Delegados de polícia protestam por melhores condições de
trabalho
Cerca de 350 delegados de polícia fizeram protesto
na porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na tarde desta
quinta-feira (7/4/11). Eles foram recebidos logo em seguida pela
Comissão de Direitos Humanos, que aprovou requerimento para a
realização de audiência pública com os secretários de Estado de
Planejamento e Gestão, Renata Vilhena, e de Defesa Social, Lafayette
de Andrada, para discutir a política remuneratória da categoria e
outras questões de trabalho que acarretem violação de direitos
humanos dos policiais.
A principal reivindicação dos delegados é a
remuneração por meio de subsídio nos moldes dos defensores públicos.
Segundo o Sindicato dos Delegados (Sindepo-MG), o salário inicial da
categoria é de R$ 5.700, enquanto o subsídio dos defensores está na
casa dos R$ 10 mil. Outra reivindicação é o cumprimento da jornada
de trabalho constitucional dos delegados, que é de 40 horas
semanais. O Sindepo alega que muitos profissionais são obrigados a
cumprir jornadas exaustivas, que chegam a atingir 70 horas por
semana.
Em assembleia realizada nesta quinta-feira (7), os
delegados decidiram fazer paralisação de 24 horas na próxima
terça-feira (12), como informou o delegado sindical Marcelo
Armstrong, em entrevista. A categoria também decidiu que todos os
profissionais vão cumprir estritamente a jornada de trabalho semanal
de 40 horas. Na última quarta-feira (6), eles tentaram uma reunião
com a secretária Renata Vilhena, mas não foram atendidos. De acordo
com o presidente do Sindepo, Edson Pereira, a subsecretária Fernanda
Neves informou que o Estado não tem condições de implantar o
subsídio da categoria de imediato.
Os deputados presentes à reunião manifestaram apoio
à causa dos delegados. O deputado Rogério Correia (PT) criticou a
baixa remuneração da categoria e lembrou que 550 municípios mineiros
não têm delegado de polícia. O presidente da Comissão de Direitos
Humanos, deputado Durval Ângelo (PT), defendeu a implantação da
carreira jurídica para a categoria e a realização de concurso
público para suprir a carência de profissionais.
Para o deputado Ivair Nogueira (PMDB), as condições
de trabalho dos policiais pouco mudaram desde 1997, ano em que a CPI
Carcerária constatou a escassez de servidores e o sucateamento da
Polícia Civil. A vice-líder do bloco Transparência e Resultado,
deputada Luzia Ferreira (PPS), manifestou solidariedade aos
delegados e assumiu o compromisso de buscar a interlocução da
categoria com o Governo do Estado.
Presenças - Deputados
Durval Ângelo (PT), presidente; Rogério Correia (PT), Ivair Nogueira
(PMDB), Antônio Lerin (PSB) e deputada Luzia Ferreira
(PPS).
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