Pronunciamentos

SAULO LEVINDO COELHO, Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Município de Belo Horizonte.

Discurso

Transcurso do 150º aniversário de emancipação do Município de Ubá.
Reunião 24ª reunião ESPECIAL
Legislatura 16ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 12/07/2007
Página 44, Coluna 4
Assunto CALENDÁRIO. ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Proposições citadas RQS 905 de 2007

24ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª LEGISLATURA, EM 5/7/2007


Palavras do Sr. Saulo Levindo Coelho

Primeiramente, quero dizer da felicidade de ter sido anunciado pelo Comendador Honório Carneiro, uma das pessoas mais ilustres da nossa terra, que faz com haja um encontro entre os ubaenses todas as quartas-feiras. Excelentíssimo Senhor Presidente da República em exercício, Dr. José Alencar Gomes da Silva; caro amigo Presidente da Assembléia, Alberto Pinto Coelho, somos Coelho, não somos parentes, mas somos irmãos; Sr. Secretário de Estado Danilo de Castro, nosso quase conterrâneo, amigo e hoje benfeitor de Ubá; Sr. Dirceu dos Santos Ribeiro, Prefeito Municipal de Ubá; Sr. Altivo Brandão, Desembargador do Tribunal de Justiça; Sr. Fernando Antônio Fagundes Reis, Procurador-Geral de Justiça, que antigamente era irmão do Norton, mas agora é ele que está sentado aqui; Sr. Ronaldo Vasconcellos, Prefeito Municipal de Belo Horizonte em exercício, também conterrâneo de Ponte Nova - ali era tanta gente que falávamos que eles eram os Catulinos, pois o pai dele era Catulino, são nove irmãos; Vereador Maurício Valadão, Presidente da Câmara Municipal de Ubá; Sra. Nádia Micherif, cuja beleza representa a mulher ubaense, tanto quanto minha mãe representava; Deputado Roberto Carvalho, meu amigo e benfeitor da Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte; senhoras e senhores, Deputados, boa noite.

Quando me foi dado um tempo para falar algumas palavras, pensei em escrever alguma coisa, mas preferi seguir o caminho do meu pai. Meu avô Levindo e meu tio Eduardo possuíam o dom da oratória. Já meu pai dizia que gostava de falar com o coração, e é o que farei agora. Falando com o coração, muitos aqui lembrarão, pois estiveram, há 50 anos, em 1957, com o Prefeito José Pires da Luz. Aliás, o Prefeito Dirceu bem o homenageou, dando o seu nome a um bairro para o qual conseguimos alguns recursos do governo federal quando fui Deputado Federal. O José Pires da Luz fez uma enorme festa em Ubá. Lembro-me de que foi a primeira vez em que subi num palanque ao lado do meu pai, a fim de inaugurar o Bairro Eldorado e o galpão de uma fábrica de tecidos, que deu início ao império do nosso Presidente da República José Alencar. Depois ele adquiriu esse galpão e fez lá a Wembley. Foi em 1957, no centenário de Ubá, que participei dessa inauguração. O melhor foi que o José Pires, que gostava muito de festa, contratou um circo, com entrada grátis. Portanto fui umas 10 vezes ao circo, em julho de 1957. Não posso deixar de me lembrar, neste momento, da figura que foi o José Pires da Luz, um homem voltado para a pobreza, para os menos favorecidos. O momento é para citarmos fatos comuns. A forma como José Alencar foi recebido em Ubá foi a mesma como meu avô Levindo foi recebido. Meu avô nasceu em Catas Altas, foi menino para Ouro Preto, tão pobre quanto o José Alencar - como ele mesmo disse -, vendeu doces na rua, formou-se em Farmácia e Medicina. E o Dr. Fecas, José Genaro Carneiro, quando instalou o Ginásio São José, convidou o vovô para dar aulas e estabelecer-se como médico em Ubá. Lá ele ficou, conheceu a vovó Tonica, que era de Ubá, teve 13 filhos, todos ubaenses. Com muita felicidade, vejo o meu tio Élcio, que, dos filhos do vovô Levindo, continua a nos orientar. Da mesma forma, o meu avô Theófilo Pinto era também médico. Logo que se formou, foi tirar do Rio de Janeiro uma cearense para morar em Ubá. Vejo aqui também meu tio Antônio Geraldo, que, por muitos anos, foi Diretor-Geral desta Casa. Vem-me tudo à lembrança, tanto de nossa família materna quanto da paterna; é o coração falando. Podemos sair de Ubá, mas Ubá não sai de dentro da gente. Isso é muito importante. Gostaria de falar de uma série de pessoas que devem ser lembradas. O Valadão e outros já falaram delas. Na área das artes, temos a Célia e Celma Mazzei, maravilhosas artistas. Temos o Marum, que nos dá muito orgulho com o seu trabalho com o Madrigal. Umas das coisas mais bonitas que vivemos na Fazenda das Palmeiras foi quando ele lá levou um coral de crianças. Gostaria que aquela tarde e noite se repetissem: você com seu talento. Já foi citado o Sr. Mário Mendonça. Ubá teve representação em todas as áreas. No futebol, o Guará, aliás não sei por que não falam mais dele. Ele é um ícone do futebol, que, por coincidência foi a grande estrela do meu time, o Galo. Guaraci Januzzi foi um ícone, é um ícone e é lembrado em homenagem da Rádio Itatiaia com o Troféu Guará. Na intelectualidade, temos Antônio Olinto. Outro, não sei se era jornalista ou procurador, o Campomizzi Filho, uma pessoa que conseguia fazer várias coisas ao mesmo tempo e com todo brilhantismo. Hoje tem o Mílton Lucas, jornalista Presidente da Associação Mineira de Rádio e Televisão, que se encontra presente. De vez em quando ele quer falar que é de Ouro Fino, mas não perde uma festividade que se refira a Ubá. Na área política, já foram citadas as pessoas que nos representam. Atualmente, somos muito bem representados pelo Deputado Roberto Carvalho nesta Casa, a Assembléia Legislativa de Minas Gerais; tivemos o Vadinho Baião na Câmara Federal. Eu tive a honra de ser Deputado Federal por três legislaturas. Meu pai também representou Ubá, assim também o vovô Levindo, como Senador constituinte de 1945, que deixou o Senado com 83 anos; o Dr. Phillipe Balbi; o José Pires da Luz, que já citei; e o Sr. Ibrahim Jacob. Ubá é muito privilegiada com pessoas que se destacaram em todas as áreas. Participando da Mesa encontram-se um Desembargador e um Procurador, de famílias ubaenses ilustres. Podem notar, como já disse, todos podemos até ter saído de Ubá por razões profissionais, mas Ubá não sai de dentro de nós. Vou terminar contando um episódio muito engraçado, aliás eu achei engraçado pela forma como papai o conduziu. Ele era Governador, e uma pessoa, achando que iria diminuí-lo, chamou-o assim: “Ozanan Coelho, o Governador de Ubá”. Papai riu e disse: “Sou mesmo Governador de Ubá, o restante de Minas vem junto”. E é isso mesmo, ele foi governador dos mineiros, mas gostou de ser chamado de Governador de Ubá. Muito obrigado a todos.