Meirelles diz que estabilidade ajuda País a superar
crise
O presidente do Banco Central (BC), Henrique
Meirelles, fez nesta terça-feira (14/4/09), em Belo Horizonte, um
elogio à estabilização da economia brasileira nos últimos anos e
disse que, graças a ela, o Brasil é menos afetado pela crise mundial
que outros países. Meirelles foi um dos expositores do primeiro dia
do Ciclo de Debates Minas Combate a Crise, no Expominas. O
evento, que termina nesta quarta (15), tem o objetivo de discutir a
atual situação econômica mundial e propor soluções. Ele é promovido
pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Governo do Estado,
BDMG, Fiemg e Diários Associados.
"A economia brasileira dá sinais de estar começando
a se recuperar, ainda de um patamar baixo. Não é razão para
celebrar, mas é razão para estar encorajado e continuar trabalhando
duro", afirmou o presidente do BC. Na avaliação dele, o motivo para
a recuperação rápida é a estabilidade da economia brasileira, que
combina taxas de juros e expectativa de inflação em queda com
salário real e massa salarial crescentes. Meirelles disse que há, de
fato, um aumento do desemprego no País, mas o crescimento da massa
salarial é uma base importante para a saída da crise, ao contrário
do que ocorre em outras economias do mundo.
O presidente do BC referiu-se à crise como a mais
grave desde a Grande Depressão, em 1929, e afirmou que o País não
está isento de seus efeitos. Para ele, no entanto, desta vez o
Brasil está preparado para enfrentá-los e superá-los. Ele lembrou
que, no passado, ao tentar isolar o País da crise, outros governos
acabaram por aprofundá-la internamente.
Presidente do BC é cauteloso ao comentar
reivindicação de reduzir juros
Henrique Meirelles mencionou a reivindicação de
empresários por uma redução mais acentuada da taxa Selic, atualmente
em 11,25% ao ano. Ele disse também desejar a queda dos juros, mas
foi cauteloso ao falar sobre a possibilidade. "A dose certa (de
redução de juros) é a dose adequada para manter o equilíbrio da
economia", afirmou.
De acordo com Meirelles, por causa da estabilidade
econômica, o Banco Central pôde agir rapidamente e minimizar o
encolhimento do crédito, um dos primeiros impactos da crise no
Brasil. Ele disse que a injeção de liquidez no mercado de crédito
foi possível devido às reservas internacionais de cerca de US$ 205
bilhões, entre outros fatores.
O presidente do BC concluiu a palestra repetindo
afirmação feita logo antes pelo governador Aécio Neves, de que a
agenda do País não deve contemplar somente a crise, mas as soluções
para o futuro.Leia mais sobre as
outras exposições da abertura do evento, na manhã desta terça.
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