Plenário aprova contas de Itamar Franco por 42 votos a 21

As contas do ex-governador Itamar Franco, referentes ao exercício de 2001, foram aprovadas em votação secreta na reun...

10/12/2003 - 11:15
 

Plenário aprova contas de Itamar Franco por 42 votos a 21

As contas do ex-governador Itamar Franco, referentes ao exercício de 2001, foram aprovadas em votação secreta na reunião extraordinária da noite desta terça-feira (9/12/2003), por 42 votos a favor, 21 contra e um voto em branco. O Projeto de Resolução (PRE) 687/2003 propunha a rejeição das contas, mas o substitutivo nº 1, da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, que foi colocado em votação, as aprovava.

Os encaminhamentos pela rejeição foram liderados pelo deputado Jayro Lessa (PL), que considerou "irresponsável" a gestão de Itamar Franco, e criticou o episódio de ocupação dos arredores da represa de Furnas pela Polícia Militar. O deputado Alberto Bejani (PTB) acusou o ex-governador de aumentar de R$ 28 bilhões para R$ 40 bilhões a dívida de Minas, e de ter iniciado a construção de um aeroporto inoperante próximo a Juiz de Fora. Também o deputado Alencar da Silveira Jr. (PDT) ocupou a tribuna para se queixar do relacionamento tumultuoso que o ex-governador teria mantido com seus próprios aliados no parlamento.

A defesa foi encabeçada pelo deputado Sebastião Helvécio (PDT), que considerou o ex-governador "um dos maiores brasileiros da história moderna", que teria feito da defesa de Furnas "um sentimento nacional". Helvécio foi apoiado pela deputada Jô Moraes (PCdoB), para quem Itamar Franco "se embandeirou da defesa de um novo projeto para o Brasil". O deputado Antônio Andrade (PMDB), que foi líder do Governo na Assembléia, pediu aos deputados que não fizessem julgamento político do governo Itamar, mas que se ativessem aos pareceres técnicos de aprovação das contas, elaborados pelos auditores do Tribunal de Contas do Estado. O deputado Adalclever Lopes (PMDB) também realçou qualidades de Itamar Franco.

Aprovado o projeto que altera alíquotas do IPVA

O primeiro projeto votado na reunião extraordinária foi o PL 1.079/2003, do governador do Estado, que altera alíquotas do IPVA, restringe hipóteses de isenção, diminui a redução da base de cálculo dos carros a álcool e institui multas em caso de inadimplência. Embora houvesse 73 deputados no Plenário, a votação demorou mais de uma hora, por conta dos destaques, dos pareceres sobre emendas e dos encaminhamentos de votação.

Encaminharam contra a aprovação o líder do Bloco PT/PCdoB, Rogério Correia, e os deputados Chico Simões e Weliton Prado, todos do PT. Correia criticou esse que considera mais um "tarifaço" do governador. Chico Simões ironizou que as tabelas já teriam sido colocadas na internet pelo Governo, sem esperar a decisão da Assembléia, e Weliton Prado disse que os tarifaços seriam desnecessários, já que Minas deve ser contemplada com R$ 1 bilhão na reforma tributária federal.

O PL 1.079 foi aprovado em turno único por 49 votos a favor e 15 contra, na forma do substitutivo nº 2. Foi destacado o inciso 8º do artigo 10, que estabelece alíquotas específicas, e também aprovado. O deputado Adalclever Lopes requereu a retirada da emenda nº 17, de sua autoria, e foi atendido pelo presidente Mauri Torres (PSDB). As emendas nº 3 a 9, 11 a 16 e 18, com parecer pela rejeição, foram rejeitadas. A emenda nº 10, do líder da oposição, Rogério Correia, pretendia eliminar do texto a majoração do IPVA para motocicletas, mas foi rejeitada por 50 votos a 15.

