DEPUTADO TENENTE LÚCIO (PDT), Autor do requerimento que deu origem à homenagem.
Discurso
Homenagem ao Exército Brasileiro.
Reunião
74ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 02/09/2009
Página 41, Coluna 1
Assunto SEGURANÇA PÚBLICA. HOMENAGEM.
Legislatura 16ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 02/09/2009
Página 41, Coluna 1
Assunto SEGURANÇA PÚBLICA. HOMENAGEM.
74ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª
LEGISLATURA, EM 27/8/2009
Palavras do Deputado Tenente Lúcio
Exmo. Sr. Vice-Presidente da Assembleia Legislativa do Estado,
companheiro e amigo Deputado José Henrique, representando o
Presidente desta Casa, Deputado Alberto Pinto Coelho; Exmo. Sr.
Gen.-Div. José Mário Facioli, Comandante da 4ª Região Militar;
Exmo. Sr. Cel. Josué Soares, representando o Comando da PMMG;
Exmo. Assessor Militar da Presidência da Assembleia Legislativa,
Maj. Rogério Aparecido Soares Ribeiro, representando o Comandante-
Geral do Corpo de Bombeiros, Cel. Gilvan Almeida de Sá;
companheiros aqui presentes, Deputados Ivair Nogueira, Eros
Biondini, João Leite, Carlos Gomes, Vanderlei Miranda, Célio
Moreira, Sargento Rodrigues e Neider Moreira, muito obrigado por
sua presença.
Gostaria de agradecer, em primeiro lugar, a Deus, por esta
oportunidade que nos é dada de homenagear uma instituição tão
séria - sempre me orgulho de a ela ter pertencido por dez anos da
minha vida -, o Exército Brasileiro. Hoje, como Oficial da
Reserva, tenho a oportunidade de homenagear essa instituição à
qual devo muito, mormente no que se refere à formação do meu
caráter e da minha dignidade.
Exmo. Sr. Gen.-Div. José Mário Facioli, Comandante da 4ª Região
Militar, em sua pessoa saúdo a todos os militares aqui presentes,
que, lotando este recinto, consagram como significativa a
homenagem que hoje é prestada ao Exército na figura do seu
patrono.
Quero agradecer a presença de todos que aqui estão, a essa banda
maravilhosa do nosso glorioso Exército, a todas as pessoas que
aqui estão lotando as galerias, da ativa ou da reserva, mulheres
ou homens, todos representando nosso glorioso Exército.
Esta tarde seguramente se transformará em uma das mais
importantes de minha vida pública. Isso se deve ao fato de ter a
oportunidade de dirigir-me a todas as senhoras e todos os senhores
presentes nesta Casa Legislativa e especialmente aos meus amigos
do Exército Brasileiro.
Sou oriundo dessa instituição, onde frequentei o Núcleo de
Preparação de Oficiais da Reserva do 36º Batalhão de Infantaria
Motorizado, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, berço de minha
formação militar e de cidadão. Como Tenente, tive a honra de
servir, pelo tempo máximo que a legislação permitiu, no 41º
Batalhão de Infantaria em Jataí (GO), e no meu retorno a
Uberlândia, no 36º Batalhão de Infantaria Motorizado, onde me
formei. Fiquei 10 meses em Jataí e 9 anos em Uberlândia.
Após o serviço militar, ingressei na política. Fui eleito quatro
vezes Vereador em Uberlândia, tendo sido Presidente da Câmara de
Vereadores três vezes. Com muito orgulho, fui agraciado com a
Medalha do Pacificador e também como colaborador emérito do
Exército. Hoje, como Deputado Estadual, procuro aplicar, em minha
ação política, os valores aprendidos no quartel e lutar por
melhores condições para os militares, suas famílias e instituições
que representam.
No último dia 25 de agosto, comemorou-se o 206º aniversário de
nascimento de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias,
patrono do nosso Exército. Pela sua trajetória gloriosa é
reconhecido como a maior personalidade militar brasileira, tendo
participado de seis campanhas militares, quatro internas e duas
externas, e de outros fatos marcantes da vida política do séc.
XIX.
Nas lutas internas que ocorreram no Brasil recém-independente,
Caxias participou com invulgar destaque. Desde o Pará, passando
por Maranhão, por Salvador, na Bahia, por Minas Gerais e pelo Rio
Grande do Sul, a sua presença, comandando tropas, concorreu para a
manutenção da paz entre irmãos e para o não desmembramento do
nosso território.
Após a pacificação da cidade maranhense de Caxias, recebeu o
título de Barão, adotando o nome pelo qual seria imortalizado.
Nesse período, galgou todos os postos da hierarquia militar, tendo
sido promovido a general no início do reinado de D. Pedro II.
