Pronunciamentos

JOTA MOURA ROCHA, Apóstolo. Presidente da Comunidade Batista Shalom Internacional.

Discurso

Transcurso do 56º aniversário da Comunidade Batista Shalom Internacional.
Reunião 32ª reunião ESPECIAL
Legislatura 17ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 05/06/2014
Página 27, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO.

32ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 30/5/2014

Palavras do apóstolo Jota Moura Rocha


Palavras do Apóstolo Jota Moura Rocha

Aleluia. Shalom para todos em nome do Senhor. Olhem para cima e vão ver muita gente nossa, não sei se vão conseguir ver direito. Como houve um problema de engarrafamento no trânsito, muitas pessoas estão chegando um pouco mais tarde. Todos são bem-vindos. É uma alegria estar com vocês nesta noite. Toda a glória e toda a honra pertencem a Jesus. Reparto essas homenagens com todos vocês, em nome do Senhor.

Deputado Cabo Júlio, autor do requerimento que deu origem a esta homenagem, representando o deputado Dinis Pinheiro, presidente da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais; bispa Sandra Mello Rocha, diretora executiva da Comunidade Batista Shalom Internacional; bispo Edmar Rocha da Silva, 1º-vice-presidente da Comunidade Batista Shalom Internacional. Se quiserem, podem aplaudi-los.

Cumprimento também o bispo Sebastião Valadares, 2º vice-presidente da Comunidade Batista Shalom Internacional; o bispo José Borges, coordenador dos pastores e as demais autoridades presentes.

Amados líderes, pastores e pastoras, obreiros em geral, para nós, esta noite é muito especial, como bem sublinhou o nosso companheiro, irmão e amigo deputado Cabo Júlio, que também é pastor da nossa comunidade, da equipe da CBSI Memorial. Nesta noite vamos rememorar um pouco a saga histórica da CBSI.

Escrevemos um texto, pois essa é uma história sobre a qual nos debruçamos, com muita alegria e com muita emoção. É uma história que envolveu praticamente quase toda a nossa vida na caminhada cristã e no ministério. Desses 56 anos de história da Comunidade Batista Shalom, 41 anos, pela graça e misericórdia do Senhor, tenho caminhado com vocês. Claro que não foi de forma contínua durante esses 41 anos, pois estive fora do País por 18 anos, mas laborando em campo missionário da mesma igreja e do mesmo ministério.

É importante fazermos uma retrospectiva da história para podermos saber como tudo isso começou. Como essa comunidade começou? Dizemos que tudo começou com a vinda da missionária Rosalle Mills Appleby, de saudosa memória. Ela era uma missionária batista americana que veio para o Brasil e implementou o movimento de renovação espiritual entre os batistas históricos e as demais denominações evangélicas históricas. Na década de 1960, ela passou a residir em Belo Horizonte. Ela chegou aqui com 22 anos de idade. Era casada e engravidou logo que chegou ao País. Ela perdeu o esposo em um dia e ganhou o seu único filho no outro. Depois disso fez um propósito de se consagrar e se dedicar inteiramente à causa do evangelho. Era uma mulher fantástica e decidiu não se casar mais. Ela se casou com a obra e fez da proclamação do evangelho a razão da sua própria existência. Em seu coração, ela fez um voto de completar a missão que iniciara com seu esposo: trabalharia por si e por ele. E foi isso que ela fez por toda a sua vida.

Vou fazer uma nota à parte. Vamos ter o privilégio, no segundo semestre desse ano, de publicar a primeira e mais completa biografia sobre essa pioneira do evangelho em Minas Gerais. Preparem-se, pois nossa editora lançará a saga histórica da missionária Rosalle Mills Appleby.

