O engenheiro agrônomo da Ruralminas, Augusto César Soares dos Santos, foi ouvido, nesta quarta-feira (28/06/2000), pela Comissão Especial do Rio São Francisco. A Comissão foi criada para, no prazo de 60 dias, proceder a estudos sobre a transposição de águas do Rio São Francisco e sobre a revitalização de seus afluentes.

Augusto César, representando o presidente da Ruralminas, Caio Júlio César Brandão Pinto, falou sobre o projeto de recuperação de bacia hidrográfica do São Francisco, elaborado com base nos "Planos Diretores dos Afluentes do Rio São Francisco", executados sob a responsabilidade da Ruralminas. Segundo ele, estes planos funcionam como uma "radiografia" da bacia e mostram se o rio tem suporte para a transposição. Ele informou que a bacia tem sido estudada em todos os setores - físico, econômico e biológico - para a produção de mapas e relatórios. Os planos serão disponíveis em CD ROM para prefeituras e ONGs.

Para o agrônomo, a transposição pode causar danos ecológicos e impactos ambientais e estes devem ser estudados para evitar problemas maiores dos que os que já existem. "Uma obra como esta deve custar por volta de 2 ou 3 bilhões de Reais e só será concluída em 30 anos. É preciso recuperar o rio antes de mudar seu curso", disse. Ele ainda recomendou uma boa educação ambiental para crianças e jovens, a fiscalização de garimpos, melhor preparação do poder Judiciário, preservação das nascentes, incentivo ao ecoturismo, promoção do reflorestamento e tratamento do lixo urbano.

O deputado Wanderley Ávila (PPS) disse que, por mais protestos que existam em relação à transposição, a decisão sobre o assunto é do governo federal e Minas deveria ser ouvida sobre a questão.

Participaram da reunião os deputados Luiz Tadeu Leite (PMDB), que a presidiu, Doutor Viana (PDT), João Batista de Oliveira (PDT) e Wanderley Ávila (PPS).

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