8ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 5/5/2011

Palavras do Sr. Ronan de Freitas Pereira

Exmo. Sr. Deputado Dinis Pinheiro, Presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais; meu amigo Ariovaldo de Melo Filho, Presidente da Fiemg - Regional Norte; meu caríssimo Altino, Exmo. Sr. Diretor-Geral do Instituto Mineiro de Agropecuária - IMA -; Exmo. Deputado Luiz Henrique, autor do requerimento que deus origem a esta homenagem; e - quebrando um pouco o protocolo -; meu caríssimo tio e amigo Helvécio. Quero dizer a todos que se encontram neste Plenário: a minha mãe, Helena; a minha filha, Olívia; a minha mulher, Grace; meu caríssimo amigo Luciano Pereira, que tem sua origem na Vallée; senhoras e senhores; boa noite.

Aceleram-se mudanças, o foco do presente faz-se pluridimensional, o passado só se altera em interpretações, projeta-se na história da Nação, torna-se memória. As descobertas exigem ação de desbravar, conhecer, conferir, constatar, dominar, explorar, apropriar-se do novo e de suas possibilidades de geração de bens, em benefício de sistemas, de causas, de ideais. No Brasil Colônia, os movimentos desbravadores penetraram, de costas para o mar, o território Oeste, conhecendo e conquistando. O sonho do ouro fácil e do braço escravo nativo, pretendido para transformar-se em força de trabalho, consumiu investimento de valores e vidas, auferindo riquezas e constatando que o espírito livre e nômade dos primeiros donos da terra justificava impropriamente o subjugo almejado pelo conquistador. Seus substitutos também chegaram pelo mar, vindos da África, mesclando o futuro com força incomum e definitiva na historiografia da Nação. Entremearam-se capítulos marcantes nessa epopeia desbravadora que varou séculos e arrastou para a modernidade personagens concretamente cravadas entre os pronomes veneráveis da nossa terra.

Em meados de século passado, um desses, nascido no espinhaço das Minas Gerais, predestinado aos grandes desafios transformadores, deslocou o eixo político para o Planalto Central, abrindo as portas de um novo horizonte ao desenvolvimento econômico e social da vasta região que se transformou em celeiro mundial. Juscelino Kubitschek, o maior visionário de nossa história moderna, cumpriu o sonho de D. Bosco e plantou uma nova civilização brasileira no grande sertão produtivo do coração do Brasil. Estava configurada outra realidade desenvolvimentista. Seguiram-se, orientados por luminares planejadores de vários matizes políticos e ideológicos, planos estratégicos de ocupação ordenada e sustentável da nova fronteira. Agências oficiais disciplinadoras e estimuladoras da ocupação e do crescimento regional, inspiradas em referências colonizadoras de sucesso e no conhecido binômio de JK, energia e transporte, contribuíram para o surgimento da consciência brasileira audaz, empreendedora, transformadora de aventuras em passos firmes, seguros e definitivos.

No Triângulo Mineiro, no rastro desse ideal movido pela paixão e crença no amanhã, bandeirantes do século XX ampliaram horizontes, abrindo estradas e promovendo entradas de efetivo progresso. Helvécio Carneiro, Orvenor Fernandes e Genésio de Melo Pereira, começando com a Paviterrana, solidificaram trajetos e ampliaram trajetórias. O triângulo pioneiro semeou canteiros e multiplicou produtos. Soma-se o tempo de meio século de empreitadas que se firmaram na convicção e configuração do agronegócio. O Instituto Vallée – como nasceu o laboratório destinado a pesquisar e produzir vacinas contra a febre aftosa – foi consequência natural do gênio criador desses pioneiros. Somos hoje, no segmento da saúde animal, a 5ª empresa na ordem de importância e faturamento, de acordo com “ranking” do sindicato da classe, competindo com grandes indústrias internacionais do setor. Atuamos na fabricação e comercialização de vacinas, antiparasitários, terapêuticos e suplementos, com mais de 150 produtos registrados e 64 em comercialização. Tem sido essa nossa contribuição que determina um aumento considerável nas exportações de produtos agroindustriais, participando do esforço de impulsionar o Brasil para um patamar diferenciado do desenvolvimento socioeconômico que o inclui entre os países em evidência no concerto das nações. Confirma-se a certeza de que a Vallée somente alcançará a plenitude pretendida quando todas as suas áreas estiverem no estado da arte. O mercado é sempre o marco de referências. É preciso conhecê-lo sempre e mais, de forma a aparelhar-se para oferecer, com agilidade, as melhores e mais viáveis soluções para as demandas do segmento, num tempo em que se eliminam fronteiras e reservas de mercado, querendo que todo o mundo possa concorrer com todo o mundo. Sabemos que vale a pena investir. Sentimos que vale a pena investir. Sabemos, sentimos e queremos esse compromisso da instituição com sua própria grandeza e a grandeza social. Faz parte da cultura da empresa estar atenta aos valores do ser humano – sensível, consciente, criativo –, em sua capacidade de participação, se não lhe forem negadas condições de acesso às informações, oportunidades de interação e exercício de decisões.

A Vallée continua somando capítulos em sua história de consciência do meio, sensibilidade do espaço e criatividade no tempo certo de tentar e agir. Em consequência, guardo o privilégio de integrar uma empresa cidadã, que, além de se projetar e se configurar como exemplo, ata-se à cultura e à consciência ambiental, tendo por objeto lúcido a qualidade da vida humana. A Vallée irá adiante em novos passos e espaços. Na afirmação do mercado interno e transposição para mercados da América Latina, ela se projeta no mundo obre a solidez da mesma base que sustenta esse impulso. A vida é uma enorme e fascinante aventura. Nós, da Vallée, somos e seremos comprometidos com essa aventura, no presente e no futuro. É nessa direção que construímos parcerias com universidades e institutos de pesquisa os mais avançados e conceituados, na esteira da modernização e das conquistas da ciência e da tecnologia. No mesmo sentido, conquistamos espaços de destaque e representatividade em fóruns estratégicos de participação cidadã, cuidando de nossa saúde corporativa e institucional. Assumindo a vaidade particular de ser Vallée, a qual me torna plural na aventura da vida, cabe-me centralizar o coletivo deste evento. Com orgulho de mineiro, visto-me da simplicidade autêntica da nossa gente, porque assim se torna fácil conter, na fala simples, sentimento amplo e emoção dilatada. Agradeço, Sr. Presidente, à egrégia Assembleia Legislativa de Minas, que nos pontifica com o privilégio desta ocasião ímpar. Agradeço ao ilustre e estimado Deputado Luiz Henrique, que generosamente requereu a realização desta singular homenagem, realizada com a anuência de seus pares nesta Casa do povo. Agradeço aos fundadores da Vallée, aqui representados pela figura querida de Helvécio Carneiro; também àqueles que nos precederam, no esforço edificante da nossa realidade, assim como aos atuais Diretores e colaboradores da empresa, que dividem comigo a responsabilidade da construção diuturna desse empreendimento grandioso. (- Chora.) Por fim, minha palavra de gratidão a todos os nossos parceiros, clientes e amigos que aqui vieram trazer a consideração e o afeto inspiradores de nosso orgulho e de nossa alegria de fazer ecoar, neste Plenário e no Brasil afora, a expressão maior de uma certeza: Valeu, Vallée. Muito obrigado.