Participantes de encontro na ALMG apontam sugestões para a educação

Ampliação de investimentos na educação, valorização dos profissionais, gestão democrática nas escolas e respeito à di...

25/09/2009 - 00:03
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Participantes de encontro na ALMG apontam sugestões para a educação

Ampliação de investimentos na educação, valorização dos profissionais, gestão democrática nas escolas e respeito à diversidade étnico-cultural brasileira foram propostas de destaque na plenária final do encontro Mais Dez: O Legislativo e a sociedade construindo juntos o Plano Nacional de Educação. O evento, encerrado nesta sexta-feira (25/9/09) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, foi promovido pela Câmara dos Deputados para colher sugestões da Região Sudeste para o plano. Ao final, foi aprovada a Carta de Belo Horizonte, com as propostas prioritárias para a educação no País.

O novo Plano Nacional de Educação (PNE) será votado no Congresso em 2010 e estabelecerá princípios, diretrizes, prioridades, metas e estratégias para a educação brasileira entre 2011 e 2020. O encontro, que começou na quinta-feira (24), foi promovido pela Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados e contou com representantes de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, sob a coordenação da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), presidente da comissão. Nesta sexta (25), antes da plenária final, houve a reunião de grupos de trabalho, que listaram os problemas e diretrizes para cada área temática do PNE.

Quanto à formação profissional, uma das diretrizes priorizadas na Carta de Belo Horizonte foi a ampliação da oferta de curso normal de nível médio no País. Em relação à valorização profissional, a implantação de piso salarial e plano de carreira compatíveis com a importância social da educação e com as carreiras equivalentes foi uma das prioridades. Já o debate sobre o financiamento gerou a proposta de ampliação do investimento em educação pública para 7% do PIB até 2011, chegando a 10% até 2014, com crescimento de um ponto percentual ao ano.

O grupo que analisou a gestão e avaliação da educação ressaltou a necessidade de uma gestão democrática, que contemple, por exemplo, a existência de conselhos com caráter deliberativo e composição paritária e o direito de organização coletiva a cada segmento da educação. Por fim, em relação à qualidade da educação, uma das prioridades listadas na carta foi a superação das desigualdades estruturais do País por meio de políticas de democratização do acesso, permanência e sucesso escolar.

Os relatores dos grupos foram Santuza Abras, da Uemg (campus BH), Silvério do Prado, da União Geral dos Trabalhadores, Feliciana Saldanha, do Sindicato dos Professores (Sind-UTE), e Roberto Guedes, do Sindicato dos Professores da UFRJ. Eles defenderam medidas como a adoção do piso nacional para professores, a efetivação do novo PNE e também que sua discussão seja feita em sintonia com a Conferência Nacional de Educação, agendada para o próximo ano.

Deputados apontam avanços na educação

A plenária final foi coordenada pelo deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG), com participação dos deputados Ruy Muniz (DEM), presidente da Comissão de Educação da ALMG, e Carlin Moura (PCdoB). Lopes e Moura apontaram avanços na educação do País, como a destinação de recursos do pré-sal para essa área e o fim da Desvinculação de Receitas da União (DRU), cuja proposta foi aprovada em 1o turno no Congresso e que sinaliza com mais recursos para a educação. Já Muniz citou o Programa de Educação Profissionalizante do Governo do Estado, que já chega a 45 mil estudantes do ensino médio.

Sobre as propostas da Carta de Belo Horizonte, Reginaldo Lopes afirmou que 10% do PIB para investimento em educação tem que ser "um horizonte". "Temos que trabalhar para ter condições políticas e econômicas para isso", afirmou. Para ele, sem valorização dos profissionais também não há como se atingir a qualidade desejada na educação. "O Supremo (STF), que acabou de ampliar o próprio piso para R$ 27 mil, não há de determinar que o piso dos professores incorpore gratificações. O piso tem que ser o ponto de partida e não o de chegada", afirmou. O parlamentar se referiu a ação no STF que questiona a obrigatoriedade de os Estados adotarem piso nacional.

Lopes também manifestou preocupação com o ensino médio no País. Para ele, o atual modelo não dialoga mais com a juventude, o que resulta em uma enorme evasão escolar. "Ele tem que ser mais diversificado, com iniciação ao mundo da pesquisa e ciência, curso profissionalizante ou técnico", sugeriu. O parlamentar federal comemorou ainda mudanças aprovadas pela Câmara no Fies, programa da União para financiamento estudantil. Segundo ele, os estudantes poderão amortizar as dívidas se dedicando à educação pública. Além disso, os juros serão reduzidos de 9% ao ano para 3,5% ao ano, índice inferior ao da inflação.

Carlin Moura reforçou que os seminários regionais da Câmara devem estar em sintonia com a Conferência Nacional de Educação, já que, segundo ele, o presidente Lula se comprometeu a acatar as deliberações do evento. Ele também fez diversas críticas à gestão da educação em Minas Gerais, sendo rebatido por Ruy Muniz, para quem é preciso eleger prioridades na educação diante de recursos sempre insuficientes. Os dois parlamentares mineiros também lembraram a sensibilidade do presidente da ALMG, Alberto Pinto Coelho (PP), uma vez que a ALMG tem abrigado grandes debates sobre temas importantes para a sociedade mineira.

Além dos parlamentares citados, a deputada Gláucia Brandão (PPS) e o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) também participaram do evento, durante a manhã, na coordenação de grupos de trabalho.

 

 

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