Jornalista vem à ALMG explicar como foi vítima de armação policial

O jornalista José Cleves Filho, que no último dia 27 foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça da acusação de a...

12/09/2008 - 00:01
 

Jornalista vem à ALMG explicar como foi vítima de armação policial

O jornalista José Cleves Filho, que no último dia 27 foi absolvido pelo Superior Tribunal de Justiça da acusação de assassinato da esposa, em 2000, será ouvido na próxima quarta-feira (17/9/08) pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A reunião com o jornalista será às 10 horas no Teatro da ALMG, e atende a requerimento dos deputados João Leite (PSDB) e Durval Ângelo (PT), presidente da comissão. Cleves vai mostrar aos parlamentares como foram produzidas provas fraudulentas contra ele, que o levaram a ser processado e a perder o emprego no jornal Estado de Minas.

Conhecido por denunciar a "banda podre" da polícia mineira em suas reportagens, José Cleves foi acusado de matar a tiros sua esposa, Fátima Aparecida de Abreu Silva, em 10 de dezembro de 2000. Segundo carta enviada pelo jornalista à Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, no dia do crime dois homens abordaram o carro do casal no bairro Camargos, em Belo Horizonte, e o obrigaram a ir para um local ermo. Ali, roubaram R$ 500 em dinheiro e executaram Fátima com três tiros.

Menos de 72 horas depois, Cleves foi indiciado pelo delegado Édson Moreira, então chefe da Divisão de Crimes contra a Vida de Belo Horizonte, como autor do crime. O indiciamento se baseou na localização de um revólver calibre 38, que pertencia ao cabo Natalício Ramos, do Serviço Secreto da Polícia Militar. O delegado argumentou que Cleves teria comprado a arma do militar, mas nenhuma prova dessa negociação foi apresentada. Além disso, Cleves relatou vários outros erros grosseiros na apuração do crime, provavelmente cometidos pelo delegado e outros três peritos com a intenção de incriminá-lo.

Agora, com o processo arquivado, José Cleves pretende buscar a reparação dos danos morais e materiais sofridos. Ele alegou, em entrevista ao site Jornalistas de Minas, que a armação policial, que o transformou de vítima de um assalto em autor de um crime, teve o objetivo de interromper suas denúncias contra a corrupção policial em Minas Gerais.

 

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