Meus amados, essa mulher, fez um trabalho incansável de despertar espiritual, chamando o povo de Deus, a começar dos batistas. Ela pedia um avivamento espiritual para as igrejas históricas do Brasil. Usava aquele texto conhecido, II Crônica 7:14, como bordão da sua campanha: “Se meu povo que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar, me buscar e se converter dos seus maus caminhos, eu virei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra”. Ela desafiava o povo a fazer grupos de oração contínua, não só nos templos, mas também nas casas, nas fábricas, nos locais de trabalho, enfim, onde as pessoas estivessem orando por um avivamento espiritual. Ela se tornou a apóstola do avivamento espiritual no Brasil, sem dúvida. Além disso, continuava levando o evangelho pessoalmente. Só em Belo Horizonte, ela plantou sete igrejas batistas; entre elas, a nossa, que foi a caçulinha.

Segundo aqueles que conviveram com ela quando fundou a Igreja Batista do Barreiro, nossa atual Comunidade Batista Shalom Internacional, diariamente ela evangelizava de casa em casa, geralmente acompanhada de mais uma senhora, revezando-se naquela equipe pequena que a acompanhava. Na sua bolsa, ela levava a Bíblia, folhetos e duas bananas, sendo uma para o almoço e outra para a janta. É assim que ela fazia o seu trabalho, batendo de porta em porta, levando folheto, oferecendo oração e convidando as pessoas para a reunião da igreja. Foi assim que a nossa igreja nasceu, para a glória e a honra do nome santo do Senhor. Essa igreja é a pioneira na região do Barreiro, que na época era considerado um cantão esquecido na grande Belo Horizonte. Foi ali que ela plantou essa igreja, que hoje é a mãe direta e indireta de todas as igrejas batistas da região. O evangelho continua crescendo e se multiplicando através de vidas que se entregam a Jesus, confessando-o como seu Senhor e Salvador.

A nossa igreja foi plantada inicialmente como Igreja Batista do Barreiro em 6/6/1958, a primeira igreja evangélica na região. Em 31/12/1990 foi transformada em Comunidade Batista Shalom Internacional, chamada carinhosamente de CBSI, transformada em federação de igrejas batistas da unidade, igreja apostólica, com os propósitos no reino. Nossa sede geral está em Belo Horizonte, mais propriamente no Barreiro, mas se estende missiologicamente por outros Estados brasileiros e outros países, como os Estados Unido, em Boston, Massachusetts; a Bolívia, em Santa Cruz de La Sierra; a África e a Europa. Estamos completando 56 anos de fundação em 2014, sendo 41 sob a presidência do apóstolo Jota Moura. Realizamos ministério frutífero e abençoado pela graça de Deus.

Quem conheceu a querida missionária Rosalee pessoalmente pode testemunhar que ela tinha consagração, fé e abnegação a toda prova, trabalhava dia e noite com obstinação e coragem, tendo a firme missão do reino de Deus se estabelecendo pela pregação do Evangelho, no poder do Espírito Santo. É incrível como ela centrava a sua vida na pessoa do Espírito Santo. Desde meu tempo de seminarista, tive o privilégio de me corresponder com ela. Antes de partir, tive a alegria de visitá-la em 1988 na cidade de Kenton, Mississippi, Estados Unidos. O nosso encontro foi maravilhoso. Nas suas cartas - tenho algumas manuscritas - ela repetia conselhos para o pastor que deveria continuar a missão que iniciou no Brasil. Ela dizia: “Quero orar com você antes de partir, porque creio que você continuará”. Respondi: “Com certeza eu irei.” Os conselhos eram os seguintes: “Você precisa cuidar da sua saúde não apenas na oração e na fé, mas tomando remédio e indo ao médico, porque a medicina é de Deus. A sua principal saúde é a espiritual, por isso você depende do Espírito Santo. Seja batizado e cheio do Espírito Santo. Encha-se Dele todos os dias. Se você ficar vazio do Espírito Santo, terá a pior derrota, porque o espaço que fica vazio é ocupado pelos demônios”.

Ela dava sempre esse conselho. Ela dizia, um terceiro conselho muito importante: “Pregue sempre sobre o Espírito Santo e edifique os crentes da igreja, mostrando-lhes que o Espírito Santo é o sucessor de Jesus Cristo”. E ele é aquele que não apenas está conosco como Jesus esteve com os apóstolos lá no primeiro século. Mas o Espírito Santo foi mandado para estar em nós, habitar em nós, é o nosso companheiro de jornada, é aquele que vai nos apresentar a Deus no dia final. Então, procure levar os crentes a ter uma intimidade não apenas com a doutrina do Espírito Santo, mas uma intimidade relacional com a pessoa do Espírito Santo.

