Preço de passagens aéreas não tem como baixar
Na reunião conjunta das Comissões de Turismo,
Indústria e Comércio e de Transporte, Comunicação e Obras Públicas,
realizada nesta quinta-feira (12/6/2003), para discutir preços altos
das passagens aéreas, os deputados receberam informações de que as
tarifas são conseqüência direta dos custos da aviação, portanto, não
há como diminuí-las. As empresas presentes garantiram que tarifas
promocionais não cobrem os custos de operação e só fazem aumentar o
rombo.
Além dos preços, foram discutidos também os atrasos
nos vôos do aeroporto da Pampulha e a falta de uma linha regular
entre Divinópolis e São Paulo, a requerimento dos deputados Gil
Pereira (PP) e Paulo César (PRTB). O requerimento teve emenda do
deputado Biel Rocha (PT), solicitando esclarecimentos sobre a
redução de vôos na Zona da Mata e Triângulo.
Não há demanda na aviação
Os representantes da Tam, da Vasp e da Total
garantiram que o problema não é de tarifa, mas de falta de
passageiros. O diretor da Tam em Minas, Sérgio Toledo, informou que
a demanda de passageiros no Brasil não equivale nem a 10% da demanda
nos Estados Unidos. "Dos 45 milhões de passageiros/ano, no Brasil,
só 10 milhões são de pessoas físicas". O representante da Vasp, Nino
Bellini, lembrou que a aviação é um dos setores que mais pagam
impostos, o que encarece os custos.
Sobre vôos regulares para Divinópolis, ponto
enfatizado pelo deputado Paulo César, os representantes das empresas
afirmaram que é um mercado que não interessa às grandes empresas,
que não operam com aeronaves pequenas. Para eles, companhias
regionais teriam de ocupar este mercado. O prefeito de Divinópolis,
Galileu Teixeira Machado, garantiu que o aeroporto da cidade tem
condições de abrigar linhas que operem em horários diferenciados,
após as reformas de balizamento na pista. Ele disse que há demanda
de passageiros para São Paulo, já que Divinópolis concentra a
atividade industrial e comercial de toda a região.
Brigadeiro explica atrasos
O representante do Departamento de Aviação Civil
(DAC), brigadeiro Jorge Godinho Barreto Nery, apresentou as
justificativas para os atrasos dos vôos da Pampulha e a desativação
de linhas no Triângulo. Ele informou que em abril deste ano, dos
4.120 vôos realizados, 1.291 tiveram atrasos superiores a 15
minutos, sendo que 75% dos atrasos ocorreram por problemas alheios
às empresas, como fatores meteorológicos e interdição de
aeroportos.
Sobre a redução das ofertas de vôos no Centro-Oeste
mineiro, o brigadeiro Godinho afirmou que foi conseqüência do acordo
comercial entre Varig e Tam. Em Uberlândia operam a Total e a Tam.
Em Uberaba a Total, a Rio Sul e a Pantanal, também com
compartilhamento de assentos com a Varig e a Tam. Na Zona da Mata,
em Juiz de Fora, segundo o DAC, a redução de vôos é conseqüência de
problemas operacionais com a empresa Pantanal.
Sobre uma linha entre Divinópolis e São Paulo, o
brigadeiro Godinho sugeriu que a prefeitura passe para as empresas o
estudo de aviação que o órgão possui, destacando que, neste estudo,
a cidade consta como uma das propensas a formar demanda.
Acordo não beneficia passageiros
O deputado Adalclever Lopes (PMDB) enfatizou que o
acordo comercial entre Varig e Tam não poderia ser benéfico para o
passageiro, na medida que acabava com a concorrência, enquanto o
deputado Elmiro Nascimento (PFL) afirmou que se houvesse diminuição
do preço das passagens, haveria aumento na oferta de passageiros. O
deputado Djalma Diniz (PSDB) sugeriu uma parceria entre as empresas
e as prefeituras, para garantir a presença de passageiros, no início
das operações. O autor do requerimento que pediu a reunião, deputado
Paulo César, sugeriu que nos vôos entre Belo Horizonte e São Paulo
haja uma escala em Divinópolis. As empresas pediram ao prefeito
Galileu Teixeira estudos de viabilidade.
Presenças - Participaram
da reunião os deputados José Henrique (PMDB), presidente da Comissão
de Turismo e que presidiu a reunião conjunta, Elmiro Nascimento
(PFL), Biel Rocha (PT), Paulo César (PRTB), Adalclever Lopes(PMDB),
Djalma Diniz (PSDB) e Laudelino Augusto (PT).
|