Aprovado em 1º turno parecer a projeto sobre transgênicos

Mesmo enfrentando polêmica, foi aprovado o parecer de 1º turno ao projeto de lei que cria normas de segurança e fisca...

18/05/2005 - 00:00
 

Aprovado em 1º turno parecer a projeto sobre transgênicos

Mesmo enfrentando polêmica, foi aprovado o parecer de 1º turno ao projeto de lei que cria normas de segurança e fiscalização no uso da engenharia genética e liberação de organismos geneticamente modificados (OGMs). As discussões em torno do PL 12/03, do deputado Ricardo Duarte (PT) se deram nesta quarta-feira (18/5/05), na Comissão de Meio Ambiente e Recursos Naturais, que aprovou também outro parecer a projeto e requerimentos. O parecer do relator, deputado Doutor Ronaldo (PDT), ateve-se apenas às emendas nºs 4 e 5 apresentadas em Plenário e foi aprovado com manifestação contrária dos deputados Sávio Souza Cruz (PMDB) e João Leite (sem partido).

O relator e vice-presidente da comissão opinou pela aprovação das duas emendas na forma da subemenda nº 1 ao substitutivo nº 1, da Comissão de Constituição e Justiça; pela rejeição à emenda nº 2 e pela aprovação da emenda nº 6, relacionadas a esse substitutivo. Segundo Doutor Ronaldo, o substitutivo "procurou evitar a superposição de atribuições para o controle dos transgênicos e conflitos na aplicação das normas federais e estaduais". O documento manteve o cadastro das instituições que lidam com OGM, instrumento para que o Estado controle o setor em Minas.

A emenda nº 4 altera a proposta da emenda nº 2, tornando essa última sem efeito e levando o relator a opinar por sua rejeição. A emenda nº 4, que teve parecer favorável, passa da competência estadual para a exclusivamente federal, a concessão de licenciamento e aplicação de penalidade de suspensão e cassação das autorizações de empreendimentos, projetos e atividades.

Para aperfeiçoar a emenda nº 5, o parecer propõe a subemenda nº 1. A nº 5 previa a alocação de recursos do Estado através da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemig) exclusivamente para trabalhos envolvendo OGM, como financiamento de pesquisas, concessão de bolsas de estudo e aparelhamento de laboratórios, via convênios. A subemenda abre ao Estado muitas possibilidades para destinar recursos para o financiamento de OGMs, até mesmo pelo Fapemig.

Multas - A emenda nº 6 deixa ao Executivo a definição dos critérios de multas e penalização, ao contrário do que era previsto anteriormente, quando as infrações eram já quantificadas no parecer. A emenda também prevê que normas suplementares serão previstas em lei editada pelo Executivo. Os deputados Sávio Souza Cruz e João Leite não se convenceram do parecer. Sávio confessou estar "mais confuso que esclarecido depois das discussões". Já João Leite considerou que o PL, da forma como está, vai impor um ônus ao Estado sem prever contrapartida e achou temerário dar ao Executivo um "cheque em branco" para que esse poder estabeleça o valor das multas.

Vai a Plenário proposição que obriga reservatório de águas de chuva

Também foi aprovado o parecer de 2º turno ao PL 1.650/04, do deputado Miguel Martini (sem partido), que obriga a execução de reservatório para as águas coletadas por coberturas e pavimentos nos lotes edificados ou não, com área impermeabilizada superior a 500 metros quadrados. O relator, deputado João Leite, opinou pela aprovação na forma do vencido em 1º turno com a emenda nº 1 apresentada. No parecer aprovado em 1º turno prevalece o entendimento de que normas de natureza técnica devem ser objeto de regulamentação em atos infralegais e de que, em virtude das diferenças geológicas dos terrenos, não é recomendável padronizar medidas para o aproveitamento das águas de chuvas. A emenda nº 1 visa aperfeiçoar outra emenda apresentada em 1º turno. Pela nova redação, "os projetos de edificação em área urbana deverão estabelecer mecanismos de coleta de águas de chuva, para fins de aproveitamento do recursos hídrico, de recarga de aqüífero ou de controle de enchentes".

Requerimentos - Foram aprovados dois requerimentos do deputado João Leite. O primeiro requer visita às obras da Usina Capim Branco I e II, em Uberlândia e Araguari, para verificar o atendimento das condicionantes ambientais pelos empreendedores, com os convidados: Consórcio Capim Branco, Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Cemig e Federação das Indústrias do Estado (Fiemg). O segundo requerimento solicita que sejam também convidados para a audiência pública para debater possíveis inconsistências e danos ambientais na obra da Vale do Rio Doce em Belo Vale, a própria CVRD e o Sindicato das Indústrias Extrativas de Minas Gerais (Sindiextra).

Presenças - Deputados Doutor Ronaldo (PDT), vice-presidente; João Leite (sem partido), Paulo Piau (PP), Sávio Souza Cruz (PMDB) e Carlos Gomes (PT).

 

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