Pronunciamentos

SR. LINCOLN LOPES FERREIRA, Presidente da Associação Médica de Minas Gerais - AMMG

Discurso

Agradece a homenagem pelo transcurso do 70º aniversário de fundação da Associação Médica de Minas Gerais - AMMG.
Reunião 13ª reunião ESPECIAL
Legislatura 18ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 25/05/2016
Página 13, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO. HOMENAGEM. SAÚDE PÚBLICA.
Proposições citadas RQO 2470 de 2016

13ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 23/5/2016

Palavras do Sr. Lincoln Lopes Ferreira

Exmo. Sr. Deputado João Leite, representando neste ato o presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, deputado Adalclever Lopes; Exmo. Sr. Presidente da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, deputado Arlen Santiago, ilustre autor do requerimento que deu origem a esta homenagem, a quem de antemão agradeço a minha condição de membro honorário, dizendo do orgulho de pertencer, de modo honorário, à superatuante e incisiva Comissão de Saúde desta Casa; Exmo. Sr. Vice-Prefeito de Belo Horizonte, Délio Malheiros, a quem sempre me refiro como “político com 'p' maiúsculo”, dessas pessoas que honram a classe política de nosso país; Exmo. Sr. Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais, Fábio Augusto de Castro Guerra, pessoa que não se furta nas horas difíceis e está sempre presente conosco e irmanado; Sra. Presidente do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, Amélia Maria Fernandes Pessoa, a quem devo os maiores agradecimentos por todo o apoio ao longo desta gestão; e nosso caríssimo representante no Legislativo Municipal de Belo Horizonte, nosso colega e vereador Dr. Nilton César Rodrigues, que também tem sido um gigante e lutador na causa da Associação Médica de Minas Gerais; senhoras e senhores, boa noite. Quero agradecer imensamente aos colegas do coral o brilhantismo. Agradeço a todos a presença.

Quero dizer que tecnicamente já sou um ex-presidente da Associação Médica, estou no meu segundo mandato. Nem no fundo dos meus sonhos e das minhas aspirações, eu me imaginava estar aqui falando na maior Casa do Legislativo de um dos maiores estados da Federação do Brasil e recebendo esta homenagem. Além do profundo orgulho e alegria, tenho um sentimento de profunda gratidão a todos que construíram e souberam construir o sonho tão bonito do Prof. Otto Cirne, de Bolivar Drummond e daqueles colegas que, sem muitas das condições de que dispomos hoje, souberam, de forma intrépida, de forma visionária, fundar e lançar firmes raízes no que hoje é a Associação Médica de Minas Gerais.

Affonso Romano de Sant'Anna foi extremamente feliz quando disse que Minas é um estado plural. Na pluralidade dessa sabedoria, desse nosso olhar inquieto, surgem as situações que hoje têm-se transformado num exemplo para o nosso país. A associação médica, enquanto seu presidente, foi o berço de onde se discutiu e de onde se fundou o Conselho Regional de Medicina, tão importante para os médicos do País. Foi também a casa que abrigou as primeiras discussões que ensejaram o aparecimento do Sindicato dos Médicos e da Unimed, esse braço estratégico para a classe médica.

E hoje estamos aqui presentes, todas as entidades: a Academia Mineira de Medicina, com o Prof. Cláudio Sales; a Unimed Belo Horizonte; o Dr. Samuel, da Federação Nacional das Cooperativas Médicas; o Dr. Eudes, da Federação dos Hospitais; meu amigo, nosso caríssimo Reginaldo; o presidente eleito do Sindicato dos Médicos, Fernando; o ex-presidente da casa, Dr. Castinaldo, e o Dr. José Guerra, em cujas pessoas gostaria de cumprimentar todos os que me precederam, porque, na realidade, só foi possível chegarmos até aqui por essa construção. Gostaria muito de cumprimentar os meus colegas de diretoria, na pessoa do Dr. Gabriel, assim como todos os funcionários da casa, na pessoa da Tânia Pessoa. Eles dedicam seu dia a dia, o melhor dos seus esforços para o engrandecimento da nossa associação.

A Associação Médica de Minas Gerais representa hoje 26 mil dos 48 mil médicos do Estado. É um orgulho e um desafio, porque não estão todos lá. A associação começou em Belo Horizonte, e hoje são 73 filiadas no Estado inteiro. É o maior número de filiadas no País, sendo que a maioria delas é bastante ativa, o que nos gera algumas obrigações, alguns comprometimentos, Neste momento, aproveito para agradecer minha esposa Maria Olímpia, médica-pediatra, pela compreensão nas ausências, porque, só no primeiro mandato, foram cerca de 156.000km percorridos no Estado, fazendo jus ao nome na nossa associação. E a associação se propõe a fazer educação continuada, educação no sentido de perceber o outro, de se colocar no lugar do outro e de entender as aspirações de um povo cada vez mais gigantesco. São 205 milhões de brasileiros que têm uma necessidade de viver bem, de ser saudável e feliz. Por outro lado, somos nós, profissionais médicos, que dedicamos os melhores anos das nossas vidas, nossos melhores esforços a atuar para o bem de nosso concidadão. Não temos medido esforços em, primeiramente, honrar o nosso nome.

