Pronunciamentos

SR. PRÓSPERO PAOLI, Professor titular da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Doutor e mestre em Educação Física.

Discurso

Comenta o tema: “Desafios na formação de atletas de base”, dentro do Painel: Realidade e perspectivas do futebol amador e categorias de base em Minas Gerais.
Reunião 91ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 18ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 28/11/2015
Página 84, Coluna 1
Evento II Ciclo de Debates Muda Futebol Brasileiro.
Assunto ESPORTE.
Observação No decorrer de seu pronunciamento, procede-se à exibicao de slides.

91ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 10/11/2015

Palavras do Sr. Próspero Paoli

O Sr. Próspero Paoli - Boa tarde a todos. Quero agradecer o convite para estar aqui hoje, na Assembleia. Foi um dia muito proveitoso e espero que seja assim até o final do evento. Acredito que a fala do procurador do Trabalho, o Dr. Genderson, é uma das mais importantes. Deputado Anselmo, presidente da comissão, na verdade deveríamos ter uma audiência pública na Assembleia para discutir amplamente esse assunto tão importante, que é a formação do atleta de futebol. O Dr. Genderson não deixa de ter razão em seus argumentos, em sua fala. A grande pergunta é: como vamos formar o atleta, se os clubes poderão recebê-lo a partir dos 14 anos de idade? A ciência nos diz que a idade de ouro para que possamos, principalmente, fazer intervenções, construir o acervo motor, a base motora do nosso atleta, é de 11, 12 anos. Na verdade, estamos recebendo nos clubes analfabetos sinestésicos, sérios problemas motores.

Nosso procurador tem razão, aliás, ele aponta soluções, que é o mais importante. Muitas vezes fazemos críticas, apontamos falhas, mas não apontamos soluções. Dr. Genderson, não tenha dúvida de que a saída é termos uma política pública para o esporte no Brasil, mas não temos. Deveríamos ter, como base na formação não só do atleta de futebol mas também de outras modalidades esportivas, a escola, a escola integral, mas também não temos isso. Deveríamos ter espaços nas ruas para trabalhar essa base motora, mas também não temos mais espaços. O deputado João Leite disse aqui hoje que perdemos 13 campos em Belo Horizonte.

Precisamos discutir amplamente esse assunto, discutir esse assunto com os clubes que trabalham nesse negócio, nesse produto, nessa indústria, como Atlético, Cruzeiro e América. Vejo aqui o Prof. Emerson Ávila, coordenador técnico da base do Cruzeiro. Na verdade, não deveríamos discutir somente com os grandes clubes, pois quem alimenta essa indústria são os projetos sociais, são as escolas de futebol, são os clubes menores. Eles também deveriam fazer parte dessa discussão. Assim poderíamos apontar saídas e ter atletas de qualidade, ter garotos de qualidade recebendo a partir dos 14 anos de idade.

Temos de diferenciar o que é formação de base, o que é categoria de base e o que é categoria profissional. Temos um erro conceitual muito grande nesse sentido. Na minha concepção, a formação de base deveria ir até os 16 anos. A ciência nos mostra que o atleta tem seu acervo motor com 15 anos, mas os 16 anos é uma etapa crucial nessa transição. Assim ele poderia ir para a categoria de base, que deveria se iniciar com 17 anos, e depois para a categoria profissional. O que diferencia a formação de base da categoria de base?

Exatamente um dos pontos fundamentais que nos difere do futebol europeu é um plano diretor, é um caderno metodológico, é metodologia, é conteúdo, é respeitar as idades, é respeitar as especificidades de cada faixa etária. A formação de base está regulada pelo conteúdo, pela formação – o nome já diz –, e a categoria de base, aí sim, já não é questão de competição, de resultado.

Temos um grave problema. O deputado João Leite disse aqui hoje, pela manhã, que o futebol não é trabalho, que o futebol é educação, e deveria ser educação prazerosa. Mas não o é, porque é trabalho, é rendimento, é negócio. Um clube investe, em média, R$1.000.000,00 por mês em suas categorias de base. São R$12.000.000,00 por ano. Então, é um negócio, há investimento. Essa educação, para ser prazerosa, deveria iniciar-se... O Dr. Genderson me disse uma frase aqui que vou plagiar, vou utilizar: “Não existe formação sem formadores”. Todo processo, na verdade, começa pela qualificação dos nossos profissionais.