Outra coisa que ela dizia ser muito importante, ligada ao Espírito Santo: “Não apenas pregue, mas crie um seminário que esteja centralizado no Espírito Santo”. Ela me mandou um currículo do seminário. Ainda não pude executá-lo todo, mas pretendo implantar esse currículo da missionária. É um seminário especial sobre Espírito Santo. Tudo sobre Espírito Santo. Ela fez uma lista de 16 disciplinas relacionadas com o tema e pretendo executá-la um dia com a graça do Senhor.

Então, meus amados, passando adiante, ela dizia que finalmente eu tinha de entender que quem faz a obra é o Espírito Santo. É ele que convence do pecado. É ele que capacita o crente para dar um testemunho eficiente. É ele que glorifica a Cristo. E Ele disse: “Você quer acabar com a carnalidade da igreja? Desafie os crentes a serem cheios do Espírito Santo e guiados por Ele”. Na verdade, quando as pessoas começam a disputar posições na igreja é porque estão na carne, estão vazias do Espírito Santo. Uma pessoa cheia do Espírito Santo não vai buscar glória pessoal, autopromoção, mas vai glorificar a Jesus Cristo. O Espírito Santo na vida humana glorifica Cristo e somente Cristo. Precisamos rever a nossa vida à luz dessa verdade simples e profunda da missionária Rosalee.

Vou deixar a pregação dessa parte com o livro que vai ser publicado. Vocês vão ver quanta coisa importante está ali. Quero continuar um pouquinho da nossa história da CBSI. Olhem bem, entendemos que essa missionária não tinha apenas a visão de uma igreja local, mas a visão do Brasil e das nações. Por isso ela pensava em uma igreja que fosse plataforma de lançamento missionário de inúmeros obreiros, treinados pela igreja para alcançar as nações, para invadi-las como um grande exército levando a palavra que transforma, a palavra que tem poder, a palavra que liberta, a palavra que cura, a palavra que abençoa, a palavra que muda o destino da vida humana, a palavra de Deus. Louvado seja o nome santo do Senhor!

Ela anteviu o Brasil como o maior celeiro missionário do mundo, quando disse que havia dentro de si uma sensação de que Deus estava preparando o Brasil para uma posição notável na evangelização do mundo, para um trabalho muito especial no plano divino dos últimos tempos. Os tempos históricos da nossa inestimável fundadora nos emocionam e estimulam a prosseguir no ideal de uma grande obra pelo reino de Deus.

Então, chega lá da cidade de Aimorés, o pastor Jota Moura, doente, estafado, depois de três anos de pastoreiro em uma igreja, onde plantou outras igrejas. Ele tinha um programa de rádio diário e fazia conferências pelo Brasil inteiro. Vim fazer tratamento de saúde em Belo Horizonte e, então, naquele período, fui visitar a igreja do Barreiro que, antes era muito exuberante, muito avivada, cheia de jovens. Ao chegar ali, assustei-me, ao ver a igreja vazia, os bancos vazios, o pastor triste e abatido. De repente, ele disse que estava orando naquela madrugada e pedindo ao Senhor, dizendo que o primeiro pastor que viesse à nossa igreja, passaria o pastorado a ele.