Cinco emendas à Constituição aprovadas por unanimidade

Em seguida, o presidente Mauri Torres colocou em votação cinco propostas de emenda à Constituição, todas elas em 1º turno, e todas aprovadas por unanimidade. A PEC 23/2003, de autoria do deputado Chico Simões, estabelece que os três Poderes, as administrações indiretas, o Tribunal de Contas e o Ministério Público publicarão no jornal oficial e por meio eletrônico suas despesas com remuneração de servidores e subsídios dos membros dos Poderes e demais agentes políticos. A PEC foi aprovada na forma do substitutivo nº 1, por 64 votos a zero.

A PEC 25/2003, do deputado Neider Moreira (PPS), propõe a inclusão do ensino de conceitos básicos da legislação eleitoral nas escolas públicas do ensino médio. A PEC foi aprovada por 64 votos a zero, e a emenda nº 1 por 62 a 0. A PEC 53/2003, do deputado Elmiro Nascimento (PFL), atribui competência ao Tribunal de Justiça para processar e julgar mandado de segurança relativo a perda de mandato de prefeito. Foi aprovada por 65 a 0.

O deputado Sargento Rodrigues (PDT) viu aprovada por 64 a 0 sua PEC 55/2003, que reassegura aos policiais militares o direito ao adicional trintenário por tempo de serviço. Segundo Rodrigues, esse direito havia sido retirado pelo ex-governador Itamar Franco pela Lei Delegada nº 43. A PEC 56/2003, de autoria do governador do Estado, dispondo sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis, foi aprovada por 66 votos a zero.

Aprovados os projetos de lei do PMDI e do PPAG

Em seguida o presidente Mauri Torres colocou em votação o Projeto de Lei (PL) 296/2003, do deputado Dinis Pinheiro (PL), que proíbe o repasse às empresas privadas do valor recolhido em razão da cobrança de multas e a divulgação dos valores arrecadados. O projeto foi aprovado em 1º turno com as emendas nº 1 e 2. O deputado Alberto Pinto Coelho (PP) pediu a retirada da emenda nº 3. Também em 1º turno foi aprovada Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2003, do deputado Gil Pereira (PP), que institui o Fundo para a Revitalização Hidroambiental e o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio São Francisco. O substitutivo nº 1 recebeu 64 votos a favor e um em branco.

O Projeto de Lei (PL) 1.117/2003, que aprova o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), foi aprovado com as emendas nº 2, 11 a 13, 15 e 21, e com as subemendas nº 1 às emendas nº 1, 4, 9, 10, 14, 17 e 20, e com a rejeição das emendas nº 3, 8 e 18. Esta última foi destacada a requerimento do líder da oposição, Rogério Correia (PT), mas mesmo assim foi rejeitada.

O PL 1.118/2003, que dispõe sobre o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para o período 2004/2007 recebeu encaminhamentos favoráveis tanto dos governistas quanto da oposição. O deputado André Quintão (PT) resumiu a grande contribuição das audiências públicas para o aperfeiçoamento do PPAG, trazendo 42 das 69 emendas apresentadas. O amplo processo de discussão do PPAG também foi elogiado pelo deputado Sebastião Helvécio (PDT), que o considerou "a maior obra político-administrativa que Minas produziu nos últimos anos". O PL 1.118/2003 foi aprovado com as emendas nº 3, 4, 6, 7, 11, 14, 22, 26, 27, 34, 41, 46, 47, 48, 55, 60, 65, 67 e 70 a 86, e com as subemendas nº 1 às emendas nº 5, 9, 10, 12, 13, 16, 17, 18, 21, 23, 24, 25, 30, 32, 35, 36, 38, 39, 40, 50, 51, 53, 54, 56, 57 e 61. Foram rejeitadas 51 emendas: 1, 2, 3, 8, 9, 10, 12, 13, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 23, 24, 26, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 42, 43, 44, 45, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 56, 57, 58, 59, 61, 62, 63, 64, 66, 68 e 69.

A reunião foi encerrada às 22h45 pelo presidente Mauri Torres, que convocou extraordinárias para esta quarta-feira (10) às 9 horas e às 20 horas. Da extensa ordem do dia do início da reunião extraordinária desta terça-feira (9), restaram 17 projetos de lei em fase de discussão.

 

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