Cataguases terá debate nesta 2ª (26) sobre Lei de Incentivo à Cultura

A concessão de incentivo fiscal para estimular os projetos culturais da Zona da Mata será o tema debatido nesta segun...

23/11/2007 - 00:00
 

Cataguases terá debate nesta 2ª (26) sobre Lei de Incentivo à Cultura

A concessão de incentivo fiscal para estimular os projetos culturais da Zona da Mata será o tema debatido nesta segunda-feira (26/11/07) pela Comissão de Cultura da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. A comissão vai até a cidade de Cataguases discutir com representantes de entidades ligadas ao setor e da Secretaria de Estado de Cultura (SEC) formas para incrementar a cultura naquela região. O evento será no Instituto Francisca de Souza Peixoto (Praça Manoel Inácio Peixoto, 96, no centro), às 9 horas. A autora do requerimento para realização do debate é a deputada Maria Lúcia Mendonça (DEM), que integra a comissão.

Segundo a deputada, Cataguases precisa estar à frente desse debate. "Temos institutos e fundações que já trabalham com a Lei de Incentivo à Cultura, mas é preciso motivar mais o empresariado para a importância de utilizar recursos relativos ao ICMS nesses projetos", opina. Foram convidados a participar os presidentes do Instituto Francisca de Souza Peixoto, Marcelo Inácio Peixoto; da Fundação Cultural Ormeu Junqueira Botelho, Mônica Botelho; do Instituto Cidade Cataguases, César Piva; da Fundação Simão José Silva, Andréia Barbosa Silva; além de Silvana Pessoa, da Secretaria de Estado de Cultura; do diretor presidente da Companhia Industrial Cataguases, José Inácio Peixoto Neto; e do diretor da Moderna Lingerie, Marcello Mariotto.

Comissão discutiu alterações da lei em outubro deste ano

Em 16 de outubro, a comissão conheceu propostas de alteração da Lei de Incentivo à Cultura (Lei 12.733, de 1997) apresentadas pela Secretaria de Estado de Cultura. Estudo preliminar do governo prevê o aumento gradativo de recursos para projetos no interior; a fusão das 12 áreas de projetos em nove; e a criação de câmaras setoriais para essas áreas, descentralizando a análise dos projetos. Artistas e deputados presentes ao debate cobraram outras mudanças, como a ampliação dos percentuais de dedução de ICMS para pequenas e microempresas.

O assessor especial da SEC, Rômulo Avelar, reforçou que muitas alterações buscam resolver questões de ordem prática. "Recebemos muitos projetos confusos quanto à classificação de área. Há projetos híbridos. Daí a mudança nas áreas culturais", justificou. Hoje, por exemplo, existe uma área específica para bolsas de estudo. Com a alteração proposta, cada área cultural poderia beneficiar projetos de bolsa de estudo dentro de seu segmento. O objetivo, segundo Avelar, é também dar agilidade à Comissão Técnica de Análise de Projetos (Ctap), que hoje se desdobra na análise de projetos dos mais variados temas. A proposta inclui ainda a figura de um colegiado, com membros do governo e das nove câmaras, para distribuir os recursos entre elas, a partir das demandas e das séries históricas.

Interior - Outra mudança importante refere-se à destinação de recursos para o interior. A proposta da Secretaria é de um aumento escalonado, começando com 40% em 2008 e chegando a 45% em 2013. De acordo com dados da Secretaria, nos últimos dois anos, o interior ampliou sua participação para quase 40% dos recursos aprovados. "Apesar da queda percentual na Capital, os valores são crescentes", frisou o assessor. Em 2007, foram destinados R$ 34 milhões a Belo Horizonte, o dobro do montante de 2004. Avelar informou ainda que a captação também vem crescendo no interior, saltando de 40,8% do total captado, em 2006, para 43,9% em 2007. A idéia inicial é que cada câmara da Ctap tenha pelo menos um membro do interior do Estado.

Outras alterações também foram sugeridas, algumas delas ao Decreto 43.615, de 2003, que regulamenta a lei: a redução de 35% para 25% do teto de recursos a serem captados pelas entidades de administração pública indireta; a substituição de termos como entidade de classe por entidade representativa, buscando democratizar a participação da sociedade civil nas análise dos projetos; e a eliminação da prioridade para projeto que contenha a intenção do incentivador - que hoje reduz a importância do mérito do projeto, na visão da Secretaria.

Reivindicações - Uma definição conceitual de projetos do interior foi a cobrança encaminhada pelo diretor de Arte e Cultura da PUC Minas, professor José Márcio Barros. Para ele, seria necessário cruzar critérios como domicílio do empreendedor, público alvo e também o impacto local, como o emprego de mão-de-obra da própria cidade. O professor sugeriu ainda que os recursos captados pelos órgãos da administração indireta do Estado também sigam o filtro da interiorização e cobrou o funcionamento efetivo do Conselho Estadual de Cultura.

A diretora da Associação dos Músicos, Rose Pidner, cobrou a redefinição dos percentuais dedutíveis de pequenas e micro empresas, assunto que foi enfaticamente citado pelo deputado Domingos Sávio (PSDB). Ele é autor de uma proposta que amplia o percentual de ICMS que a pequena empresa pode destinar a projetos culturais. Segundo ele, os 3% previstos na lei não cobrem praticamente nenhum projeto. "Isso democratizaria, inclusive, os segmentos que participam como mecenas. Hoje só as grandes empresas aparecem assim, o que vai criando um conceito equivocado", afirmou. De acordo com o parlamentar, a luta também é política, para vencer a resistência dos técnicos da Fazenda quanto à ampliação de recursos captados para cultura.

Silvana Pessoa, da SEC, informou que a dedução diferenciada para pequena empresa continua em estudos, assim como a utilização, ainda pequena, da dívida ativa para financiar projetos.

 

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