Ele me chamou no gabinete depois da reunião do culto e disse: “Você é a resposta da minha oração. Prepare-se, porque, a partir de hoje, estou passando a igreja para você”. Perguntei: “Mas como? Estou aqui para fazer tratamento de saúde, não vim para pastorear, não posso nem pastorear, estou passando mal”. Ele disse: “Não tem conversa. Você assume a igreja”. O certo é que, no domingo à tarde - e isso foi no domingo pela manhã -, ele foi ainda me visitar na minha casa, onde eu estava hospedado, e, não me encontrando, deixou um bilhete. “Assuma a igreja hoje à noite porque eu estou viajando”. Falei: “Meu Deus, agora estou apurado”. Orei e pedi a Deus: “Senhor, se isso que ele está dizendo é verdade, quero hoje à noite pelo menos sete vidas, entregando a vida para Jesus, naquela igreja”. Preparei uma mensagem e me lembro disso como se fosse hoje. Falei: “Será que a igreja terá visitante?”. Quando foi à noite, chegando ali, preguei a mensagem e fiz o apelo, e 15 pessoas entregaram a vida para Jesus. Foi assim que começou. Dali por diante continuei por mais três meses liderando a igreja sem ser seu pastor e o resultado é que, em 1º/12/1973, houve uma posse depois de uma assembleia e o pastorado foi transferido a mim. A então igreja batista do Barreiro posteriormente foi transformada na Comunidade Batista Shalom Internacional e ali nós recebemos aquele cajado e começamos a sonhar com o que Deus poderia fazer. A missionária Rosalee continuou sendo minha mentora e minha conselheira mesmo de longe, pois na época ainda vivia nos Estados Unidos.

Pastoreamos essa igreja diretamente por 25 anos antes de ir para os Estados Unidos, empreendendo uma ação pastoral que primou por uma nova dimensão eclesiástica, porque isso já vinha desde o tempo de seminarista no Steb, o primeiro seminário que cursei em Venda Nova, o Seminário Teológico Evangélico do Brasil. Sofria dentro de mim uma pressão muito grande de certas verdades bíblicas conhecidas, porém negligenciadas. Entretanto, agora elas saltavam aos meus olhos e eu estava refletindo também a insatisfação crescente que se tornara generalizada, particularmente entre a nova geração de obreiros renovados. Havia uma pergunta no ar: para onde caminham as igrejas de renovação espiritual? Essa era a pergunta que surgia de todas as partes.

As respostas eram várias, destacando-se, primeiro, os que defendiam o continuísmo, dando a impressão de que tudo estava bem, bastando manter o marca-passo das igrejas com chavões e táticas de outrora ou, no máximo, copiar modelos e métodos de outros movimentos, especialmente "importados". Em segundo lugar, havia os que apontavam o retornismo como solução natural, bastando que as igrejas renovadas da Convenção Batista Nacional voltassem aos velhos métodos e às organizações da Convenção Batista Brasileira, acrescentando apenas o batismo no Espírito Santo e os dons espirituais. Em terceiro lugar, havia os valentes que propunham o reformismo não da doutrina, mas das estruturas da igreja, das velhas estruturas e dos ultrapassados métodos eclesiásticos. Jesus já havia dito que, se colocarmos um vinho novo em odres velhos, não apenas o vinho se desperdiça, mas os odres arrebentam-se. Então vinho novo coloca-se em odres novos.

Não bastava receber o batismo do Espírito Santo, os dons espirituais, o renovo do espírito, se não havia estruturas eficientes para receber esse novo mover do Senhor no meio do seu povo. Então o que acontece? Já havíamos recebido o vinho novo, o derramar do Espírito Santo. Entretanto, os odres ainda eram velhos, uma eclesiologia com estruturas e métodos tradicionais ou que simplesmente, na maioria das igrejas, não existiam. Reinava desorientação total geradora de crises. Urgia uma tomada de posição corajosa, mas que estivesse comprometida com a verdade de Deus, revelada na sua santa palavra, a Bíblia. Os reformadores do século XVI diziam: "Igreja reformada sempre se reformando". Nós parafraseamos: "Igreja renovada sempre se renovando". O Espírito Santo de Deus levou-nos à busca do modelo neotestamentário de igreja.

Assim, começamos a descobrir algumas verdades, as quais quero pontuar rapidamente, que se tornam mais do que nunca as bases estruturais desse ministério.

Em primeiro lugar, descobrimos que a igreja bíblica, a igreja neotestamentária, é uma igreja pactuada com base na nova aliança. E essa nova aliança já havia sido profetizada pelos profetas do Antigo Testamento. Citando apenas um texto de Jeremias 31: 31 e 34, o Senhor dizia: “Eis que aqui vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança” - novo pacto - “com a casa de Israel (…) esta é a aliança que firmarei: na mente lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei”.