Dessa experiência é que emergiu o grande líder, que soube captar a
fundo a natureza e o caráter do homem brasileiro, quer fosse
civil, quer fosse militar. Outra exata compreensão foi a da
instituição a que servia, ponto crucial para compreendermos os
futuros avanços do Exército Imperial, sob sua direção, já na
segunda metade do séc. XIX.
Caxias foi Ministro da Guerra em três períodos, incrementando
várias realizações, das quais destaco: a construção da Escola
Militar da Praia Vermelha, a ampliação do então Quartel General do
Exército, hoje Palácio Duque de Caxias, a criação do Asilo dos
Inválidos da Pátria para acolher vítimas das guerras, todos
localizados no Rio de Janeiro, e a criação de várias colônias
militares para proteção de nossas fronteiras, no atual Mato Grosso
do Sul.
É de Caxias o célebre brado: “Sigam-me os que forem brasileiros”,
em que demonstrou coragem física suficiente para levar seus homens
à vitória, na passagem sobre o Rio Tororó. Inovou também ao usar
balões como meio para reconhecimentos, antecipando em várias
décadas o que se passou a fazer com aeronaves.
Como homem de confiança do Imperador D. Pedro II, foi, por três
períodos, chefe do governo brasileiro. Como não poderia deixar de
ser, saiu-se muito bem o cidadão dotado de ilibada conduta, que
era reconhecido até pelo seus adversários. Ainda no campo
político, Caxias foi Senador pelo Rio Grande do Sul. No
parlamento, sustentou vibrantes e calorosos debates na defesa de
interesses do povo gaúcho, sem também esquecer aqueles relativos
ao Exército. Desde aquela época, vislumbrou a necessidade de ter o
Exército vozes no parlamento a influenciar e protegê-lo, quando
até mesmo se questionava a sua existência.
Retirou-se da vida pública em 1878, por doença, indo morar na
cidade de Valença, no Rio de Janeiro. Faleceu aos 76 anos, no dia
7/5/1880.
Por sua vontade, expressa em testamento, foi levado ao túmulo por
Soldados de bom comportamento.
E a Nação soube reconhecer os tantos e tamanhos serviços de seu
maior Soldado. São incontáveis os monumentos, nomes de ruas,
escolas e as duas importantes cidades que têm o seu nome: Duque de
Caxias, no Rio de Janeiro, e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul.
Os exemplos e o legado de Caxias ultrapassaram gerações e se
eternizaram. A réplica de sua invicta espada é portada pelos
cadetes do Exército; seus restos mortais repousam em local de
destaque, num panteão próprio, na cidade do Rio de Janeiro, e seu
nome está inserido no Monumento aos Heróis da Pátria, em Brasília.
O dia 25 de agosto, data do seu nascimento, é consagrado como o
Dia do Soldado.
Sr. Presidente, Deputado José Henrique, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, Exmo. Sr. Gen. Facioli, Oficiais e praças aqui
reunidos, minhas senhoras e meus senhores, muito ainda se poderia
dizer, nesta tribuna, acerca da figura de Luiz Alves de Lima e
Silva, o Duque de Caxias, patrono do nosso Exército. Deixo, porém,
para reflexão dos mais jovens as palavras do Gen. Ex. Gleuber
Vieira, ex-Ministro e antigo Comandante do Exército: “Para ser
Caxias é necessário: realmente amar a Pária, estar moralmente
amparado, corajosamente disposto e fraternalmente envolvido com o
próximo e com a sociedade. Manter a ordem e a segurança é a
obrigação de todos nós.”. Num feliz instante de criação, o autor
da novela “O Rei do Gado”, exibida pela primeira vez em 1996,
compôs um personagem político acima de quaisquer suspeitas: o
Senador Caxias.
Agradeço, mais uma vez, ao Gen. Div. José Mário Facioli,
Comandante da 4ª Região Militar, a especial deferência de trazer a
esta Casa os seus companheiros de trabalho. E creiam todos aqui
presentes que esta Assembleia vive hoje um dos seus mais
importantes momentos ao exaltar o Duque de Caxias, o Soldado
símbolo do Brasil.
E aqui, General, eu não posso ser o autor deste requerimento na
individualidade. Quero dividir com todos os meus companheiros
Deputados aqui já citados. Se o senhor nos permite, no ano de
1979, quando nós nos formamos aspirantes, já pleiteando ser
Tenente à minha turma, de 30, devo muito a cada um deles. E aqui
gostaria de citar os seus nomes: alunos nºs 1 - Carlos; 2 -
Dorneles; 3 - Soares; 4 - Emílio; 5 - Eron; 6 - Fábio; 7 - Flávio;
8 - Gérson; 9 - Gilmar; 10 - Souza; 11 - Lemos; 12 - Hudson; 13 -
Jairo; 14 - Porto, hoje Presidente da nossa Associação de Oficiais
da Reserva; 15 - Agton; 16 - Edson; 17 - César, hoje em memória;
18 - Marcos; 19 - Azevedo: 20 - Queiroz; 21 - Ricardo; 22 -
Roberto; 23 - Rubens; 24 - Sênio; 25 - Ferreira; 26 - eu, Lúcio;
27 - Ulisses; 28 - Zago, também em memória; 29 - Martins; 30 -
Lima.