Mas vocês podem ter uma certeza: estou há 30 anos estudando futebol e convivendo nesse meio. Depois do 7 a 1 muito se criticou, e quiseram até jogar no colo da base toda a culpa pelo que aconteceu. Conheço todos os grandes e os médios clubes e os clubes formadores neste país. A qualidade dos nossos profissionais é muito boa, temos excelentes profissionais trabalhando nesses clubes. Em Minas mesmo, há uma qualidade de um Klauss Câmara conduzindo o Cruzeiro, de um André Figueiredo dirigindo o Atlético, lá no América o Evandro. Há profissionais da qualidade de um Emerson Ávila, de um Diogo Giacomini, de um Marcos Valadares, de um Alexandre Lemos, de um Leonardo Cherede, de um Ricardo, no Atlético. E aí vai pelo Brasil afora. Temos qualidade dos nossos profissionais. Mas precisamos qualificar mais os nossos gestores. O grave problema do futebol de base e do futebol profissional brasileiro é a dimensão política. É onde temos realmente de avançar mais.

Estou preocupado com o horário, mas espero que dê tempo. Sim, este é um grande problema quando nos referimos à questão da formação: a especialização precoce. Há um excesso de carga e estímulo, uma preparação unilateral. O futebol brasileiro foi regulado por muito tempo, porque o futebol europeu queria o perfil de jogador alto, forte e veloz. Privilegiamos isso por muito tempo durante o processo de formação no futebol. Com isso, trabalhamos muito a parte física e nos esquecemos de que toda e qualquer ação do futebol, pode ser um tiro de 30m, 40m no campo, sem a bola, é tática. Toda e qualquer ação no futebol é tática, o futebol é um esporte tático. Por isso sempre temos, na tomada de decisão de um atleta, três respostas, duas cognitivas e uma motora. São duas respostas cognitivas, a primeira delas é identificar o problema; a segunda é encontrar uma solução para esse problema e a terceira é executar essa solução. Por isso o futebol mudou, ele está mais veloz, tem o ritmo mais acelerado, joga-se em pequenos espaços, com pressão forte ao portador da bola. Com isso, qual é o perfil do jogador que queremos hoje formar? É o jogador que tenha velocidade no processo da informação e na execução da ação motora.

Para isso, meus amigos, o processo de escolarização, em que muitas vezes há omissão por parte das famílias, dos clubes e até dos nossos órgãos fiscalizadores, que não dão conta disso, tem relação direta com o nível de inteligência do jogador que se quer formar.

Se o espaço diminuiu, se a pressão ao portador da bola aumentou, e se é preciso tomar decisão mais rapidamente, esse jogador deve ter uma leitura de jogo muito rápida.

Aparecimento de barreiras de rendimento, lesões provocadas pela carga de treino e abandono desportivo: o futebol tem um grande problema, a oferta com baixa demanda. É isso que faz com que se tenha pressa e não haja paciência com o processo. Estamos falando de formação, que deveria ser, no mínimo, de 10 anos. Mas, nos clubes, um jogador de 15 anos de idade inicia a temporada muito bem, vai na curva, é normal a oscilação – o processo de maturação vai até os 23 anos de idade, estou falando da regra, não da exceção –, e ele tem uma queda. Nessa queda, tem muitas ofertas e o mandam embora, é liberado. Ou seja, não dão tempo ao tempo, não dão tempo ao processo de formação porque tem uma grande oferta e uma baixa demanda. Um grupo é formado por 25, 30 atletas, na categoria sub-15, sub-17, sub-20. Mas há uma oferta muito grande, o que faz com que haja paciência com esse processo, o que é grave no futebol.