Acreditamos que o nosso Deus, ao decretar o surgimento da Comunidade Batista Shalom Internacional, honrou-nos com o alto privilégio de poder demonstrar ao mundo cristão que a fraternidade e a unidade dos seus filhos independem de política religiosa ou de tratados humanos. Há algo maior e mais sólido que nos mantém e nos manterá unidos para implantação do reino de Deus na Terra. Nascemos para crescer e nos multiplicar como igreja da nova aliança.

O Senhor diz lá em Jeremias 32: 38-41: “Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus. Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para o seu bem e o bem de seus filhos”. Ou seja, de geração em geração. “Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim. Alegrar-me-ei por causa deles e lhes farei bem; plantá-los-ei firmemente nesta terra, de todo o meu coração e de toda a minha alma.” Meus irmãos, como buscamos o cumprimento desta palavra na vida dessa igreja. E é nesse afã que prosseguimos proclamando esse Evangelho que nos une, não apenas por outros interesses, mas, sobretudo, pela nova aliança que foi selada com o sangue da cruz do nosso Senhor Jesus, lá no Calvário, há dois mil anos.

Em segundo lugar, meus irmãos, a outra coluna que fundamenta a ação e a vida dessa igreja é que a igreja da Bíblia, a igreja do Novo Testamento, pactuou, aliançou-se em viver e proclamar o evangelho do reino de Deus. Então, em 1: 15 temos Jesus proclamando: “O tempo está cumprido e o reino de Deus é chegado; arrependei-vos e crede no evangelho”. Alguém divino e maravilhoso, o Espírito Santo, uniu nosso povo e igrejas numa aliança séria diante do Deus eterno, uma vez divorciados de um sistema religioso que não correspondia aos sonhos e aos desejos de Deus. Nossa igreja, nossa irmandade se reuniu em torno de uma mesma mesa, comeu de um mesmo pão, bebeu de um mesmo cálice e fez do pacto ou da aliança de Rute com Noemi sua canção nupcial que jamais deverá ser esquecida. Ruth 1: 16. Veja o que ela dizia: “Não me instes para que eu te deixe e me afaste de ti. Porque aonde quer que tu fores, irei eu; e onde quer que pousares, à noite, ali pousarei eu. O teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus”.

Como resultado desse pacto-aliança, as bênçãos do Senhor começaram a chegar através de centenas de pessoas convertidas e de novas igrejas filhas, nascidas para se multiplicarem, promovendo o reino de Deus e proclamando a glória do Senhor Jesus Cristo. Todas na unidade do espírito e da fé, ostentando o mesmo nome de família Comunidade Batista Shalom Internacional, também chamada carinhosamente CB Shalom ou CBSI. “A igreja, na verdade, tinha paz por toda a Judéia, Galiléia e Samaria.” Atos 9: 31.

Há um terceiro pilar muito importante dessa construção. A igreja do Novo Testamento, que buscamos e sonhamos ser, pactuou e se aliançou em ser uma só igreja, ainda que se multiplicando em várias localidades. Em 17:21, temos a oração sacerdotal do Mestre amado, que diz: “Para que todos sejam um, a fim de que o mundo creia que Tu me enviaste”. Um dos maiores contrapontos da evangelização do povo de Deus, chamado igreja evangélica, é exatamente a famosa desunião evangélica, que não é algo escondido, enrustido, mas patente. Buscamos parceiros, mas temos adversários. Buscamos cooperadores, mas temos competidores. É como se a ideologia do mundo estivesse dentro da própria igreja. Isso é algo estranho à igreja do Novo Testamento.

