Sistema integrado de mobilidade é proposto no Vale do Aço
No encontro em Timóteo, na tarde desta segunda (17), foram apresentadas propostas resultantes de conferência na região.
17/06/2013 - 16:55Implantar um sistema de mobilidade que garanta acesso facilitado aos usuários na Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA), criar um plano viário metropolitano e implementar passe livre para o idoso. Essas foram algumas das propostas resultantes da Conferência Coletiva das Cidades do Vale do Aço que foram apresentadas pelo secretário municipal de Governo de Santana do Paraíso e representante da conferência, Fabrício de Assis Ferreira, nesta segunda-feira (17/6/13) à tarde, em Timóteo.
A informação foi divulgada no painel Planos de Desenvolvimento e de Mobilidade Urbana para a região, que faz parte do Encontro da RMVA. Realizada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), a reunião, que contou com a presença dos deputados Celinho do Sinttrocel (PCdoB) e Paulo Lamac (PT), aconteceu na Associação das Empresas Industriais do município. O encontro, que integra o Fórum Técnico Mobilidade Urbana - Construindo Cidades Inteligentes, continua nesta terça (18).
As outras questões levantadas e expostas pelo representante da conferência foram criar ciclovias, melhorar a sinalização, desenvolver metodologia de tarifação de transporte coletivo, duplicar a BR-381, integrar a RMVA e colar metropolitano através da pavimentação das rodovias estaduais às federais, e ampliar repasses de recursos para o sistema viário. Ferreira destacou que a conferência reuniu 11 cidades, neste mês, e discutiu questões pertinentes à mobilidade, que subsidiarão a conferência estadual e nacional.
O diretor de Estudos e Monitoramento do Sistema Intermunicipal da Superintendência de Transportes Intermunicipais da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) Eriênio Jaderson de Souza, destacou que pesquisa realizada apontou que o usuário do transporte público deseja conforto, segurança e preço justo. Ele ressaltou que 53% dos passageiros não têm nenhuma renda ou ela é igual ou inferior a um salário mínimo. “Sobre a tarifa, a maior parte dos passageiros avaliou, nessa pesquisa, como alta”, disse. E acrescentou: “É muito difícil fazer a gestão do transporte em Minas, que é o Estado com maior número de municípios, e que tem, muitas vezes, trânsito complicado e número de acidentes elevado”.
Já o coordenador regional do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) em Coronel Fabriciano, Nívio Pinto de Lima, destacou os programas ProAcesso e Caminhos de Minas, que canalizaram investimentos para a pavimentação asfáltica no Estado. Nívio salientou que os investimentos na RMVA e colar metropolitano somaram, até 2012, R$ 257,6 milhões, com pavimentação de rodovias.
Competitividade - O ex-consultor da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) na região e vice-diretor geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Vale do Aço (ARMVA), Anfilófio Salles Martins, disse que todo esse trabalho só terá sentido se os diversos agentes tiverem uma visão de futuro. Ele ressaltou a importância das empresas para a região. “É preciso buscar outras alternativas para a competitividade. Pensar em mobilidade pode ser uma das saídas”.
Secretários municipais destacam demandas da região
O secretário municipal de Serviços Urbanos de Coronel Fabriciano e presidente do Fórum Mineiro de Gerenciadores de Transporte e Trânsito, Galba Gomes da Silva, falou que é difícil falar em mobilidade quando a maior parte das cidades não assumiram a responsabilidade pelo transporte. Ele destacou obstáculo para a mobilidade na região. “O transporte intermunicipal na região é de responsabilidade do Estado. Temos que chamar isso para a gente”, acrescentou.
Para o secretário municipal de Planejamento de Ipatinga, Vicente de Paulo Costa, esse é um momento feliz para a RMVA. “Estamos trabalhando no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI) que traz questões sobre a mobilidade”, disse. Ele demonstrou preocupação com a exigência dos planos municipais de mobilidade para municípios com mais de 20 mil habitantes, que, segundo legislação federal, devem estar prontos até 2015.
Para Vicente, corre-se o risco de, sob pena de perderem os recursos federais para a área, as cidades apresentarem planos genéricos, com pouca aplicabilidade. O secretário municipal salientou ainda problemas comuns às cidades da região como o transporte clandestino.
O secretário municipal de Obras de Santana do Paraíso, Eri Pimenta, falou que, diferentemente de outras cidades da RMVA, o município ainda está se estruturando. “Santana do Paraíso é muito carente de infraestrutura”, ressaltou. Ele destacou também a importância da integração do transporte na região.
Já o secretário municipal de Planejamento e Gestão de Timóteo, Edilson Lílian Andrade, falou que duas grandes obras irão acontecer na região a duplicação da BR 381 e a pavimentação da MG 760. “Para fazer as obras na MG 760, é necessário passar dentro de Timóteo. Mas, a cidade não vai suportar a passagem excessiva de cargas”, salientou.
Retrospectiva – Pela manhã, houve a abertura do Encontro da RMVA, além de painéis e debates sobre questões que permeiam a mobilidade urbana.