Governador defende reforma tributária em evento sobre crise

A realização de uma reforma tributária completa e efetiva e a redefinição do pacto federativo, acabando com a concent...

14/04/2009 - 00:02
Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais
 

Governador defende reforma tributária em evento sobre crise

A realização de uma reforma tributária completa e efetiva e a redefinição do pacto federativo, acabando com a concentração de impostos em nível federal e dando autonomia a Estados e municípios, foram defendidas pelo governador Aécio Neves, na abertura do Ciclo de Debates Minas Combate a Crise, nesta terça-feira (14/4/09). Já o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, fez um elogio à estabilização da economia brasileira nos últimos anos e disse que, graças a ela, o País é menos afetado. Para o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Alberto Pinto Coelho (PP), é preciso um esforço conjunto entre poder público e iniciativa privada para a retomada do ciclo de crescimento no Estado.

Essas análises foram feitas na manhã do primeiro dia do ciclo de debates, que está sendo realizado pela Assembleia, Governo do Estado, BDMG, Fiemg e Diários Associados e reúne até quarta-feira (15), no Expominas, em Belo Horizonte, o mundo político e empresarial para discutir alternativas para a crise econômica. A abertura, na manhã desta terça, contou também com a participação do presidente da Fiemg, Robson Andrade, e do diretor-presidente do jornal Estado de Minas, Álvaro Teixeira da Costa. O convidado de honra da solenidade foi o ex-governador mineiro Rondon Pacheco (1971-1975), que atualmente integra o Conselho de Administração do BDMG.

Henrique Meirelles disse que há, de fato, um aumento do desemprego no País, mas defendeu que o crescimento da massa salarial é uma base importante para a saída da crise, ao contrário do que ocorre em outras economias do mundo. Ele mencionou a reivindicação de empresários por uma redução mais acentuada da taxa Selic, atualmente em 11,25% ao ano. Disse também desejar a queda dos juros, mas foi cauteloso ao falar sobre a possibilidade. "A dose certa (de redução de juros) é a dose adequada para manter o equilíbrio da economia", afirmou.Leia mais sobre a fala de Meirelles.

Transmissão ao vivo - O Minas Combate a Crise está sendo transmitido ao vivo pela TV Assembleia (em BH, no canal 11 da TV a cabo) e poderá ser acessado, em tempo real, no site www.almg.gov.br e no Portal Uai. O áudio dos principais discursos e pronunciamentos feitos durante o evento pode ser consultado no site da Agência de Rádio da Assembleia.

O endereço eletrônico combateacrise@almg.gov.br estará disponível, durante o evento, para quem quiser enviar perguntas por e-mail aos participantes. A programação da tarde desta terça terá início às 14h30, com dois painéis abordando a situação da economia global e a do Brasil.

Governador cobra reforma tributária e revisão do pacto federativo

Aécio Neves afirmou que atualmente o Brasil tem uma carga tributária enorme, além da maior concentração de impostos em nível federal da história da República. "Somente a reforma do pacto federativo poderá possibilitar a construção das bases para um novo sistema tributário", considerou. Para o governador, essas mudanças podem garantir uma nova situação, em que os Estados e municípios estejam capitalizados e com capacidade de investimento, aplicando melhor os recursos públicos e evitando o desperdício.

O governador defendeu que, diante da crise que é hoje financeira, econômica e mundial, a maior preocupação deve ser a manutenção e a geração de empregos no País por meio de estímulos à ação da iniciativa privada, possibilitando a retomada dos investimentos. Aécio Neves considerou que uma medida imediata que pode ser tomada é a revisão do pagamento das dívidas estaduais com a União, sem atingir a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Com a queda na taxa de juros pode-se rever o fluxo de amortização das dívidas estaduais", considerou.

Alternativas - Aécio Neves também defendeu que parte dos 13% da receita corrente que os Estados transferem à União sejam direcionadas para investimentos em infraestrutura nos próprios Estados. Segundo ele, essa medida poderia melhorar, por exemplo, a situação da malha rodoviária do País, além de contribuir diretamente na geração de novos empregos.

