Investigação sobre morte de advogada motiva audiência pública

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais quer esclarecimentos sobre o assassinato da ...

07/12/2006 - 01:00
 

Investigação sobre morte de advogada motiva audiência pública

A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais quer esclarecimentos sobre o assassinato da advogada Walmary Moreira da Silva, ocorrido em 20 de novembro de 2004 em Ouro Preto. Para isso, promoverá uma reunião nesta quarta-feira (13/12/06), às 9 horas, no Auditório, a requerimento do deputado Durval Ângelo (PT), presidente. Um dos objetivos da reunião é saber o porquê de ainda não ter sido concluído o inquérito policial sobre o assassinato nem ter havido indiciamentos. O inquérito está hoje na Delegacia de Homicídios da Região Leste, em Belo Horizonte.

O debate retoma discussões iniciadas em 2004, quando várias pessoas foram ouvidas pela comissão sobre a morte da advogada de direitos humanos. Entre os convidados, estão representantes da Delegacia de Homicídios de Belo Horizonte, de Ouro Preto e de Conselheiro Lafaiete, além da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG), da ong Regar, Promotoria e Vara Criminal da comarca de Ouro Preto.

Foi à queima-roupa o assassinato da advogada Walmary Moreira da Silva. Ela estava montando um dossiê sobre injustiças e perversões nas creches de Ouro Preto, segundo denunciou a médica Sílvia Martinez, presidente da ong Regar. Walmary estava em rixa com o Conselho Tutelar de Menores, para o qual foi eleita por 27 instituições e no qual só tomou posse mediante liminar judicial. Sílvia Martinez é uma das convidadas da reunião.

No debate promovido em dezembro de 2004, Kerley Fernandes, conselheiro tutelar que convivia mais estreitamente com a vítima, relatou que a aconselhava a diminuir seus enfrentamentos, mas que Walmary sempre se recusava. Vários depoentes confirmaram o caráter belicoso, polêmico e agressivo da advogada, mas ressaltaram sua combatividade pelas causas justas. Kerley Fernandes, no entanto, assegurou que as brigas dela dentro do conselho tutelar eram sempre por questões menores e que nenhuma delas justificaria um assassinato.

O então delegado de polícia Darcy Alberto da Silva, de Ouro Preto, revelou, à época, que o inquérito sobre a morte da advogada já estava no segundo volume com apenas três semanas, mas que não evoluiria mais rapidamente por absoluta falta de condições de trabalho: "Não temos veículo, nem equipe, nem telefone. Os recursos que conseguimos em nossa regional são insatisfatórios para resolvermos esse e outros crimes", afirmou. O delegado enumerou seis homicídios ocorridos em Ouro Preto durante 2004, sem incluir cadáveres não identificados encontrados no município e tentativas de homicídio. A cidade, segundo outros depoimentos, estaria se tornando violenta e haveria "um complô de silêncio e impunidade".

Convidados - São convidados o delegado de Homicídios da Região Leste, em Belo Horizonte, Alcides Costa; a delegada regional de Ouro Preto, Cleanice Reis Brás; o delegado-geral de Polícia Civil da Regional de Conselheiro Lafaiete, Pedro Antônio Mendes Loureiro; a presidente da ong Regar, Sílvia Almeida de Oliveira Costa Martinez; a juíza das varas Criminal e da Infância e da Juventude da comarca de Ouro Preto, Lúcia de Fátima Magalhães Albuquerque e Silva; a promotora de Justiça da comarca de Ouro Preto Luiza Helena Trocilo Fonseca; o presidente da 49ª Subseção da OAB em Ouro Preto e Mariana, Silvério Dutra Bezerra; e o advogado Dimas Abreu Melo.

 

 

 

 

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