Direitos Humanos recebe denúncias e aprova requerimentos

A Comissão de Direitos Humanos recebeu, nesta quarta-feira (23/04/2003), diversas denúncias de ameaça de morte, arbit...

23/04/2003 - 15:39
 

Direitos Humanos recebe denúncias e aprova requerimentos

A Comissão de Direitos Humanos recebeu, nesta quarta-feira (23/04/2003), diversas denúncias de ameaça de morte, arbitrariedade e negligência de órgãos públicos. No "pinga-fogo", fase da reunião destinada a receber as queixas dos cidadãos, o primeiro a pronunciar foi o presidente da Federação dos Trabalhadores das Indústrias Extrativas de Minas Gerais, José Maria Soares. Ele denunciou que vem recebendo ameaças de morte de prepostos de empresas extrativas terceirizadas devido às constantes denúncias que vem fazendo contra as más condições de trabalho nesse setor.

Soares disse que um preposto da Celulose Nipo Brasileira S.A.(Cenibra) o prendeu dentro de um ônibus e o levou para a mata da empresa, ameaçando-o. Segundo Soares, a as condições de trabalho na Cenibra estão a cada dia mais precárias, com a terceirização de 85% de sua mão-de-obra, o transporte irregular dos funcionários em ônibus velhos, junto de materiais tóxicos e o arrocho salarial - "trabalha-se de 14 a 16 horas por dia para ganhar R$213 brutos".

O sindicalista denunciou também que detentores de cargos de chefia nas terceirizadas do setor extrativo - Padrão Florestal e KTM - ameaçaram atropelá-lo. Em resposta às denúncias, a comissão aprovou requerimento da deputada Marília Campos (PT) solicitando providências aos órgãos federais e estaduais competentes para apurar e coibir agressões e ameaças contra o sindicalista.

Condenação de PM´s - Outra queixa foi apresentada pelo policial militar Mário Flávio, que pediu providências quanto à prisão e condenação de dois colegas de trabalho, os cabos PM Pinheiro e Amaral. De acordo com Flávio, os dois foram incriminados indevidamente por um assalto à Cooperativa de Crédito de Esmeraldas, no início de agosto de 2002. No fim desse mês, o cidadão Elton foi preso acusado do assalto e afirmou ter contado com a participação dos dois cabos. "A juíza da cidade responsável pelo caso, desconsiderando testemunhas que depuseram em favor dos militares, preferiu acreditar no depoimento de um bandido", criticou Mário Flávio.

Manifestação contra invasão do Iraque é tratada por Polícia Militar

O subcomandante do 1º batalhão da Polícia Militar, major PM Pinheiro, abordou os incidentes ocorridos durante a manifestação contra a invasão do Iraque, no centro da Capital, em 10 de abril. Para o major, a Polícia teria apenas coibido os atos de vandalismo, sem praticar violência, como foi acusada. Além disso, ele argumentou que foram os policiais que mais se feriram - 11 deles - enquanto poucos manifestantes sofreram pequenas escoriações, acrescentou o militar. "Num conflito como esse, mortes poderiam ter ocorrido, se os homens da Polícia Militar não fossem suficientemente preparados", declarou. Para investigar o assunto, foram aprovados dois requerimentos, um do deputado Gilberto Abramo (PMDB) para ouvir o comandante da Polícia Militar e pessoas envolvidas na manifestação; e outro, dele e do deputado Durval Ângelo, pedindo o acompanhamento pela comissão do inquérito que investiga a ação policial contra os manifestantes.

Anatel - Já José Tiago dos Santos, denunciou arbitrariedades que teriam sido cometidas pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) junto à emissora de rádio comunitária da qual é presidente. Segundo Santos, a Anatel, sem ter mandato, invadiu sua rádio, exercendo indevidamente o papel de polícia. A agência, para ele, age por pressão das emissoras de rádios comerciais que, ao contrário das comunitárias, não abrem seus microfones para que o povo se manifeste.

Outros requerimentos aprovados:

* Dos deputados Durval Ângelo e Marília Campos, do PT, solicitando à Polícia Federal cópia do Estudo de Planejamento de Ações da Polícia Federal para o período de 2003 a 2006;

* Da deputada Marília Campos (PT), solicitando audiência pública para debater a criação de reservas de vagas em cursos de nível superior nas instituições estaduais de ensino para portadores de deficiência;

* Do deputado Durval Ângelo (PT): dois requerimentos de audiências públicas, um para debater o descumprimento da Lei estadual 13.187/1999, que determina o pagamento de indenização à vítima de tortura praticada pelo Estado, de 02/09/61 a 15/08/79, tendo em vista a morosidade e paralisação dos processos de indenização no Conselho Estadual de Direitos Humanos (Conedh); e outro para apurar as circunstâncias do falecimento de Wanderlei Sobrinho Alves de Oliveira, no Hospital Regional de Juiz de Fora, em 22/10/2000, que teve seu corpo queimado. O terceiro requerimento do deputado solicita informações aos secretários de Estado de Planejamento e Gestão, Antônio Anastasia, e de Defesa Social, Lúcio Urbano, sobre a aplicação da Lei Complementar 65/2003, que trata da integração e equiparação de servidores públicos à função de defensor público.

Presenças: Participaram da reunião os deputados Durval Ângelo (PT), presidente da comissão; Roberto Ramos (PL), vice; Célio Moreira (PL), Mauro Lobo (PSB), Gilberto Abramo (PMDB) e Gustavo Valadares (PRTB).

 

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