Conselheiro Lafaiete debate ICMS Solidário na quinta-feira
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O Fórum Técnico ICMS Solidário, promovido pela
Assembléia Legislativa de Minas Gerais, chega na próxima
quinta-feira (23/8/07) a Conselheiro Lafaiete, na Região Central
Estado. O objetivo do encontro é colher sugestões para aprimorar o
Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis Pinheiro (PSDB), que
altera a Lei 13.803, de 2000, conhecida por Lei Robin Hood. A
proposta modifica os critérios de distribuição do ICMS entre os
municípios mineiros. O assunto vem sendo discutido em todas as
regiões do Estado. Na Central, já houve um debate em Diamantina, no
dia 13 de agosto. Em Lafaiete, o Fórum acontece no Auditório da OAB,
a partir de 8h30.
Em tramitação na ALMG, o PL 637/07 divide os
critérios que hoje determinam a distribuição do ICMS em três grupos:
critérios econômicos; sociais solidários; e de compensação solidária
ou ICMS Solidário. O objetivo é redistribuir uma parte do imposto,
de 4,68%, beneficiando municípios que estejam em situação
desfavorável em relação à média per capita de ICMS do Estado. A
previsão é de que 762 municípios sejam beneficiados com aumento de
repasse, enquanto 91 perderiam recursos. Após a fase de audiências
regionais, o PL será discutido na Assembléia, na etapa final do
Fórum, marcada para os dias 2 e 3 de outubro.
Simulação feita pela Consultoria da ALMG, com base
nos valores de ICMS de abril deste ano, aponta que a Região Central
teria seu repasse do imposto reduzido em 2,10%, em média. Na
microrregião de Conselheiro Lafaiete, a queda global seria ainda
maior, de 3,80%, puxada pela redução de repasses para Congonhas
(-7,91%) e Ouro Branco (-8,38%). Os demais municípios da
microrregião teriam ganhos, inclusive Conselheiro Lafaiete, onde o
repasse seria ampliado em 12,01%. Na Região Central, também deve
ocorrer redução de repasses nas microrregiões de Belo Horizonte
(-2,21%); Itabira (-7,42%); Ouro Preto (-9,19%).
Já na microrregião de Três Marias, a única queda,
de 10,97%, no município de Três Marias, diluiria o aumento de
arrecadação previsto para os demais municípios, fazendo com que a
microrregião tenha queda média de 1,98%. Por outro lado, na
microrregião de Pará de Minas, a queda isolada de 26,50% em São José
da Varginha seria compensada pelo aumento de arrecadação nos demais
municípios, deixando a média positiva em 0,69%. O mesmo ocorreria na
microrregião de Itaguara, onde a perda de 15,88 em Itatiaiuçu não
impede a média final positiva de 1,46%.
Já a microrregião de Diamantina teria ganho médio
de 15,60%. Todos os municípios seriam beneficiados, sendo a maior
alta percentual (22,92%) em Datas e o menor ganho (8,21%) em São
Gonçalo do Rio Preto. No município de Diamantina, o repasse de ICMS
seria ampliado em 17,95%. A microrregião de Curvelo também seria
beneficiada pela proposição, com ganho médio de 12,17%, elevando a
arrecadação de todos os municípios. Outras microrregiões da Região
Central que teriam ganhos para todos os municípios são: Sete Lagoas
(média de 2,86%); Conceição do Mato Dentro (21,20%); São João del
Rei (12,07%); e Barbacena (7,42%).
De acordo com o deputado Dinis Pinheiro, autor da
proposta, a meta é atingir uma distribuição de recursos mais justa,
mais humana e mais cristã. "O exercício da vida pública só tem
significado se for voltado para as pessoas mais carentes. Esse
projeto beneficia mais de 15 milhões de pessoas, é um grande
instrumento de transformação social", argumenta.
A programação do encontro em Conselheiro Lafaiete
inclui exposições técnicas sobre a Lei Robin Hood e sobre o projeto,
além de pronunciamentos e debates. Solicita-se que as sugestões para
aprimoramento do PL 637/07 sejam apresentadas por escrito, e, se
possível em disquete ou CD, com o nome do proponente, telefone,
endereço eletrônico e nome da instituição que representa. Todas as
propostas serão consolidadas na etapa final do Fórum, em Belo
Horizonte. A programação completa do Fórum está disponível no hot
site do evento, na página da Assembléia: www.almg.gov.br.
Previsão legal
De acordo com a Constituição Federal, de todo o
ICMS arrecadado no Estado, 25% destinam-se aos municípios. Desse
montante, pelo menos 75% devem ser distribuídos de acordo com o
Valor Adicionado Fiscal (VAF), que retrata o movimento econômico do
município. E até 25% conforme determinar a lei estadual.
Atualmente, o ICMS em Minas é distribuído de acordo
com os seguintes critérios e percentuais dos recursos destinados aos
municípios: VAF (79,68%); área geográfica (1%); população (2,71%);
população dos 50 municípios mais populosos (2%); educação (2%);
produção de alimentos (1%); patrimônio cultural (1%); meio ambiente
(1%); saúde (2%); receita própria (2%); cota mínima (5,5%); e
municípios mineradores (0,11%). O cálculo da parcela de cada
município é uma média aritmética que leva em conta o desempenho do
município e o peso de cada critério.
O que prevê o PL 637/07
A proposta original do PL 637/07 é distribuir, pelo
critério do VAF, o mínimo determinado pela Constituição Federal, que
é 75% - e não os 79,68% atuais. Assim, os 4,68% restantes serão
redistribuídos a partir de um novo critério, chamado ICMS solidário.
Já os demais critérios não terão o índice alterado, mas serão
separados em dois grupos, um relativo a critérios econômicos e outro
relativo a critérios sociais.
Os critérios econômicos são o VAF (75% dos
recursos), produção de alimentos (1%), meio ambiente (1%), receita
própria (2%) e municípios mineradores (0,11%). Os critérios sociais
são área (1%), população (2,71%), população dos 50 mais populosos
(2%), educação (2%), patrimônio cultural (1%), saúde (2%) e a cota
mínima (5,5%).
A divisão dos recursos será feita em três etapas.
Todos os municípios participam da primeira fase, relativa aos
critérios econômicos. Aqueles que apresentarem índice de ICMS per
capita igual ou superior à média do Estado acrescida de 40% não
participam da divisão de recursos do segundo grupo, com critérios
sociais solidários. Realizada essa nova distribuição, cada município
alcança um novo valor per capita, que é confrontado com o novo valor
médio do Estado. Apenas os municípios que ficarem abaixo da média do
Estado acrescida de 40% seguem para a divisão de recursos do ICMS
solidário. Essa parcela, instituída pelo PL 637/07, é distribuída
conforme a população de cada município participante.
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