Fórum Técnico ICMS Solidário chega a Diamantina na segunda
(13)
Diamantina, na Região Central do Estado, recebe
nesta segunda-feira (13/8/07) o Fórum Técnico ICMS Solidário,
promovido pela Assembléia Legislativa de Minas Gerais. Esse será o
segundo de 12 encontros regionais destinados à coleta de sugestões
para aprimorar o Projeto de Lei (PL) 637/07, do deputado Dinis
Pinheiro (PSDB), que altera a Lei 13.803, de 2000, conhecida por Lei
Robin Hood. A reunião será no Auditório da Universidade Federal
(Campus 1), a partir de 8h30.
Em tramitação na ALMG, o PL 637/07 divide os
critérios que hoje determinam a distribuição do ICMS em três grupos:
critérios econômicos; sociais solidários; e de compensação
solidária. O objetivo é redistribuir uma parte do imposto,
beneficiando municípios que estejam em situação desfavorável em
relação à média per capita de ICMS do Estado.
Simulação feita pela Consultoria da ALMG, com base
nos valores de ICMS de abril deste ano, aponta que a Região Central
teria seu repasse do imposto reduzido em 2,10%, em média. Porém, a
microrregião de Diamantina, especificamente, teria ganho médio de
15,60%. Todos os municípios seriam beneficiados, sendo a maior alta
percentual (22,92%) em Datas e o menor ganho (8,21%) em São Gonçalo
do Rio Preto. No município de Diamantina, o repasse de ICMS seria
ampliado em 17,95%.
Próximo à Diamantina, a microrregião de Curvelo
também seria beneficiada pela proposição, com ganho médio de 12,17%,
elevando a arrecadação de todos os municípios. Outras microrregiões
da Região Central que teriam ganhos para todos os municípios são:
Sete Lagoas (média de 2,86%); Conceição do Mato Dentro (21,20%); São
João del Rei (12,07%); e Barbacena (7,42%).
Já na microrregião de Três Marias, a queda de
10,97% no município de Três Marias diluiria o aumento de arrecadação
previsto para os demais municípios, fazendo com que a microrregião
tenha queda média de 1,98%. Por outro lado, na microrregião de Pará
de Minas, a queda de 26,50% em São José da Varginha seria compensada
pelo aumento de arrecadação nos demais municípios, deixando a média
positiva em 0,69%. O mesmo ocorreria na microrregião de Itaguara,
onde a perda de 15,88 em Itatiaiuçu não impede a média final
positiva de 1,46%.
As outras microrregiões da Região Central teriam o
seguinte desempenho percentual médio: Belo Horizonte (-2,21%);
Itabira (-7,42%); Ouro Preto (-9,19%); e Conselheiro Lafaiete
(-3,80%). Ainda no município de Conselheiro Lafaiete, será realizada
outra reunião do Fórum Técnico, no dia 23 de agosto. E a etapa final
dos encontros, nos dias 2 e 3 de outubro, acontece em Belo
Horizonte, nas dependências da Assembléia.
No total do Estado, 762 municípios seriam
beneficiados com as novas regras propostas pelo PL 637/07, enquanto
91 perderiam recursos. De acordo com Dinis Pinheiro, a proposta
busca uma distribuição de recursos mais justa, mais humana e mais
cristã. "O exercício da vida pública só tem significado se for
voltado para as pessoas mais carentes. Esse projeto beneficia mais
de 15 milhões de pessoas, é um grande instrumento de transformação
social", argumenta o autor do projeto.
A programação do encontro em Diamantina inclui
exposições técnicas sobre a Lei Robin Hood e sobre o projeto, além
de pronunciamentos e debates. Solicita-se que as sugestões para
aprimoramento do PL 637/07 sejam apresentadas por escrito, e, se
possível em disquete ou CD, com o nome do proponente, telefone,
endereço eletrônico e nome da instituição que representa. Todas as
propostas serão consolidadas na etapa final do Fórum, em Belo
Horizonte. A programação completa do Fórum está disponível no hot
site do evento, na página da Assembléia: www.almg.gov.br.
Previsão legal
De acordo com a Constituição Federal, de todo o
ICMS arrecadado no Estado, 25% destinam-se aos municípios. Desse
montante, pelo menos 75% devem ser distribuídos de acordo com o
Valor Adicionado Fiscal (VAF), que retrata o movimento econômico do
município. E até 25% conforme determinar a lei estadual.
Atualmente, o ICMS em Minas é distribuído de acordo
com os seguintes critérios e percentuais dos recursos destinados aos
municípios: VAF (79,68%); área geográfica (1%); população (2,71%);
população dos 50 municípios mais populosos (2%); educação (2%);
produção de alimentos (1%); patrimônio cultural (1%); meio ambiente
(1%); saúde (2%); receita própria (2%); cota mínima (5,5%); e
municípios mineradores (0,11%). O cálculo da parcela de cada
município é uma média aritmética que leva em conta o desempenho do
município e o peso de cada critério.
O que prevê o PL 637/07
A proposta original do PL 637/07 é distribuir, pelo
critério do VAF, o mínimo determinado pela Constituição Federal, que
é 75% - e não os 79,68% atuais. Assim, os 4,68% restantes serão
redistribuídos a partir de um novo critério, chamado ICMS solidário.
Já os demais critérios não terão o índice alterado, mas serão
separados em dois grupos, um relativo a critérios econômicos e outro
relativo a critérios sociais.
Os critérios econômicos são o VAF (75% dos
recursos), produção de alimentos (1%), meio ambiente (1%), receita
própria (2%) e municípios mineradores (0,11%). Os critérios sociais
são área (1%), população (2,71%), população dos 50 mais populosos
(2%), educação (2%), patrimônio cultural (1%), saúde (2%) e a cota
mínima (5,5%).
A divisão dos recursos será feita em três etapas.
Todos os municípios participam da primeira fase, relativa aos
critérios econômicos. Aqueles que apresentarem índice de ICMS per
capita igual ou superior à média do Estado acrescida de 40% não
participam da divisão de recursos do segundo grupo, de critérios
sociais solidários. Realizada essa nova distribuição, cada município
alcança um novo valor per capita, que é confrontado com o novo valor
médio do Estado. Apenas os municípios que ficarem abaixo da média do
Estado acrescida de 40% seguem para a divisão de recursos do ICMS
solidário. Essa parcela, instituída pelo PL 637/07, é distribuída
conforme a população de cada município participante.
|