Pronunciamentos

VITTÓRIO MEDIOLI (PSDB), Deputado Federal - MG Presidente do Jornal "O Tempo"

Discurso

Transcurso do 8º aniversário de fundação do Jornal "O Tempo".
Reunião 65ª reunião ESPECIAL
Legislatura 15ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 18/12/2004
Página 75, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO. COMUNICAÇÃO.
Proposições citadas RQS 1453 de 2004

65ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª LEGISLATURA, EM 14/12/2004

Palavras do Deputado Federal Vittorio Medioli

Caro Deputado Mauri Torres, Secretário Danilo de Castro, Deputado Toninho Andrada, mais um amigo que um Deputado ou um Deputado amigo; Prefeito Ademir Lucas.

Não dá para citar todos os nomes, mas temos 29 Deputados Estaduais presentes. Enche-me de orgulho e de satisfação ser acompanhado, nesta noite de homenagem ao nosso empreendimento, por uma platéia tão ilustre e tão qualificada.

Agradeço, além de todos os Deputados presentes, o Prefeito de Bocaiúva, Alberto Caldeira; o Prefeito eleito de Minas Novas, Murilo Badaró, nosso companheiro e respeitável amigo, Presidente da Academia Mineira de Letras, por enquanto. Quem sabe chegará a ser Presidente da Academia Brasileira de Letras.

Completamos, há poucos dias, oito anos de circulação do jornal “O Tempo”, um projeto editorial e gráfico que não fica apenas nesse veículo diário, mas se estende ao jornal “Pampulha”, um semanário de grande tiragem e forte penetração na região metropolitana, com 116 mil exemplares. Há também o jornal “O Tempo” de Betim, que circula naquela região, com 34 mil exemplares a cada semana. Merece destaque aqui também o “O Tempo” de Contagem, que nasceu há dois anos e tem hoje já um grande respeito junto ao seu público-alvo, que é a população de Contagem, onde circulam 24 mil exemplares a cada fim de semana. O último a nascer foi o “Super Notícias”, um jornal de baixo custo, muito concentrado e que atende a uma população necessitada de uma leitura rápida, de utilidades do dia-a-dia, portanto um jornal mais popular. Ele vem crescendo muito e é uma das nossas maiores satisfações.

Nesses oitos anos, passamos por muitos momentos de grandes satisfações e de grandes dificuldades. Houve momentos em que foi necessário muito pulso para manter a iniciativa desse empreendimento. Mas sabemos que Deus dá a cada um a cruz que merece e que pode carregar. Conseguimos carregar esse empreendimento até colocá-lo em um ponto irreversível. Hoje, “O Tempo” é uma realidade e um projeto empresarial equilibrado, que emprega mais de 500 pessoas diretamente e mais uma infinidade de outras de forma indireta. Em Contagem, inclusive, é um dos maiores empregadores, o segundo, dentro do Estado de Minas Gerais.

O jornal adquiriu uma importância econômica, social e o respeito político. Procuramos manter-nos com o máximo de isenção em nossos editoriais. A nossa regra principal é termos um noticiário isento, que possa retratar, da forma mais fiel, os acontecimentos do dia-a-dia. Analisamos sempre pelo contraditório, não apenas confiando numa única versão, mas sim em várias, para que, efetivamente, o que for publicado seja o resultado mais próximo da verdade e da realidade.

Temos dado espaço, também às opiniões mais contraditórias possíveis. É uma fórmula que adotamos, por uma questão tanto democrática quanto de jornalismo moderno.

O leitor não se satisfaz com opiniões partidárias. Quer ouvir os dois lados e tirar suas conclusões. Esse é o jornalismo moderno que se pratica nos Estados Unidos e na Europa, apesar de o Velho Continente ainda manter jornais fiéis a um ideal. Uns são de inspiração socialista, outros de direita, que só publicam artigos em defesa de sua ideologia.

No Brasil, defendemos a multiplicidade de opiniões. A humanidade progride pelo debate, e “O Tempo” nasceu para ser um jornal de debate, em que a população mineira pudesse se espelhar para saber o que está acontecendo em seu Estado - não apenas em parte dele, não apenas uma tendência, mas o que se passa no geral.

Enfrentamos fases desafiadoras. O setor de comunicação sofreu o impacto dos avanços eletrônicos e digitais, o que fragmentou a mídia com novas rádios, TVs, TV a cabo e jornais de bairro. O que antigamente era concentrado em poucos veículos, hoje se pulverizou. Atualmente, múltiplas fontes de informação analisam o mesmo acontecimento. Na verdade, isso não é de todo ruim, porque gera a democratização natural da informação.

