Seminário avaliará política de recursos hídricos

A Assembléia de Minas Gerais faz história, mais uma vez, ao promover o Seminário Legislativo Águas de Minas II, de 1º...

28/06/2002 - 11:27
 

Seminário avaliará política de recursos hídricos

A Assembléia de Minas Gerais faz história, mais uma vez, ao promover o Seminário Legislativo Águas de Minas II, de 1º a 3 de julho, para avaliar a legislação federal e estadual sobre recursos hídricos. O Seminário, que recebeu cerca de 1.300 inscrições, será aberto na próxima segunda-feira (1/7/2002), às 8h30, no Plenário da Assembléia Legislativa. O objetivo é avaliar a legislação federal e estadual sobre recursos hídricos e receber propostas da sociedade civil, dos usuários e do poder público para possíveis alterações dessas normas. Na manhã de segunda-feira, após a abertura, haverá a apresentação de um esquete sobre o uso e legislação de recursos hídricos, com uma visão crítica sobre a Agência Nacional de Águas (ANA), pelo grupo MDC Produções Teatrais, de Pirapora. Na Galeria de Artes da Assembléia, instituições participantes montarão estandes mostrando o trabalho desenvolvido no Estado.

A dinâmica do evento é constituída de palestras, debates e grupos de trabalho. Nos grupos, os participantes vão discutir os documentos elaborados pelas Comissões Técnicas Interinstitucionais (CTIs) - formadas por entidades que apóiam o seminário - sobre Gestão das Águas, Agências de Bacias e Gerenciamento das Águas: Instrumentos. Também estarão em debate cerca de 450 sugestões, apresentadas nas reuniões de interiorização do seminário. Na quarta-feira (3/7), às 8h30, será realizada a plenária final, para votação de um documento com propostas que serão encaminhadas ao presidente da Assembléia, deputado Antônio Júlio (PMDB). O documento servirá de base para apresentação de projetos de lei em Minas e de propostas para alterações na legislação federal. A programação completa está na internet, no endereço www.almg.gov.br/eventos.

Histórico - Em 1993, com a realização do Seminário Águas de Minas, a Assembléia deu o primeiro passo, no Brasil, para a criação de uma lei que tratasse do gerenciamento da água. Naquela ocasião, quase 600 pessoas da área de meio ambiente participaram dos debates que resultaram na lei que inspirou a legislação federal em vigor. Também a partir do Águas de Minas formaram-se os 34 Comitês de Bacias Hidrográficas de Minas Gerais, que ainda estão sendo concretizados. Destes 34 Comitês, 12 estão em funcionamento e sete têm comissão provisória. O primeiro seminário contribuiu, ainda, para a criação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, que, atualmente, trabalha nas áreas de poluição industrial, de águas, e biomas florestais.

Com o Seminário Águas de Minas II, o Legislativo mineiro quer avaliar a atual política de recursos hídricos, e faz isso com o apoio de 48 entidades governamentais e não-governamentais, que participaram do planejamento, definiram os temas a serem discutidos e quem seriam os palestrantes. A participação da sociedade foi ampliada com a realização de 17 reuniões regionais, que reuniram cerca de 2 mil pessoas ligadas a questões ambientais, em municípios-pólo das sete bacias hidrográficas de Minas Gerais.

Plano diretor e cobrança pelo uso da água

A política de recursos hídricos prevê uma série de instrumentos de gestão. O principal deles é o plano diretor, que vai definir o planejamento do uso das águas, fazer um diagnóstico da situação da bacia hidrográfica, um levantamento dos principais usos e demandas e a definição de modelos para definir prioridades de uso e investimentos. Outro instrumento é a outorga, prevista desde o Código de Águas de 1934. A idéia fundamental é de que a água é um bem público e, para usá-la, qualquer um precisa de autorização que, atualmente, é dada pela Agência Nacional das Águas (ANA) no caso de águas federais, ou pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), em âmbito estadual.

Cobrança - Outro instrumento de gestão, bastante polêmico, é a cobrança pelo uso da água, tendo em vista o princípio usuário-pagador/poluidor-pagador. A cobrança é o instrumento econômico dos Comitês de Bacias, porque deverá ser usada para financiar as ações e planejamentos. Também terá um caráter educativo e de racionalização do uso da água, uma vez que todos vão pagar pelo que consomem e de acordo com a qualidade da água que devolvem ao meio ambiente. O Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul será o primeiro a cobrar pelo uso da água, a partir de novembro deste ano.

 

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