Paraisópolis pede mais policiais e estrutura para ressocialização

Falta de policiais civis e de estrutura para ressocialização do adolescente infrator. Esses foram alguns dos problema...

21/10/2008 - 00:01
 

Paraisópolis pede mais policiais e estrutura para ressocialização

Falta de policiais civis e de estrutura para ressocialização do adolescente infrator. Esses foram alguns dos problemas trazidos à Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais por autoridades e cidadãos de Paraisópolis, Sul de Minas, onde a comissão se reuniu nesta terça-feira (21/10/08). Na reunião, da qual participaram autoridades municipais e comandantes das Polícias Militar e Civil, foi muito criticada a ausência dos representantes do Poder Judiciário e do Ministério Público locais.

Representando a ALMG, o deputado Sargento Rodrigues (PDT), presidente da comissão, também lamentou a ausência do juiz e da promotora de Justiça da Comarca de Paraisópolis, respectivamente, Ediberto Benedito Reis e Rogéria Cristina Leme. O parlamentar explicou que a Constituição Federal definiu que a segurança pública é dever do Estado, entendendo que não apenas as polícias, mas também o Poder Judiciário e o Ministério Público, são instituições responsáveis diretamente pela área. Rodrigues acrescentou que a segurança publica, além de ser um dever do Estado, é um direito e uma responsabilidade de toda a população.

Prefeitura - O prefeito de Paraisópolis, Wagner Ribeiro de Barros, destacou a parceria firmada há anos entre a Prefeitura e as Polícias Civil e Militar na cidade, hoje com cerca de 20 mil habitantes. Segundo ele, o poder público paga o combustível para as viaturas das polícias e cede cinco funcionários para trabalhar na delegacia local, além de ter doado o terreno onde funciona a Companhia de Polícia Militar e a cadeia pública. "Fazemos o máximo para ajudar na segurança pública. Acredito que, com a participação maior da população, poderemos sanar os problemas da segurança pública", afirmou ele, também lamentando a ausência do juiz e do promotor.

Criticando também a ausência das duas autoridades, a presidente da Câmara Municipal, Ana Maria Afonso Bernardes, disse estar preocupada não só com a segurança da cidade, mas de toda a região. "Recebemos pessoas de outros Estados, principalmente de São Paulo", lembrou ela.

Parceria entre polícias melhora segurança na cidade

Já o subcomandante da 5ª Companhia Independente da PMMG de Itajubá, capitão José Carlos Batista, enfatizou as parcerias firmadas com a Polícia Civil e a Polícia Militar de São Paulo. Oito municípios da região estão na divisa com esse Estado e são cortados pelas BRs 115 e 459. De acordo com ele, essas parcerias, além do projeto "Cinturão da Segurança", do governo de Minas para as regiões de divisa com outros Estados, têm inibido o avanço da criminalidade na região. Atualmente, a PM conta na cidade com um efetivo de 22 policiais.

Por sua vez, o delegado regional de Itajubá, Alexandre Valentim, reforçou a necessidade de políticas de prevenção à criminalidade. "É preciso traçar planos para desenvolvermos ações preventivas. Com isso, conseguiríamos aproximar mais a população do problema e inibir criminalidade", sugeriu.

Complementando as informações, o titular da 45ª Delegacia Seccional de Paraisópolis, Luiz Celso Arruda, informou que conta com apenas cinco servidores efetivos - dois delegados, dois detetives e um escrivão -, e os cinco funcionários cedidos pela Prefeitura. A delegacia responde ainda por mais quatro municípios: Conceição dos Ouros, Sapucaí-Mirim, Gonçalves e Consolação A cadeia local, que comporta 50 presos, abriga 67, conforme o delegado. Arruda aproveitou para divulgar uma cartilha elaborada por ele, "Drogas: câncer do mundo", com a qual ele desenvolve campanhas educativas em escolas dessas cidades.

População - Na audiência pública, diversos cidadãos foram ao microfone para se manifestar, vários deles criticando a estrutura deficitária da Polícia Civil no município. Juarez Carvalho, do Conselho de Segurança Pública (Consep) local, defendeu o aumento de efetivos dessa corporação na cidade e citou as campanhas de prevenção ao uso de drogas nas escolas. O vereador Celso Watanabe avaliou que Paraisópolis ainda está numa situação de relativo conforto na área de segurança, mas já tem que se preocupar, pois já aparecem muitos casos de furtos relacionados ao uso de drogas pelos jovens. Ele propôs a construção de um local para abrigar os jovens infratores e o aumento do efetivo da Polícia Civil.

Também tratando do problema com menores infratores, o morador José Maria Coelho reclamou que muitos adolescentes estão praticando crimes: "eles roubam, traficam, praticam violência e não são punidos, porque a lei impede e a cidade não tem uma estrutura para abrigá-los". O advogado Carlos Marques detectou que o problema maior hoje é de efetivo da Polícia Civil, que não tem pessoal para investigação. Ele reivindicou a criação de uma segunda vara judicial para a Comarca de Paraisópolis, responsável por 7 mil processos do município e de outros quatro.

Relatório - Depois de ouvir os presentes, o deputado Sargento Rodrigues concluiu a reunião comunicando que as informações apresentadas seriam condensadas num relatório. De acordo com ele, o material será entregue pessoalmente ao secretário de Estado de Defesa Social, Maurício Campos Jr., e aos chefes das polícias, ao Tribunal de Justiça e ao Ministério Público, para que tomem providências.

Presenças - Deputado Sargento Rodrigues, presidente da comissão, além das personalidades citadas na matéria.

 

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