DEPUTADO WANDER BORGES (PSB)
Discurso
Legislatura 18ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 25/11/2015
Página 32, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO.
Proposições citadas RQO 1959 de 2015
49ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 16/11/2015
Palavras do deputado Wander Borges
O deputado Wander Borges - Senhoras e senhores, meu cordial boa tarde. Quero cumprimentar a Mesa, na pessoa do nosso presidente, deputado Duarte Bechir; os nossos companheiros, autores desse requerimento: o deputado João Leite, que dispensa comentários – o João é um grande exemplo de homem público, servindo na Casa do povo – e a Ione, essa figura simpática que todos viram, sempre alegre. Eles tiveram a felicidade de homenagear esse grupo, que hoje faz 40 anos.
Quero abraçar carinhosamente o meu amigo, companheiro, ex-deputado federal, Mário Assad Júnior, cujo pai, Mário Assad, foi deputado por 10 mandatos e um dos fundadores da Assprom. Isso muito nos orgulha, Marinho, você que hoje serve ao governo do Estado de Minas Gerais. O André Quintão, aqui já nominado, também dispensa comentários, sempre companheiro, alegre, sereno, até nos embates do dia a dia, muito cordial, atencioso, um grande homem público. Ao presidente da entidade, o Sr. Carlos, e a toda a sua diretoria, o nosso abraço. O também ao deputado Sargento Rodrigues.
Passo por aqui, rapidamente, para fazer um pequeno depoimento. Há exatos 39 anos, quando assinava a minha carteira de trabalho pela segunda vez – porque na primeira, quando comecei a trabalhar, o sujeito guardou a carteira e não a assinou, não recolheu INSS e nenhum fundo de garantia –, exatamente no dia 3/3/1976, tentei entrar na recém-criada entidade, que hoje homenageamos, mas, naquela época, Bechir, não fui feliz.
Nós éramos de uma família de oito filhos, oito homens. Meu pai era servidor do Banco de Crédito Real, e minha mãe do lar. Então me arrumaram uma solução. Fui ser office boy, que era o contínuo, que, a bem da verdade, fazia os mesmos serviços que alguns fazem hoje. Só que naquela época éramos obrigados a servir o café na xícara. Já contei isso a alguns meninos com quem me encontro de vez em quando no elevador. Eram dois bules, um de aço, desse tamanho, e outro, do lado de cá. O falecido Sr. Horácio era o garçom. André, a gente pegava a bandeja com os dois bules, 60 xícaras e 60 pires, e servia o café. Fazíamos isso à 1 hora da tarde e, depois, às três e meia. No horário, entre 1 e 3 horas, tínhamos de descontar cheque na boca do caixa. Naquela época não havia cartão, não havia sistema biométrico. Era feito o cheque, e íamos à boca do caixa para descontá-lo. Ali ficávamos, às vezes, por 10, 15, 20, 30, 40 minutos ou uma hora, aguardando a possibilidade de descontá-lo e levar o dinheiro. Depois voltávamos correndo porque tínhamos de pagar os carnês do pessoal.
Lembro alguns nomes de pessoas que trabalharam com a gente à época, como Hermes Vilas Boas, Daise de Almeida Duque, Comendador Tales. Fui guardinha do gabinete do saudoso Dinardi Mendes. Por que estou falando tudo isso e dando esse depoimento? Acho que vale a pena sonhar. Quisera eu imaginar há praticamente 40 anos que hoje estaria aqui como deputado, olhando nos olhos de cada um de vocês e talvez plagiando o Sargento.
Existe uma questão fundamental nessa caminhada de vocês: disciplina e determinação. Deve-se criar objetivos, a cada momento, a cada dia, principalmente quando vai chegando o final do ano, quando nossas esperanças e nossos sonhos se renovam. Quero dizer isso a cada um de vocês, por mais humildes que sejam. Não interessa onde moram. Eu moro ali próximo ao Rio das Velhas, esquina com Rio Arrudas, em General Carneiro, Bairro Nações Unidas. Naquela época nem ônibus existia. Havia só o trem.
É preciso renovar as esperanças e dizer para vocês mesmos: eu vim para dar certo, eu sou responsável pelo meu destino. É isso que nós, aqui na Assembleia, desejamos a cada um de vocês e a essa entidade que realmente é ímpar. Daqui a pouco nós passaremos, e vocês, com certeza absoluta, serão os pilares do futuro que queremos para esta nação, com gente de bem, que trabalha com denodo, com afinco, com justiça e, sobretudo, com amor ao próximo. Parabéns, Ione, parabéns, João. Parabenizo esta Casa e essa meninada, que é bacana, ordeira e tem toda condição de dirigir o futuro desta nação mundo afora. Muito obrigado.