Comissão de Direitos Humanos ouve denúncias de corrupção na
PM
A Comissão de Direitos Humanos da Assembléia ouviu
nesta quarta-feira (19/10/05) os depoimentos das três testemunhas
que estão denunciando casos de tráfico de drogas e de armas e
assassinatos cometidos por alguns integrantes do 5º Batalhão da
Polícia Militar. A mulher de um cabo reformado da PM, a filha e o
genro chegaram encapuzados, e prestaram depoimento sigiloso durante
três horas, aos integrantes da comissão e ao promotor de Justiça
Rodrigo Filgueira de Oliveira.
Para o deputado Durval Ângelo (PT), os depoimentos
indicam que o tenente Daniel Rosa de Jesus, condenado em 2000 por
homicídio e estupro, e que cumpre pena de 27 anos na Penitenciária
Dutra Ladeira, é o chefe da quadrilha dos policiais denunciados. "Os
depoimentos foram precisos, as testemunhas informaram que
presenciaram, num encontro no Morro das Pedras, o planejamento da
morte do tenente Sérgio, ocorrida no dia 21 de setembro, em uma
quadra de futebol no Barreiro. Disseram também que viram outro
policial sendo assassinado na madrugada do dia 9 de maio deste ano
", declarou.
De acordo com o deputado, as denúncias são graves e
têm ligação com o caso do hipercentro. Em junho de 2003, a comissão
apurou denúncias de envolvimento de policiais civis e militares numa
quadrilha de traficantes de drogas, que seria responsável pelo
assassinato de garotas de programas no centro de Belo Horizonte.
"Dos 15 policiais acusados na época, 14 foram presos, mas vocês
sabem que não prendemos o chefe da quadrilha", afirmou o deputado,
em entrevista coletiva à imprensa, depois da reunião.
Durval Ângelo garantiu que a escolta das
testemunhas não será feita mais por policiais do 5º Batalhão, como
vinha acontecendo. O promotor de Justiça Rodrigo Filgueira Oliveira,
que também participou da reunião, afirmou que a partir desta
quinta-feira (20) as testemunhas serão incluídas no Programa de
Apoio e Proteção às Testemunhas (Provita). O deputado complementou
que as notas taquigráficas dos depoimentos serão encaminhadas ao
Ministério Público e à Corregedoria do Estado, para que todas as
providências sejam tomadas.
Presenças - Deputados
Durval Ângelo (PT), presidente; Roberto Ramos (PL), vice-presidente;
e Paulo César (PFL).
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