A Comunidade Batista Shalom Internacional, quando ainda era composta apenas da sede, com algumas poucas missões na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, inicialmente votou o Pacto de Unidade CBSI, fundindo-se numa só igreja, em flagrante inovação com a eclesiologia batista tradicional. Como foi possível fazer isso? O Espírito Santo levou-nos a uma experiência até então olvidada pela maioria do povo de Deus: a experiência de união por pacto ou aliança, concerto ou testamento. A palavra "pacto" e seus correlatos não aparecem sequer nos índices dos manuais de eclesiologia das denominações evangélicas. É estranho que tantos cristãos subestimem uma palavra que Deus enfatiza com tanta insistência na Escritura Sagrada, que é composta do antigo pacto e do novo pacto; antiga aliança e nova aliança. Todo o relacionamento de Deus com os seres humanos é na base do pacto ou aliança. É importante entendermos que toda e qualquer união que não seja fundada num pacto diante de Deus tende a fracassar. Quando temos o privilégio de entender que o nosso Deus é Deus de pacto, Deus de aliança, por isso é também Deus de promessas... No entanto, não temos de olhar apenas as promessas, mas a aliança, que é o nosso compromisso com ele. As promessas são consequências daqueles que honram a aliança no seu dia a dia com Deus. Veja o que está na palavra do Senhor. Há um texto para nos lembrar. O Senhor está dizendo: "Porque tu és povo santo ao Senhor teu Deus. O Senhor teu Deus te escolheu para que lhe fosses o seu povo próprio, de todos os povos que há sobre a terra. O Senhor te escolheu não porque eras grande. Mesmo pequeno, tu fostes eleito para ser povo de Deus”. A Comunidade Batista Shalom Internacional, chamada também de CBSI, é aquela igreja que pretende continuar essa visão dentro daquilo que está lá. Uma igreja de paz, de amor e unidade, baseada numa aliança séria com Deus e uns com os outros.

Essa igreja também tem um quarto pilar - aliás, são só cinco e já estou fechando. Pactuamos, assim como a igreja do Novo Testamento, ser uma igreja comprometida com os propósitos do reino de Deus. Aqui estamos vivendo agora os 40 dias com propósitos. Realmente é uma campanha mobilizadora para conscientizar biblicamente cada membro desse corpo eclesiástico, chamado Comunidade Batista Shalom Internacional, a se comprometer com a missão da igreja. Se você não abraça a missão da igreja, sabe o que acontecerá? Satanás lhe dará uma missão que vai se contrapor à missão de Deus na sua vida. Então, é necessário que cada um abrace a missão de Deus, abrace o chamado de Deus.

Deus quer que não apenas alguns sejam seus ministros, mas todos fomos chamados para ministrar ou servir, como diz Pedro, segundo o dom que ele repartiu com cada um. Eu quero que você pense nisso. Eu tenho dons que Deus me deu e dos quais Ele me pedirá contas. Não devo enterrá-los, devo multiplicá-los, usando-os para promover a palavra de Deus, o reino de Deus e a glória de Deus entre as nações.

Em quinto e em último lugar, a igreja do Novo Testamento era uma igreja marcada pela visão apostólica, uma igreja essencialmente apostólica. Só existe uma igreja no Novo Testamento, a igreja apostólica. Tanto é que a sua biografia está num livro chamado Atos dos apóstolos. Não existe outra igreja no Novo Testamento, a não ser a igreja apostólica. E o Novo Testamento que temos, que é o documento da revelação, na qual fundam a sua fé todos aqueles que creem no Senhor, foi escrito pelos apóstolos do Senhor, os continuadores da sua obra. E é importante entendermos que estamos buscando conexão com esse modelo apostólico do Novo Testamento, especialmente do livro de Atos. Atos 2: 42-44 diz que aquela igreja “perseverava na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum".

Que descrição maravilhosa! Que igreja encantadora! Alguém da liderança do nosso ministério perguntou-me: “Ministro Jota Moura, temos algum documento que assegure que a nossa igreja vá realmente cumprir isso? O que vai garantir isso? Que algum dia não vai haver separação, não vai haver ruptura, não vai haver divisões?”. Refleti um pouco e respondi que temos documentos que trabalham a estrutura de unidade da igreja, coisa estranha no meio de muitos aí. Mas quero dizer que não é isso que garante a unidade da igreja. O que vai garantir a unidade da igreja, essa estruturação que se fortalece pela comunhão em Cristo e uns com os outros é que nós temos que estar alicerçados nesses valores, nessas verdades do Reino de Deus. Se deixarmos que essas verdades sejam encarnadas no nosso DNA, então a esperança para que essa igreja, lá do Novo Testamento, ressurja em pleno século XXI.

