Diretor da Nelson Hungria responde a questionamentos

Maior efetivo policial e valorização dos agentes penitenciários. Na opinião do novo diretor-geral da Penitenciária Ne...

07/04/2003 - 20:47
 

Diretor da Nelson Hungria responde a questionamentos

Maior efetivo policial e valorização dos agentes penitenciários. Na opinião do novo diretor-geral da Penitenciária Nelson Hungria, coronel Alvenir José da Silva, estas são apenas algumas das medidas necessárias para impedir novas fugas e aumentar a segurança no presídio. O coronel prestou depoimento à Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa de Minas Gerais nesta segunda-feira (7/4/2003).

O coronel garantiu que as mudanças na Nelson Hungria já estão a caminho, mas elas serão gradativas e dependem de investimentos do Estado. "Precisamos de reforço da Polícia Militar, pois apenas quatro das 24 guaritas são ocupadas. Além disso, os agentes penitenciários estão desmotivados. Somente com obras, moral elevado dos funcionários e aumento do efetivo policial, será possível mudar essa situação", afirmou o novo diretor.

Questionado pelos deputados, coronel Alvenir José teve que responder às diversas denúncias ouvidas pela comissão. O coronel argumentou que é preciso manter os freezers na penitenciária para guardar alimentos para os parentes de detentos que passam o fim de semana na Nelson Hungria. "É nesses congeladores que fica guardada a comida trazida pelas próprias famílias dos presos durante as visitas, pois o Estado não tem condições de fornecer alimentação para todos os visitantes que passam o fim de semana com os detentos", justificou. O diretor ressaltou, no entanto, que esses freezers não serão mais controlados pelos detentos, e sim por agentes penitenciários.

O diretor-geral também teve que explicar as denúncias de que prostitutas passam o fim de semana com os presos. Ele garantiu que os todos os visitantes que ficam os finais de semana penitenciária são familiares dos detentos, previamente cadastrados e com entrada controlada. Mas reconheceu que não há controle sobre as pessoas que passam apenas as tardes de sábado na penitenciária. "O agente penitenciário às vezes é omisso", admitiu.

Subsecretário anuncia mudanças

Já o subsecretário de Administração Penitenciária, Agílio Monteiro, garantiu que o Estado está fazendo o possível para contornar a crise no sistema penitenciário mineiro. Ele reconheceu que faltam vagas nos presídios e os investimentos no setor são insuficientes, mas os primeiros passos para reverter essa situação já foram dados.

De acordo com Agílio Monteiro, o Estado ainda não adquiriu os equipamento necessários para colocar em operação uma torre bloqueadora de celular na Nelson Hungria. No entanto, garantiu que novos agentes penitenciários já estão sendo contratados e que dentro de 30 dias a penitenciária terá um pavilhão de segurança máxima. Segundo o subsecretário, o ex-diretor da Nelson Hungria, Salvador Marzano, não vai assumir a direção de nenhuma outra penitenciária no Estado.

Munido de documentos, o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Minas Gerais, Marcos Terrinha, reforçou mais uma vez as denúncias de irregularidades que estariam ocorrendo na Nelson Hungria, como a entrada ilegal de comida, drogas, celulares e prostitutas e a contratação de parentes do ex-diretor de segurança, Carlos Roberto de Oliveira, para áreas-chave da penitenciária.

O corregedor da Secretaria de Defesa Social, Paulo Roberto Ferreira, entregou à comissão um resumo de todas as sindicâncias feitas durante sua gestão. Ele enfatizou que foram instalados dois procedimentos administrativos, um para investigar as fugas, já em fase de conclusão, e outro para tratar da apreensão de materiais na operações "pente-fino". Paulo Roberto solicitou ainda a Marcos Terrinha que lhe encaminhasse a documentação para ajudar na apuração dos desvios apontados.

REQUERIMENTOS APROVADOS

Foram aprovados dois requerimentos na reunião, um do deputado Rogério Correia (PT) e outro do deputado Irani Barbosa (PFL). Correia solicita que sejam ouvidos pela Comissão as seguintes pessoas: André Estevão Ubaldino, procurador de Justiça; Cláudio Dornelas, delegado de Polícia Federal; Otávio Augusto Martins Lajes, promotor da Vara de Execuções Criminais de Belo Horizonte; José Karan, superintendente de Segurança e Movimentação Penitenciária da Secretaria de Defesa Social; Paulo Roberto Ferreira, corregedor da Secretaria Estadual de Defesa Social; Marcos Terrinha, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Minas Gerais. O deputado Irani Barbosa (PFL) solicita que a comissão analise o relatório final da CPI do Sistema Prisional.

PRESENÇAS

Participaram da reunião os deputados Sargento Rodrigues (PDT), presidente; Alberto Bejani (PFL), vice; Rogério Correia (PT) e Irani Barbosa (PFL).

 

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