RICARDO AUGUSTO SIMÕES CAMPOS, Diretor-Presidente da Companhia de Saneamento de Minas Gerais - COPASA.
Discurso
Legislatura 17ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 07/06/2013
Página 4, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO.
15ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 4/6/2013
Palavras do Sr. Ricardo Augusto Simões Campos
Palavras do Sr. Ricardo Augusto Simões Campos
Exmo. Sr. Deputado Dilzon Melo, 1º-Secretário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nosso amigo fraterno, aliado de longa data, que tem importante participação nestes 50 anos de Copasa não só pela sua vida parlamentar, mas pelo período em que esteve à frente da Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana. Antes disso, será lembrado sempre como aquele Prefeito que teve um ato de coragem em 1983, quando assinou o contrato de concessão do Município de Varginha com a Copasa. Não temos dúvida de que hoje aquele Município agradece-lhe muito por isso. Cumprimento o Exmo. Sr. Bilac Pinto, Secretário de Desenvolvimento Regional e Política Urbana, Secretaria a que a Copasa está vinculada e da qual, ao longo destes dois últimos anos, tem sido importante parceira, fazendo com que essa empresa consiga enfrentar os desafios que lhe são impostos a cada momento. Cumprimento o ex-Deputado Estadual, ex-Presidente desta Casa e Vice-Presidente do BDMG, José Santana, que se tornou um amigo recente, mas já de muita fraternidade. Na pessoa do Deputado Ivair Nogueira, autor do requerimento que deu origem a esta homenagem à Copasa - seremos eternamente gratos a V. Exa. -, cumprimento os demais Deputados que nos honram com a sua presença. Cumprimento todos os meus companheiros da direção da Copasa. Não se faz uma empresa dessas com uma única pessoa: é preciso que haja unicidade de pensamentos e de propósitos. E isso temos obtido na atual gestão.
Cumprimento a Dra. Paula Bittencourt, nossa Diretora Financeira e de Relações com Investidores; o Dr. Marcos Antônio Teixeira, nosso Diretor de Planejamento e Gestão; o Dr. Juarez Amorim, nosso Diretor Operacional Metropolitano; o Dr. Paulo Fernando, nosso Diretor de Operações Sudoeste; o Dr. Gelton Abud, nosso Diretor de Gestão Corporativa; o Dr. Tilden Santiago, nosso Diretor de Meio Ambiente; o Dr. Carlos Gonçalves, nosso Diretor Técnico de Novos Negócios; o Dr. Márcio Kangussu, Diretor de Operações Norte; e o Dr. Valério Gambogi, nosso Diretor de Operações Centro-Leste. Cumprimento também todos os nossos demais amigos e companheiros da Copasa, pois esta homenagem é para todos nós, e as demais autoridades presentes que nos honram com a sua participação.
Antes de tudo, temos de novamente agradecer ao Deputado Ivair Nogueira por esta reunião especial em Plenário em homenagem à Copasa. Em sua justificação, aprovada pela Casa, fala-se em reconhecimento ao trabalho que prestamos, que os Deputados consideram essencial para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental de Minas Gerais.
Tão logo recebemos a notícia desse reconhecimento e desta homenagem, confesso que aceleramos os preparativos para esta comemoração, que tem nesta noite o seu maior marco. Internamente, debruçamo-nos sobre a nossa história, fazendo uma verdadeira reflexão sobre esse caminhar ao longo dos últimos anos e as tantas oportunidades em que nossa Assembleia foi importante nesse caminhar.
Cinquenta são poucos anos de vida para as pessoas de hoje. Jovens de mais de 50 anos estão aqui conosco fazendo planos para a noite, para a semana e para o futuro. O mundo hoje é de pessoas que, aos 50 anos, são jovens e extremamente produtivas, certamente vivendo o melhor tempo das suas vidas, maduras, com vasto conhecimento e energia controlada e bem-administrada mais do que suficiente para tudo. Por isso podemos dizer que, no mundo de hoje, mudaram as relações entre as pessoas e as empresas. Enquanto homens e mulheres vivem cada vez mais, empresas vivem cada vez menos.
As pessoas de 1963 são jovens, reconhecidamente jovens e em plena atividade, como a Xuxa, a Débora Bloch, a Glória Pires, o Brad Pitt e o Johnny Depp.
No caso das empresas, metade das que são criadas não passa do terceiro ano de vida. Multinacionais de grande sucesso vivem em média 40 anos. Para se ter uma ideia, um terço das 500 maiores empresas americanas listadas na revista “Fortune” de 1970 não existe mais.