Esta foto se reveste de um capital simbólico muito grande, é de maio de 2011, na Granja Comary, e talvez represente o grande legado que um mineiro deixou, chamado Ney Franco. O Ney tinha um projeto para a base no Brasil, e, pela primeira vez desde 1500, quando este país foi descoberto e se falou em futebol, alguém conseguiu reunir os gestores de 37 dos 40 clubes do futebol brasileiro. Ficamos três dias na Granja Comary discutindo futebol de base. Discutindo muito aliciamento de jogador, a falta de ética entre os clubes, a questão de calendário, e muitas coisas avançaram. Para terem ideia, a cada três meses existe um movimento do futebol de formação de base no Brasil, o MFFB, formado por todos os clubes que trabalham com base. Eles se reúnem a cada três meses, e já avançamos em muitas discussões. Por isso essa reunião na Granja Comary foi importante. Estive lá a convite do Ney Franco para desenvolver uma palestra a respeito das variáveis que interferem no processo de formação. E deveríamos discutir e refletir mais. Por isso, deputado Anselmo e Dr. Genderson, precisamos fazer uma ampla discussão.

Mas precisamos apontar uma solução, e vou repetir, uma saída talvez seja uma política pública para o esporte no País. O Leonardo, em entrevista recente, chamou minha atenção quando disse que a formação do treinador brasileiro é empírica. Infelizmente, é. Ainda estamos discutindo quem deve ser o treinador, se o ex-atleta ou o professor de educação física. Como já disse, essa frase é do Dr. Genderson, não existe processo de formação sem formador. E formador também deve passar por um processo de formação.

A Universidade Federal de Viçosa, da qual sou professor de futebol há 32 anos, com muito orgulho, tem procurado contribuir para o mercado. Temos qualificado muitos profissionais. Temos uma pós-graduação em futebol que está indo para a nona turma, são 11 anos de pós-graduação em futebol. A CBF, com a Escola Brasileira de Futebol, tem feito uma tentativa de qualificar os nossos profissionais. A Universidade do Futebol, com o Prof. Medina e o Prof. Tega, que esteve conosco pela manhã, também tem tentado fazer isso. Mas o caminho é esse, a formação não pode ser empírica porque temos conteúdos a serem trabalhados e precisamos de planejamento, sistematização, avaliação e controle. Por isso a formação é importante. E precisamos entender cada vez mais de pessoas porque, apesar da tecnologia, trabalhamos com pessoas. E, se trabalhamos com pessoas, trabalhamos com comportamento humano, e precisaríamos estudar mais o comportamento humano.

Particularmente tive, há pouco tempo, uma crise de transtorno de ansiedade, de pânico, por excesso de trabalho e de pressão a que somos submetidos para cumprir ensino, pesquisa, extensão, gestão, etc. Foi por isso, Dr. Genderson, que fui estudar o transtorno de ansiedade, e não escapei de fazer uma analogia com um atleta de futebol que, com 14 ou 15 anos de idade, tem que disputar um clássico, sob a pressão de ser titular ou reserva, de perder a posição, de ser apontado como culpado. É por isso, então, que aqueles que querem ser formadores têm de estudar pessoas, estudar o comportamento humano.

Nesse slide, vemos o triângulo que regula o futebol de base, a gestão técnica, a gestão administrativa e a gestão da captação, que é a base do triângulo. Mas isso é recente no futebol brasileiro. Antigamente, há cinco ou sete anos, os clubes tinham três ou quatro profissionais chamados de olheiros, geralmente ex-jogadores dos clubes ou treinadores em final de carreira. Agora, os clubes estão estruturando os seus departamentos de captação, profissionalizando isso. Hoje esses profissionais não se chamam mais olheiros ou observadores técnicos; eles são analistas. Mas aí entra a questão da formação, porque há requisitos a cumprir para se fazer a análise de um jogador. Então, o departamento de captação cresceu. Mas podem ter certeza, voltando ao triângulo – gestão técnica, gestão administrativa, gestão da captação –, que os cursos de educação física não estão dando conta disso; não estão dando conta de qualificar os nossos profissionais na área da gestão. Então, meu caro Prof. Francisco, precisamos de mais cursos nessa área para qualificarmos os nossos profissionais. Assim como todo mundo quer ser jogador de futebol, se perguntarmos aos profissionais do futebol, veremos que eles querem ser treinadores de futebol para ganharem R$200.000,00, R$300.000,00, R$600.000,00, R$1.000.000,00. Mas no futebol temos várias profissões das mais importantes. Uma delas é a gestão. Outra é exatamente a gestão de um departamento de captação ou do departamento técnico de um clube. São três vertentes diferentes, e cada uma delas deveria ter orçamento próprio, com profissionais específicos, porque cada uma tem uma especificidade.

