Produtores de leite pedem incentivos fiscais para o setor

As sugestões apresentadas por produtores de leite, laticínios e cooperativas serão encaminhadas ao Governo do Estado ...

13/12/2010 - 00:01
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Produtores de leite pedem incentivos fiscais para o setor

As sugestões apresentadas por produtores de leite, laticínios e cooperativas serão encaminhadas ao Governo do Estado pela Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Em reunião realizada nesta segunda-feira (13/12/10), os deputados da comissão receberam do setor produtivo sugestões de criação de um Fundo Estadual do Leite, de isenções fiscais para o setor, de subsídios para o pequeno produtor e de capacitação da mão de obra rural.

A audiência pública discutiu o aprimoramento da política estadual do leite e foi solicitada pelos deputados Antônio Carlos Arantes (PSC), presidente da comissão, Dilzon Melo (PTB), Carlos Gomes (PT) e Duarte Bechir (PMN).

Também por solicitação dos parlamentares, a comissão realizou, na manhã desta segunda-feira (13), um debate sobre a política cafeeira do Estado. De acordo com Arantes, a ideia surgiu do compromisso assumido pelo governador Antonio Anastasia, durante visita ao Sul de Minas, de criar e aperfeiçoar mecanismos que permitam a sobrevivência dos pequenos produtores.

As sugestões de criação do Fundo Estadual do Leite, de isenções fiscais (sobretudo na área de energia elétrica) e de qualificação profissional foram feitas pela Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), em documento já encaminhado a secretarias estaduais.

Outras propostas que deverão virar requerimento foram apresentadas pelo Polo de Excelência do Leite e Derivados, que congrega entidades da iniciativa privada, órgãos estaduais, federais e universidades. Entre elas, a de criação de um programa estadual do leite e derivados com definição de competências, responsabilidades e recursos para o setor; a adequação do quadro técnico dos órgãos de fomento e pesquisa da agropecuária mineira; uma política tributária voltada para a garantia de competitividade do segmento; e crédito para inovação tecnológica.

Diagnóstico mostra produção leiteira sem competitividade

Um diagnóstico apresentado pelo pesquisador da Embrapa Gado de Leite, de Juiz de Fora, Lorildo Aldo Stock, mostra a produção leiteira do Brasil com custo alto e sem competitividade para exportação. Segundo ele, o preço do litro de leite no Brasil está próximo dos patamares praticados nos Estados Unidos e na Alemanha, países que oferecem subsídios aos seus produtores.

O País está perdendo competitividade na América do Sul para Chile, Uruguai e Argentina, segundo Stock. "O nosso sistema de produção é desigual, enquanto nesdes países ele é homogêneo", explicou. Para ele, o Brasil precisa unificar seu sistema leiteiro, ou seja, manter critérios de produção iguais entre os milhares de produtores, para baixar seus custos de produção e garantir competitividade.

O Brasil é o 6º produtor mundial de leite, com 6% da produção mundial. Minas Gerais detém 27% da produção nacional, com uma produção de 7,9 milhões de litros de janeiro a outubro deste ano. O setor gera 750 mil empregos diretos e indiretos e movimentou US$ 51,3 milhões, também de janeiro a outubro. Os dados são da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Desafios - Os desafios para a produção leiteira no Brasil, segundo o representante da Secretaria de Agricultura, João Ricardo Albanez, são desenvolver novos processos menos poluentes; garantir a segurança alimentar; e reverter as mudanças climáticas. Entre os itens da política leiteira já desenvolvida no Estado, Albanez citou o Programa Minas Leite, de gestão técnica e administrativa, que atende 6 mil produtores em 173 municípios; o Leite na Escola, que garantiu o produto na merenda escolar, mas somente em 2008; e uma campanha de marketing sobre a importância do leite na saúde da criança, também em 2008.

Outro desafio a ser vencido foi levantado por Manuelito Simões, gerente executivo da empresa Minas Leite, que congrega 12 mil pequenos produtores da região sudeste do Estado. Ele pediu uma política para enfrentar a guerra fiscal entre os estados. Já o vereador de Sacramento (Alto Paranaíba), Marcelino Marra, propôs incentivo à inspeção municipal, com validade em todo o território mineiro.

O presidente da cooperativa de Piumhi (Centro-Oeste do Estado), José Soares de Melo, disse que Minas precisa desenvolver uma indústria subsidiária à produção leiteira, como a de máquinas ordenhadeiras. Já o setor de laticínios, tendo a Itambé à frente, solicitou a mudança da legislação para a volta de cobrança do ICMS pelo sistema de crédito presumido.

Carteis - Ambos produtores rurais e cooperativistas, os deputados Antônio Carlos Arantes e Domingos Sávio (PSDB) enfatizaram a necessidade de incentivos às cooperativas e ao pequeno produtor rural. Arantes disse que o governo mineiro irá anunciar em breve a taxação do leite e derivados de outros estados. Ele destacou que a atividade leiteira é a mais democrática, porque distribui renda.

Domingos Sávio disse que os produtores são vítimas dos carteis de produtos básicos como fósforo, sais minerais, adubos e defensivos, e classificou como principais problemas para o setor leiteiro os impostos e a burocracia.

Presenças - Deputados Antônio Carlos Arantes (PSC), presidente; Domingos Sávio (PSDB), vice; Duarte Bechir (PMN) e a deputada Rosângela Reis (PV).

 

 

Responsável pela informação: Assessoria de Comunicação - www.almg.gov.br

Rua Rodrigues Caldas,30 :: Bairro Santo Agostinho :: CEP 30190 921 :: Belo Horizonte :: MG :: Brasil :: Telefone (31) 2108 7715