Quem se lembra da Mesbla? Qualquer um de nós é capaz de citar duas, três ou quatro grandes empresas que se foram com o tempo, como produtos que perderam o sentido. Aqui mesmo, em Belo Horizonte, 1963 marcou o fim da era dos bondes, que ainda tiveram uma sobrevida em minha Juiz de Fora. Quem completa 50 anos em 2013 nasceu com os Beatles, que incendiaram o mundo com um novo som e um novo jeito de cantar e de ser. Pelé, em seu reinado, era campeão do mundo com o Santos, e John Kennedy foi o primeiro assassinado em rede nacional de TV, filmado em todos os ângulos imagináveis, o que gerou uma comoção mundial. No Brasil de João Goulart, a inflação chegava a quase 80%. E era inaugurada e asfaltada a Rio-Bahia, um sonho de pista para se viajar de Jeep, Kombi, Rural e Fusca.
Belo Horizonte ganhava o seu anel rodoviário e chegava a 700 mil habitantes, dobrando o número de 350 mil moradores de 1950. JK e seu governo de industrialização, enquanto Governador, e construindo Brasília, enquanto Presidente, foi um grande responsável pelo salto de Minas e de sua Capital. Mas esse crescimento teve seu preço. A cidade e o Estado cresciam, e muitas vezes o maior tormento era a falta de água. Faltavam uma política e ações articuladas entre o Estado e os Municípios para se atuar no saneamento. Assim, Minas Gerais ganhou a Comag naquele iluminado ano de 1963.
Dez anos depois, o governo federal instituiu o Plano Nacional de Saneamento - Planasa -, que definia metas a serem alcançadas pelo País na área de saneamento e destinava recursos financeiros para a concepção dessa política. Foi assim que, em 1964, Belo Horizonte aderiu à Comag e a sua função com o então Departamento Municipal de Água e Esgoto - Demae - e provocou a mudança do nome para Companhia de Saneamento de Minas Gerais - Copasa. Tempos heroicos e difíceis. Gerações de engenheiros e sanitaristas se formaram na própria empresa e, nessa relatividade dos anos que são poucos e muitos, de acordo com o ponto de vista, digo por mim mesmo que 36 anos de trabalho em uma empresa são uma vida. É assim que me sinto e sei que vários colegas se sentem. Nossa vida se mistura com a vida da Copasa, e nos sentimos ao mesmo tempo jovens e maduros, de acordo com esse nosso calendário duplo de vida e de tempo de trabalho.
Srs. Deputados, quantas vezes nossos caminhos se cruzaram! Participamos de seminários e discussões internas da Assembleia. Estivemos no foco das discussões em momentos importantes, quando os Deputados aprovaram alterações no estatuto da empresa permitindo a expansão dos nossos negócios para novas áreas. A emenda à Constituição que em 2001 criou regras claras, exigindo o referendo popular caso algum dia se pense na privatização da Copasa e da Cemig, foi um marco na história da prestação de serviço público deste país. Minas e nossos Deputados saíram na frente, e, como sempre, fizemos história.
Acompanhamos tudo isso de muito perto - empregados e também nossos familiares. A Copasa é a nossa vida, Srs. Deputados. Nossos filhos nasceram e se criaram nessa linha de tempo e também se orgulham e se integram à empresa, que forma uma verdadeira família. É um time unido, vencedor e aguerrido. Empregados, Diretores e familiares irmanados, todos abraçando uma causa única, que é esse cuidar da água e dos nossos rios, da saúde e da qualidade de vida da nossa gente. Com esse espírito de time e união, abraçamos e agradecemos a oportunidade que nos foi dada pelo Governador Aécio Neves. Em 2003 ele inovou. Pela primeira vez um Governador veio empossar a diretoria da empresa em nosso auditório. Com sua liderança e capacidade de empolgar, lançou um desafio: fazer da Copasa a melhor empresa do Brasil em seu setor.
Iluminados pelo choque de gestão, concebido e conduzido com brilhantismo pelo Prof. Anastasia, aceitamos o desafio e aceleramos nossa caminhada. A empresa abriu seu capital e, em 2006, como disse aqui o Deputado Ivair Nogueira, lançou suas ações no novo mercado da Bovespa. Tudo isso com a aprovação da Assembleia e dos nossos Deputados. Com muito trabalho, conquistamos vários prêmios nacionais e internacionais, certificações de qualidade do setor. E a Copasa foi eleita pela “Valor Econômico” a melhor entre as mil maiores e melhores empresas do Brasil.
Desafios geram adrenalina. Gostamos dos desafios e da ousadia responsável que tem marcado essa retomada de Minas rumo ao crescimento.