Para nós fica a satisfação de ter chegado aos oito anos com a mesma garra dos primeiros dias. Nossa equipe vive ainda o pioneirismo. Sente que “O Tempo” introduziu novos parâmetros no jornalismo mineiro ou despertou os que estavam adormecidos. Nosso jornal agregou-se a um processo que se iniciou na década de 90, quando da fundação do “Hoje em Dia”. Depois, vieram outros, não com a mesma importância dos jornais diários, mas oferecendo ao mineiro várias possibilidades de informação.

Nossos arquivos testemunham o que era a imprensa mineira antes de 23/11/96, data em que “O Tempo” foi lançado nas bancas. São exemplares de jornais antigos. A mudança foi notável, acelerada e irreversível, porque “O Tempo” nasceu com o objetivo de fazer um jornalismo moderno. Estimulou Minas Gerais a se adaptar ao que nosso jornal passaria a defender em suas páginas.

Claro que essa época foi difícil e o peso da mídia impressa no contexto geral diminuiu, mas continua como a maior formadora de opinião e como a fonte mais segura, até porque é uma fonte escrita que fica. Diziam os latinos: “verba volant”, ou seja, as palavras voam e “scripta permanant”, ou seja, o que está escrito fica.

Portanto, as coisas que se dizem são diferentes das coisas que se escrevem, porque o que se escreve tem uma importância histórica e fica registrado de forma permanente e à disposição de uma análise constante. O que se diz muitas vezes pode ser fruto até de uma interpretação momentânea ou de um momento peculiar. Mas o que será estampado no papel tem uma força incrível. Hoje, no País, veículos como “Veja”, “Folha”, “O Globo” e outros, todos eles dedicados à mídia impressa, são os verdadeiros formadores de opinião do País.

Sinto-me muito satisfeito, até porque não esperava a presença de tantas pessoas qualificadas para esta homenagem dos oito anos do jornal “O Tempo”. O nosso projeto editorial pretende continuar se aprimorando. Temos alguns projetos para 2005 - até ambiciosos -, mas não mudaremos o conteúdo do jornal. Pretendemos deixá-lo mais atrativo e na medida do leitor. Afinal, ele se destina ao leitor e tem de seguir determinadas tendências, permitindo ainda mais a participação da sociedade no nosso espaço, ampliando a cobertura a setores que hoje são marginalizados na cobertura midiática, setores importantes da sociedade.

Queremos também dar um acompanhamento cada vez melhor a essa vida que corre a uma velocidade muito acentuada e num crescimento quase exponencial. Hoje verificamos que as mudanças tecnológicas, com os novos inventos, essa abertura da globalização da Internet estão impulsionando a humanidade a um contínuo aprimoramento e mudança. O jornal “O Tempo” nasceu preparado para seguir esse caminho de mudança e de melhora. Aos nossos profissionais - alguns estão iniciando neste mês e outros estão conosco desde o começo - digo que tenho certeza de que têm capacidade de levar à frente esse desafio com muita competência.

Encerro o meu pronunciamento com uma lembrança, agradecendo postumamente a uma pessoa que colaborou muito com o nosso projeto. Quero homenagear o Sr. Herval Brás, falecido há alguns anos, que foi casado com a Sra. Andréia Neves, irmã do nosso Governador. Peço ao nosso amigo e Secretário Danilo de Castro, que está representando o nosso Governador, que leve essa mensagem a S. Exa. Não me canso de agradecer e até de manter a foto do Herval lá no jornal. Foi ele que possibilitou o surgimento do jornal “O Tempo”, dando a coragem ou a irresponsabilidade - no bom sentido - de entrar em um projeto dessa grandeza. Muitas vezes é preciso alguém que estimule efetivamente a tomar determinadas decisões e que também assuma a responsabilidade de organizar as coisas.

Herval Brás trabalhou conosco nesse projeto, foi indispensável e deixou um vazio grande em todo o jornalismo de Minas Gerais. É uma pessoa a quem todos nós devemos muito. Em nome do Herval Brás, que não está mais conosco, agradeço a todos os que colaboraram com nosso projeto, tanto aos parlamentares aqui presentes quanto aos colaboradores que saíram, mas continuam ligados ao “O Tempo”, àqueles que ainda trabalham no jornal e a seus familiares, a todas as pessoas que são fundamentais para nosso sucesso, que esperamos continuar mantendo e ampliando nos próximos anos. Agradeço a todos. Muito obrigado. Que Deus acompanhe a todos.