Temos viajado por este estado, entendido suas belezas, suas riquezas e também suas fraquezas. Entendemos a dimensão política da nossa atividade. Foi esse caminho que, muito honrosamente, através do entendimento dos colegas, dos deputados, nos permitiu acesso a esta Casa, e, obviamente, não votamos, mas temos o privilégio de discutir, opinar e criar juízo crítico sobre todas as ações que afetam a saúde brasileira, a saúde mineira, em particular. Saímos pelo Estado em companhia dos deputados para procurar verbas da saúde. O Dr. Arlen foi muito feliz em sua colocação, quando disse que não se pode hoje estar numa tribuna e gastar minutos, enquanto pessoas estão em cima de macas, no chão, em corredores, por falta de planejamento, por falta de visão e de entendimento de que cada real, entre aspas, gasto em saúde, na realidade, é um investimento.

É um investimento em deter o sofrimento. É um investimento em manter a saúde do cidadão viável. É um investimento em criar um círculo virtuoso, e não um círculo vicioso, como o que estamos vivendo. Fomos pelo Estado. Por meio da Associação dos Municípios, chegamos aos 853 municípios mineiros. Temos participado ativamente, sem nos ocultar, com o apoio de todos. Este presidente é mero catalisador de várias iniciativas. Não temos nos furtado, independentemente do tamanho, da extensão, da distância, a nos fazer presentes.

Esse trabalho coletivo, construtivo, leva a Associação Médica de Minas Gerais hoje, com seus 70 anos, a se mostrar jovem, revigorada e como uma entidade que se projeta nacionalmente. Hoje temos vários projetos com associações de diversos estados das cinco regiões do País. Temos hoje, em função da qualidade do serviço prestado, notadamente na questão da biblioteca, dos artigos científicos, cerca de 400 associados de todos os estados do País, e alguns até estrangeiros que se utilizam dos nossos serviços.

A Comissão de Defesa do Médico também faz um trabalho cidadão na defesa do bom médico, sem corporativismo, pensando sempre no todo, não permitindo que colegas injustamente acusados se vejam sozinhos frente, muitas vezes, a uma agressividade, a uma publicização quase que demente que existe sobre os assuntos da medicina.

O momento é talvez de ponto de virada da sociedade brasileira. Como sociedade, talvez estejamos fazendo a transição da infância para a adolescência, ou talvez da adolescência para a idade adulta. Qualquer dos campos, moral, ético, social, político, em que se mire hoje, o que vemos é a palavra “crise”, e aparentemente sem saída. Por quê? Porque as pessoas sérias, positivas, que têm projetos, não são dadas a arroubos, não são dadas a falácias. Quando se consegue uma atividade, como vemos aqui hoje da Associação Médica, em que se unem o Legislativo Municipal, o Legislativo Estadual, o Executivo Municipal e o Executivo Estadual, percebemos que é perfeitamente possível ter esperança; que é perfeitamente possível pensar que este povo grande que somos, 205 milhões de habitantes, vai se transformar em um grande povo, que este país grande que somos vai se transformar em um grande país. Isso está nas mãos de cada um de nós.

A forma como chegamos aqui é história, está dada, mas o futuro está a ser construído, e a sociedade brasileira parece que toma irremediavelmente o futuro em suas mãos. E nós, como associação de classe, não deixamos de ir às ruas; não deixamos de emitir nossas opiniões; aceitamos com humildade as críticas; recuamos, quando entendemos que os caminhos não são adequados e fazemos parte dessa construção, como educadores e disseminadores de ideias. Somos alunos e professores ao mesmo tempo, somos construtores, artífices e partícipes.

Dessa forma, comemorar 70 anos, para mim, do ponto de vista particular, é talvez um dos maiores atos da minha carreira como médico, uma honra pessoal. Reconhecer, em mome da Associação Médica, a beleza deste momento, todo o trajeto que fizemos até chegar aqui não é mais que uma obrigação.

Realmente entendemos que estão lançadas as bases em todos os âmbitos, ético, social, científico, político, para que possamos retornar a esta Casa aos 100, aos 150 e talvez aos 170. Hoje seremos meramente memória e retrato na parede, mas, sem dúvida nenhuma, marcos da história que nós mesmos soubemos, como povo, trazer para as nossas mãos e construir. Agradeço a todos a atenção e a homenagem.