Integrados ao espírito do governo do Professor Anastasia, desenvolvemos o maior programa de água e esgoto da história de Minas, o Água da Gente. A lógica é clara: tratar a água que chega a casa de milhares de pessoas e tratar o esgoto gerado por residências e indústrias tem reflexos diretos na qualidade de vida. A saúde melhora, doenças são evitadas, empregos são gerados e a vida ganha mais qualidade. Esse é o trabalho e o compromisso da Copasa, que levaram a Assembleia a nos homenagear. Podemos dizer que o Água da Gente é o compromisso que marcará os nossos próximos 50 anos - fazer cada vez mais e por mais pessoas. O Água da Gente é um grande começo dessa história que já estamos construindo hoje. Até o final de 2016, serão 107 novas estações de tratamento de esgoto, ajudando a proteger e a recuperar os nossos rios, em todas as regiões do Estado. Esse esforço vai permitir que o percentual de esgoto tratado pela Copasa passe de 65% para 85% de tudo que é coletado, já em 2016. Em novas redes de distribuição de água e de coleta de esgoto, serão 5.800km a mais. Uma distância capaz de nos levar até Buenos Aires, mas saindo de Manaus, e não de Belo Horizonte.
Na Copanor, o governo de Minas dá um exemplo que está se tornando uma referência mundial em saneamento nas regiões com baixo IDH. Os investimentos são assegurados pelo Estado e a tarifa cobre apenas o custo direto. Isso faz a conta ficar mais barata para quem mais precisa. A Copanor vem se superando em uma região onde, por mais que se faça, sempre haverá muito mais por fazer. Já estamos cuidando de 175 sistemas de abastecimento de água, para 250 mil pessoas; e de sistemas de esgoto para 70 mil habitantes, em 35 localidades. Até dezembro deste ano, vamos iniciar operação de mais 50 sistemas de abastecimento de água e de outras 42 localidades com sistemas completos de esgotamento sanitário. Hoje, as obras estão em andamento em 84 localidades, com abastecimento de água, e 56 localidades, com sistema de esgotamento sanitário.
Em termos de recursos, o governo do Estado já investiu, até o mês de maio, R$398.000.000,00 desde a fundação da Copanor. Vamos chegar ao final do ano com R$463.000.000,00 investidos, garantindo serviços de qualidade e dignidade para as regiões de menor IDH de Minas. Mais do que os números, impressionam o tamanho dos desafios e nossa coragem de encará-los.
A Pampulha é um ótimo exemplo. Estamos realizando um grande pacote de obras em Belo Horizonte e em Contagem, integrando-nos aos esforços do governo de Minas e das duas Prefeituras para tornar a Pampulha novamente viva e atrativa na Copa de 2014. A experiência bem-sucedida da recuperação do Rio das Velhas, ainda em curso, está sendo aplicada agora no Rio Paraopeba. Foram investidos R$450.000.000,00 em coleta e tratamento de esgoto e também na mudança da percepção das pessoas em relação a sua integração nos esforços de recuperação e proteção dos nossos rios. Na Copasa, sabemos que só podemos contar com a colaboração das pessoas se elas acreditarem e aprovarem os nossos serviços.
Por isso outro grande desafio é atender melhor ao consumidor, investindo em máquinas, veículos e equipamentos, trabalhando na modernização e em melhorias nos processos e nas instalações de equipamentos operacionais, treinando e capacitando permanentemente nossa força de trabalho. A Copasa é o resultado do trabalho dos nossos empregados. Eles são nosso maior patrimônio.
Esses 50 anos de história da empresa podem ser comparados a uma corrida de revezamento, aquela em que o bastão é passado de mão em mão. Mas a nossa corrida é bem diferente, teve um início e certamente nunca terá um final. A velocidade das nossas passadas é cada vez maior, e cada um dos que se foram deixou a sua mão marcada no bastão, que é a própria empresa. Neste instante, permito-me olhar para trás e rever alguns dos que já se foram, mas, ao mesmo tempo, olho para os lados e vejo aqueles que estão chegando e se somando a esse esforço, o que faz com que minha esperança só aumente. Nossa corrida não acaba nunca, mas as vitórias são constantes e um estímulo para trabalharmos mais e mais.
A Assembleia, com seu permanente papel de fiscalização e controle das nossas ações, com o trabalho vigilante dos Deputados em busca do que é melhor para Minas e para os mineiros, nos ajuda e muito nesse caminhar. Mais uma vez, nossa história fica marcada pelas atitudes e ações dos nossos Deputados. Por isso podemos ter certeza de que o resultado desta noite de comemoração e o repensar serão permanentes. O que foi dito aqui é um estímulo ao nosso trabalho. Esta mensagem será levada por nós, Deputado Ivair Nogueira, a cada um dos empregados espalhados nas mais de 600 cidades de Minas onde atuamos. Quem trabalha com água é como água. O que se faz com um se faz com todos. A homenagem que recebemos esta noite se espalhará como uma onda pelos mais de 10 mil empregados da Copasa, seus familiares e todos os que precisam do nosso trabalho e vigília permanente em prol da vida de qualidade em Minas Gerais. A todos vocês o nosso muito obrigado e uma ótima noite. A nossa noite, com certeza, está sendo muito boa.