.

Congestionamentos crescerão até 2020

“Fazendo uma projeção, qualquer que seja o cenário, o congestionamento de veículos crescerá em 2020 em relação à situação atual, na Capital mineira”, ressaltou o diretor-presidente da BHTrans, Ramon Victor César. Em sua avaliação, se nada for feito, haverá 12,1% de aumento. “Com as restrições de investimento no período pós-Copa do Mundo, o aumento será de 7,3%. Já em 2020, se for viabilizada toda a carteira de projetos, como o BRT, por exemplo, o aumento será de 4%”, afirmou. Em outras palavras, ao longo dos próximos anos, a tendência é de que os congestionamentos permaneçam, mas de forma controlada, desde que haja os investimentos previstos.

A BHTrans trabalha com três cenários: 2008 (a rede atual), 2014 (a rede atual mais a rede Copa 2014, sujeita a restrição de investimentos) e 2020 (a rede atual somada ao investimento pleno). O dirigente da BHTrans apresentou o Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (PlanMob BH), pronto desde 2010. De acordo com Ramon, o PlanMob BH prevê que uma rede estruturante de transporte, composta por linhas de metrô e corredores de BRT, esteja implantada e operando, até 2020, nos principais eixos viários, alimentada pelo sistema de ônibus convencionais. Um dos objetivos do plano é tornar a mobilidade urbana um fator positivo para o ambiente de negócios da cidade.

Anel Rodoviário - O coordenador-geral do Consórcio CGP-Ceprol-Afirma, para a execução do projeto de engenharia do Anel Rodoviário, Eduardo Caetano Birri Moreira, apresentou dados referentes ao projeto. De acordo com Moreira, o contrato foi assinado em junho de 2012 e a licitação ocorreu em novembro. O prazo de execução é de 450 dias. Um dos trechos das obras compreende 3,4 km, da BR-262, nas proximidades de Sabará, até o entroncamento da BR-381. A segunda parte cobre 11,7 km, da Avenida Cristiano Machado até a saída da Ceasa, na BR-040. O terceiro e último trecho, na BR-040, com aproximadamente 12 km, vai até a saída para o Rio de Janeiro. O representante do consórcio lembrou que, no início das obras do Anel em 1957, era previsto o tráfego de apenas 1.500 veículos por dia.

Consulta pública - De forma a ampliar a participação do cidadão no fórum técnico, a ALMG também colocou à disposição da população uma consulta pública via internet, que estará aberta até o dia 30 de junho e tem o objetivo de recolher contribuições sobre todos os temas a serem debatidos. Cada tema possui um texto informativo e uma pergunta-chave para nortear a participação.