Baseei esse próximo slide em uma palestra que o Prof. Klauss Câmara proferiu em Viçosa neste ano. O fato é que jamais vamos ver no Estado de Minas, no Hoje em Dia ou no O Tempo, um edital de concurso público para treinador de futebol nos grandes clubes. Não existe isso; escolhe-se pelo Q.I.: quem indica. E só se sustenta quem é competente – quer dizer, muitas vezes não é assim por causa de outros vieses. Enfim, a primeira grande pergunta é: qual é o critério para estar no clube como treinador? Como é a situação hoje? Ele está no clube sem critério. Como deveria ser? Deveria haver critério para ele estar no clube. Hoje, o treinador profissional muitas vezes é contratado sem saber o que esperam dele. Ora, ele deveria saber o que o clube espera dele. Hoje, ele é cobrado pelos resultados; deveria ser cobrado pelos conteúdos e formação. Hoje, no futebol brasileiro, escolhem um jogo e jogadores para resultados; deveriam escolher um jogo e jogadores para a formação. Hoje, avaliam o jogador pela performance; deveriam avaliar pelo potencial. Esse é um dos grandes erros do futebol de base no Brasil: analisamos o momento, analisamos a performance do atleta, e não o seu potencial, seu desenvolvimento, para ver aonde esse atleta pode chegar. É por isso que se erra muito no processo de identificação do talento. Fez-se uma pesquisa no Campeonato Brasileiro Sub-20 do ano passado com o elenco que estava em Porto Alegre.

A pergunta era a seguinte: quantos atletas iniciaram no clube com 14 anos e que estão hoje no seu elenco? De 15% a 25%. É um índice baixo. É dinheiro jogado no ralo. Alguma coisa está acontecendo nesse processo, ou então não é processo de formação. Processo de longo prazo. O processo é de curto prazo. Então essa é também uma questão que temos de discutir no futebol. Investem muito em tarefas e resultados. Deveriam investir mais no elemento humano. Trabalha-se sem uma identidade de jogo e de jogadores. Deveria haver uma identidade de jogo e de jogadores bem definida pela instituição. O Barcelona faz isso e é um exemplo para nós, desde as suas categorias menores.

Então como vamos resgatar essa formação do nosso jogador do futebol brasileiro? Será que seria pela escola da rua? Quais são os elementos da rua que são importantes estarem presentes nos clubes, no processo de formação do jogador? Quais são esses elementos que perdemos? Será que perdemos o primeiro deles que seria o prazer de jogar futebol? Será que o segundo que perdemos seria essa capacidade de improvisar, de criar, de driblar, de ser irresponsável, em algum momento, para tomar decisão? Mas não é trazer os elementos da rua, simplesmente, senão iríamos para a rua e estaria resolvido o problema. É como se você transferisse esses elementos e os aplicasse no seu planejamento.

O futsal. Hoje, o Flamengo, no Rio de Janeiro, por exemplo, incorporou o futsal às suas categorias de base. Hoje a gestão de futebol de base do Flamengo tem uma relação direta com a gestão do futsal. Mas o futsal tem elementos importantíssimos, porque trabalha em pequenos espaços. No futsal, eles trabalham com movimentações dos jogadores o tempo todo, na quadra de jogos. No futsal o jogador tem de ter velocidade no processamento da informação e na execução motora da ação. Então o futsal tem elementos interessantes.