O governador também defendeu que o Conselho Monetário Nacional libere a aplicação dos recursos do Fundo para Investimento em Infraestrutura e Saneamento nos Municípios de Minas Gerais. Segundo Aécio Neves, são cerca de R$ 400 milhões que estão depositados no BDMG, mas não podem ser repassados aos municípios devido a uma resolução do conselho. "Sua liberação teria impacto direto na geração de emprego e renda nos municípios mineiros e também nas condições sociais do Estado, principalmente de saúde", afirmou.

Esforço conjunto para superar a crise é ressaltado pelo presidente da ALMG

O presidente da ALMG, deputado Alberto Pinto Coelho, afirmou que Minas poderá superar a crise e manter o ciclo de desenvolvimento iniciado nos últimos anos por meio de um esforço conjunto, capaz de estimular as empresas mineiras e a geração de empregos e renda para a população. "Parte desse esforço se traduz também em uma contenção responsável de despesas visando à adaptação de todos os setores às medidas de austeridade necessárias atualmente."

Municípios - Pinto Coelho lembrou que os resultados positivos apresentados pela economia mineira em 2008 estão ligados aos três primeiros trimestres do ano, mas que, no quarto semestre, a trajetória de crescimento econômico foi interrompida pela crise. Ele falou sobre os reflexos dela nos municípios mineiros, informando que o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) registrou uma perda de 30% nos três primeiros meses de 2009 em comparação com o ano anterior.

"Diante dessas perdas significativas, muitas cidades já enfrentam dificuldades para manter serviços básicos como saúde, educação, saneamento básico e limpeza urbana", considerou. Alberto Pinto Coelho também lembrou que a desaceleração na economia já se refletiu no índice de desemprego em Minas, sendo que, somente em fevereiro, 14 mil postos de trabalho foram fechados na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).

Entretanto, o presidente da ALMG destacou que medidas já estão sendo tomadas em Minas Gerais para o enfrentamento da crise. Ele destacou a Comissão Extraordinária para o Enfrentamento da Crise Econômico-Financeira Internacional, criada pela Assembleia Legislativa com o objetivo de encontrar alternativas e acompanhar a sua implantação. Alberto Pinto Coelho também ressaltou as medidas tomadas pelo Governo do Estado, como a flexibilização tributária, o aumento do crédito e a manutenção dos investimentos previstos.

Fiemg defende redução da taxa de juros

A redução da taxa básica de juros foi um dos caminhos apontados pelo presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Robson Braga de Andrade, para a retomada do crescimento do País. Para ele, a redução da taxa de juros já poderia ter acontecido em dezembro e janeiro. Outras medidas defendidas por ele são a disponibilidade de crédito para as empresas, a isenção dos impostos sobre novos investimentos e a redução dos gastos públicos.

Robson Braga afirmou que Minas Gerais apresentou um crescimento maior do que a média do País nos últimos quatro anos, mas que os últimos meses de 2008 geraram grande apreensão. Ainda segundo ele, de janeiro a fevereiro de 2009, 108 mil trabalhadores perderam emprego nas indústrias do Estado. "A perda do emprego é a pior situação para todos", considerou.

O diretor-presidente do Jornal Estado de Minas e vice-presidente do condomínio acionário dos Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa, citou como exemplo a ser seguido para a superação da crise a Coréia do Sul. Segundo ele, com algumas medidas adotadas pelo governo, aquele país conseguiu reverter no início desse ano a situação de estagnação econômica. "Entre as medidas adotadas pela Coréia do Sul, estão o corte de juros, o incentivo ao crédito para pequenas e médias empresas e o incentivo fiscal", afirmou. Para ele, essa crise é a pior desde a depressão de 1929, mas a história mostrou que é possível superar as adversidades.

O ex-governador de Minas Gerais Rondon Pacheco afirmou, em mensagem gravada, que o evento será um espaço importante para discutir uma solução política para a crise.

Presenças - Também participaram da abertura o presidente do Tribunal de Justiça, Sérgio Resende; o procurador-geral de Justiça, Alceu José Torres Marques; o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, o deputado federal Júlio Delgado e o secretário de Estado do Trabalho, Assistência e Desenvolvimento Social do Espírito Santo, Tarcísio Celso Vargas.

 

 

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