O presidente do Comitê Executivo de Estudos Integrados da Bacia do São Francisco (Ceeivasf), José Theodomiro de Araújo, falou que a questão da seca no Nordeste brasileiro não é falta de água, e sim um problema cultural; e que o projeto de transposição do São Francisco é um projeto inacabado. "O governo vai mandar a água para os Estados e eles é que terão que fazer a distribuição da água", afirmou. A operacionalidade do projeto foi outro ponto tocado por José Theodomiro, que disse que as águas correrão por 2 mil quilômetros a céu aberto e que, evidentemente, será aproveitada pela população. Na opinião de José Theodomiro, estão sendo ignoradas quaisquer outras formas de obtenção de água senão a transposição do rio.

Debateu também contra a transposição, o representante do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea/MG), Sérgio Menin Teixeira de Souza. Além de discorrer sobre o Projeto de Lei 4.147, Sérgio Menin falou sobre a titularidade nas regiões metropolitanas. O representante do Crea/MG, disse que não vê vantagens com a transposição, apenas riscos e problemas. "Na situação em que nos encontramos, com a água cada vez mais escassa, não podemos nos dar ao luxo do desperdício", disse. De acordo com dados fornecidos por Sérgio Menin, o volume de água que será perdido na evaporação, caso a transposição ocorra, é mais do que a Copasa gasta para abastecer Belo Horizonte. "A revitalização é um processo importante, mas nada tem a ver com a transposição", concluiu.

Os deputados Francisco Tenório (PDT) e Nicodemus Falcão (PFL), de Alagoas e Sergipe, respectivamente, falaram dos problemas que seriam trazidos com a transposição e afirmaram que os dois Estados estão juntos contra a distribuição das águas do rio São Francisco.

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