E a educação física escolar? Dr. Genderson, o senhor foi muito feliz. A educação física escolar, para o senhor ter ideia, no ensino médio, no 2º e 3º anos, acabou. Não existe educação física no 2º e 3º anos. Será que a educação física está cumprindo o seu papel lá nas idades menores, que seria exatamente essa prática universal dos esportes? As habilidades motoras básicas, como rolar, arremessar, lançar, saltar, as capacidades coordenativas são importantíssimos, principalmente coordenação, ritmo e equilíbrio. Será que a escola está cumprindo o seu papel? Será que a escola, os nossos professores de educação física, será que as nossas escolas são dotadas de meios para contribuir para esse processo? Deveriam ser. Será que reduzindo a idade de 14 para 12 anos seria a solução? Por um lado, como nós não temos política pública para o esporte, as escolas não têm espaço, estão acabando com os espaços da rua, Dr. Genderson, desculpe-me, mas acho que uma saída seria reduzir a idade para 12 anos e os grandes clubes já receberem esses jogadores logo, esses garotos logo, para poder fazer esse trabalho. Ou nós buscamos essa solução, ou vamos continuar a ter esse grave problema no futebol. Vou repetir o termo: teremos “analfabetos cinestésicos” nos clubes de futebol. Será que essa é a saída? Eu digo um negócio para o senhor: acredito que não deveria ser. Eu gostaria de apostar nisso, de termos, verdadeiramente, uma escola integral nesse país, onde haveria não somente esporte, porque na linha da cultura corporal não é só esporte. Há as lutas, a dança e outros elementos que compõem a cultura corporal, e a escola deveria ser o fórum privilegiadíssimo para isso. E não é, lamentavelmente. Priorizar no jogo o passe? O nosso futebol priorizou o passe.

É muito simples. Se pegarmos a seleção de 1982, veremos que a prioridade era o passe e o jogo no chão – já estou terminando – ou o jogo agudo vertical, que ainda estamos fazendo por conta de resultados. Já vou concluir. Professor, quando pega para falar, vai falando, vai falando, vai falando. Vou simplesmente colocar na tela, porque há algumas variáveis que são importantes e deveríamos discuti-las. Estruturação das categorias de base no Brasil. Só com dados. Você vai de sub-14 e sub-15. Sub-17: de 16 e 17 anos; sub-20: de 18, 19 e 20 anos. As competições hoje de juniores priorizam jogadores de 20 anos. E os jogadores de 18 anos? Quando jogarão? Quanto tempo ficam parados muitas vezes só treinando?

Calendário de competições. A base, deputado João Leite, não tem férias. Entendeu? Falamos tanto em transição da base do profissional. Talvez uma das saídas de melhorar a transição da base do profissional seria incorporar essa categoria de sub-20, 19 e 20 anos, já com o mesmo calendário e o mesmo planejamento do profissional, e estarem próximos do profissional. No nosso calendário hoje da base, ele não tem férias. Estou tentando reunir os meus ex-alunos que estão no mercado do futebol, mas não consigo porque cada um tem um calendário diferente. “Estou numa competição em Porto Alegre, numa competição em Salvador, uma competição no Rio de Janeiro”. Quando você tem férias? Não tem férias.

Processo de maturação e o quartil de nascimento – o Prof. Garganta abordou sobre isso aqui hoje; transição da base para o profissional; integração entre os departamentos de base e profissional, que é um outro grave problema, pois não existe em muitos clubes.

Passando para a frente, temos a demanda e a oferta, sobre as quais já falei; estruturação do departamento de capacitação; paradigma do jogador alto, forte e veloz; acompanhamento integral do atleta; monitoração de empresários; manual de conduta nos clubes; avaliação e controle constantes. Condições básicas: ocupação do tempo ocioso do atleta, que é outro absurdo nas concentrações muitas vezes; qualificação dos profissionais; contexto político dos clubes.

Por fim, meu muito obrigado. Tenho certeza de que cada palestra dela daria um grande espaço e fórum para discutirmos, mas fica aqui a minha proposta. Precisamos ampliar isso. E que isso se amplie na verdade, porque o 7 a 1 foi sendo esquecido aos poucos. Aí você se lembra dos 7 a 1 quando convém.

A Assembleia está de parabéns, assim como o Prof. Francisco, pela iniciativa e liderança. O deputado João Leite é uma pessoa muito importante. Nós, do esporte, precisamos de V. Exa. Agradecemos a oportunidade. Muito obrigado.

– No decorrer de seu pronunciamento, procede-se à exibição de slides.

O presidente – Muito obrigado, Prof. Próspero Paoli. Passamos agora a palavra para o Dr. Afonso Celso Raso. Prof. Próspero, ficou anotada a sugestão da audiência pública para continuar discutindo essa questão da formação do atleta menor de idade.