Graças a Deus que isso não está acontecendo apenas conosco. No mundo inteiro, essa mesma verdade, essa mesma busca está movendo milhares em todas as nações, porque o Senhor está preparando o seu povo para o reencontro com Ele em glória.

Então, fechamos esta palavra, dizendo o seguinte: qual é o estilo, qual é o perfil dessa igreja que está sendo construída? Cinquenta e seis anos de construção, dos quais estamos trabalhando em 41. Cabo Júlio, é importante pensar nisso aqui. Não estamos ainda com o processo acabado, estamos na caminhada.

Cito uma frase de Ibrahim Jabur: "Num mundo cada vez mais global, mais avançado, mais integrado, ganha quem se adiantar, quem trouxer ideias novas. Se o estilo do seu empreendimento, seja ele qual for, preconizar parceria, líderes e liderados caminham juntos e juntos trabalham para o mesmo fim".

É isto que estamos buscando. Esse é basicamente o estilo CB Shalom Internacional, comunidade apostólica de fé unida, parceira, ágil, que oferece um leque maior de ministérios e de prestação de serviços, envolvendo todos os membros da comunidade com propósitos no reino. Visão criativa e métodos atuais, fundamentada e desenvolvida a partir da revelação divina, consubstanciada na Bíblia e projetada sobre as necessidades reais das pessoas e da sociedade em que vivemos, proclamando Jesus Cristo o Senhor e Salvador.

Em nossas reuniões de culto, adoramos com liberdade e espontaneidade, ao Deus Triúno, em espírito e em verdade, onde maravilhas e milagres da fé acontecem sempre, sem mercadejar esses milagres, pois o objetivo do evangelho é: “de graça, recebestes e, de graça, dai”; não há barganha, não há negociatas, não há empreendimentos financeiros em cima disso, pois entendemos a palavra do mestre.

Continuando, primamos ainda pelo senhorio de Cristo e pelo evangelho do Reino, que constituem o cerne de nossa mensagem; primamos pela restauração da unidade integral da igreja, com ênfase nos cinco propósitos fundamentais: evangelismo, discipulado, comunhão, adoração e serviço, o qual não é apenas interno, dos membros da comunidade, mas também dos membros da sociedade em geral. Estamos com a visão aberta para sermos bênção onde estivermos plantados; ministramos indiscriminadamente em redes sociais, nos grupos de crescimento, nas células, nas igrejas, sobretudo, edificando famílias saudáveis, embasadas nos valores do Evangelho do Reino.

Celebramos as festas bíblicas, com destaque para Páscoa, Pentecoste e Tabernáculos. Amamos a todos os povos e, em especial, Israel, e essas festas são usadas como pedagogia para a compreensão do propósito eterno de Deus em Cristo. Estamos envolvidos numa grande obra social, fruto do nosso amor pela causa do pobre e necessitado, sem qualquer tipo de paternalismo ou discriminação e, note-se, com recursos próprios, ou seja, não recebemos verbas do governo municipal nem estadual nem federal. Apesar de termos, deputado Cabo Júlio, uma instituição de utilidade pública reconhecida em todos os níveis, até hoje não recebemos verba de nenhuma entidade pública, em nenhum patamar, porque não aceitamos negociatas. Então, estamos prosseguindo no ideal de sermos bênção para a Nação.

Nosso lema é "Jesus Cristo reina", tendo por divisa: "E este Evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações”... Praticamos um cristianismo com reserva de qualidade; postulamos viver e anunciar o evangelho integral na unidade do corpo de Cristo, aqui e agora. Tudo isso, e muito mais, faz da Comunidade Batista Shalom Internacional uma grande parceira cristã do progresso espiritual para a maior glória de Deus. Sem nenhum ufanismo, convidamos você a conhecer o estilo de fé e vida da Comunidade Batista Shalom Internacional, Igreja Apostólica com Propósitos no Reino, até que Jesus Cristo venha. Amém!