Comissão discute situação da BR-135

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19/06/2002 - 20:03
 
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A Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas da Assembléia Legislativa realizou audiência pública nesta quarta-feira (19/6/2002) para obter esclarecimentos sobre a atual situação em que se encontram as obras de recuperação da BR-135 e sobre denúncias de irregularidades na emissão de multas. Além de lideranças do Norte de Minas, representantes do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/MG), do Departamento Nacional de Infra-estrutura Terrestre (DNIT) - extinto DNER - e da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) estiveram presentes na reunião. O deputado Arlen Santiago (PTB) começou o encontro ressaltando a precária situação da BR-135 e, para isso, citou dados estatísticos. Segundo ele, no período de janeiro a julho de 2001, ocorreram 113 acidentes, com 166 veículos envolvidos, 14 mortes e 76 feridos. "Esta estrada tem matado e ferido muita gente", alertou.

Sobre a realização de obras de recuperação na BR-135, o engenheiro do DER, Anderson de Souza Lima, disse que um trecho de 180 quilômetros, entre Joaquim Felício e a BR-040, faz parte do convênio de obras firmado entre o DER e o DNIT. De acordo com Anderson, o DER está apenas aguardando autorização do Bird (Banco Mundial), responsável por 80% dos recursos, para início da licitação das obras na rodovia. "A previsão é de que até outubro as obras de recuperação da rodovia comecem", prometeu.

Enquanto aguarda-se aprovação do Bird, o chefe de serviços de operações do DNIT, Álvaro Campos de Carvalho, informou que, em caráter emergencial, uma operação tapa-buracos começará em julho. "Temos recursos de R$ 160 mil garantidos para essa operação e esperamos conseguir mais R$ 150 mil", disse. Ele lembrou, ainda, que não há vinculação de recursos para rodovias. Eles são provenientes da União em períodos específicos e fazem parte do orçamento. "Temos que fazer pressão política e das comunidades para mudar isso", acredita.

Privatização - O diretor da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), Reinaldo Alves da Costa Neto, disse que o problema na BR-135 é de tal gravidade que a agência não se furtará de estar à disposição para ajudar e dar uma supervisão suplementar. "Não vamos abrir mão da responsabilidade que temos sob nossos corredores; e a BR-135 faz parte da primeira extensão das rodovias federais que serão objeto de licitação de transferência da exploração para a iniciativa privada", afirmou. O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros, Alexandre Pires Ramos, também acredita que o caminho é a privatização, mas antes é preciso que a rodovia seja recuperada.

Multas - Na reunião da Comissão, o deputado Dinis Pinheiro (PL) destacou também a ocorrência de "multas irresponsáveis, desumanas e injustas em Minas Gerais, inclusive multas duplas, ocorridas no mesmo dia e na mesma hora". O engenheiro do DER, Anderson de Souza Lima, tentou esclarecer a questão com um ofício do órgão, destinado ao deputado, no qual explica a multa dúbia. Já o chefe de serviços de operações do DNIT, Álvaro Campos de Carvalho, defendeu-se das críticas dizendo que duas empresas operam os radares em Minas Gerais: Consórcio Rodovidas, responsável pelos radares móveis, e Consórcio Segurança na Estrada, responsável pelas barreiras eletrônicas. Segundo ele, essas empresas não multam, elas monitoram e registram as velocidades praticadas nas estradas. "O monitoramento é enviado ao DNER, em Brasília, que define as multas. Além disso, a posição dos radares é determinada pelos engenheiros do órgão", conta.

Região tem pressa

Os representantes das comunidades locais reivindicaram soluções emergenciais. O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Montes Claros, Alexandre Pires Ramos, ressaltou os prejuízos materiais dos veículos e empresas da região e as vidas perdidas na BR-135, no trecho que passa no Norte de Minas. "Somente em Montes Claros, deixam de transitar mais de três mil carros por dia na rodovia. A região tem pressa porque está ficando isolada. A BR-135 é importante para o escoamento de produção do Nordeste para o Sul do Brasil", alertou. Segundo Alexandre, a região não pode passar por outro período de chuva com a estrada repleta de buracos.

A mesma opinião tem o presidente do Sindicato das Empresas de Carga do Norte de Minas, Antônio Henrique Sarpori, que destacou: "as empresas estão tendo prejuízos com seus veículos devido às más condições das estradas". Ele perguntou, na reunião, quem se responsabiliza pelo prejuízo dessas empresas e pediu ações imediatas na região. O ex-deputado Roberto Amaral, representante da classe rural do Norte de Minas, também acredita que a BR-135 deve entrar no nível de "caráter excepcional" na ajuda dos órgãos.

O vereador de Curvelo, Edson Eugenio Silva, questionou a necessidade de se esperar recursos externos para resolver problemas como o da BR-135 e lembrou o caso do trevo próximo a Curvelo, conhecido como "trevo da morte". "Os governos federal e estadual não podem ajudar? Peço respeito à vida humana e apelo para segurança nas estradas", disse. Também vereador de Curvelo, Maurício Magalhães apelou para a "boa vontade das autoridades de olharem aqueles que vivem na região".

Presenças

Estiveram presentes na reunião os deputados Dilzon Melo (PTB), Ambrósio Pinto (PTB), Irani Barbosa (PSD) e Cristiano Canêdo (PTB).

 

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