Quero destacar a participação do nosso Comandante à época, Cel.
Branco, em memória, e também do nosso então instrutor, Ten.
Orlando, atualmente Coronel da reserva. Ele não está presente em
razão do casamento de seu filho em Cáceres, no Mato Grosso, mas
mandou um abraço ao General, juntamente ao Cel. Loureiro, os dois
responsáveis por nos ajudar muito.
Para os senhores terem uma ideia da importância que o Triângulo
Mineiro e parte do Alto Paranaíba estão dando a esta solenidade,
hoje recebemos inúmeros telefonemas e “e-mails”, e por isso
prometi falar alguns nomes aqui. Da cidade de Indianópolis, o
Prefeito Renes; de Carneirinho, a Prefeita Dalva; de Estrela do
Sul, o Prefeito Licurgo; de Abadia dos Dourados, a Prefeita Kátia;
de Conquista, a Prefeita Vera Lúcia; de Araporã, o Prefeito Valdir
e os Vereadores Chinguinha, Roberto e Waldivino; de Campina Verde,
o Vereador Franco; de Canápolis, o Prefeito Edilson e os
Vereadores Fábio, José Fernandes e Dioneir; de Centralina, os
Vereadores Cleisson, Antônio, Daniel, Anidson, Rúbia, Tiago e
Leonardo; de Iraí de Minas, o Prefeito Pedrão e os Vereadores
Marcelo, Henrique e Antoninho; de Limeira do Oeste, o Prefeito
Pedro Socorro e os Vereadores Iradel, Paulo César e Elísio; de
Monte Alegre de Minas, o Presidente Andinho e os Vereadores
Nenzinho, Derli e Carlos; de Monte Carmelo, o Gideon; de Belo
Horizonte, o Ten. Carlos André, hoje Diretor da Spacer; da cidade
de Tupaciguara, o Prefeito Alexandre Berquó e os Vereadores
Vilmarzinho, Édio, Jerônimo e Jussélia; de Uberlândia, o Prefeito
Odelmo Leão e os Vereadores Jerônima, Willian Alvorada, Doca,
Márcio Nobre, Baiano, Adriano Zago e Murilo; de Bambuí, o Vereador
Luciano; de Cambuquira, o Vereador Diogo; de Bom Despacho, o
Vereador Marcelo; de Três Marias, o Vereador Eduardo; de Delta, os
Vereadores Raimundo, Izabel, José Renato, Sérgio, Ângelo, Luís
Humberto; Júlio César, Carlos Roberto e Gilberto Machado; de
Barbacena, o Vereador Alaor; de Grupiara, o Prefeito Ronaldo, as
Vereadoras Bilica e Roseli e o Vereador Batista; de Santa Vitória,
os Vereadores Welliton, Condinho e Hélio Rolla; e de Sacramento, o
Prefeito Baguá, os Vereadores Alex e Sinhoreli, o Secretário
Papinha e o Luizão. Enfim, se fôssemos citar todo mundo, iríamos
tomar muito tempo dos senhores.
Só quero deixar, por meio da TV Assembleia, clara a
representatividade das lideranças do Triângulo Mineiro, que estão
realmente nos acompanhando e, muitas delas, gravando esta reunião
para mostrar, no quartel de Uberlândia e também nos Tiros de
Guerra, a importância que nos é dada neste evento, nesta
solenidade. Quero fazer um agradecimento especial ao Cel. Teotônio
Luís Patrocínio de Morais, que foi Comandante do 36º Batalhão de
Infantaria Motorizada e hoje está em nossa assessoria. Ele manda
um abraço ao General Facioli e a todos os companheiros de trabalho
que estão vestindo farda ou não.
Para encerrar as minhas palavras, gostaria de dizer que estou
emocionado. Servi ao Exército por dez anos, uma instituição que me
traz excepcionais lembranças, principalmente dos exercícios de
ataque e defesa. Defesa não tanto, porque eu não gostava de ficar
na defensiva, só fazendo patrulha de reconhecimento; gostava muito
quando se tratava de uma ofensiva, de subir e descer morro.
Comandei pelotão de fuzileiro por três anos e companhia de
fuzileiro por quatro anos, disputando, nas inspeções militares,
com os Comandantes do CMP à época e fazendo inspeções. Tive o
prazer de ver a nossa companhia sempre em primeiro lugar.
Comandamos a 1ª Companhia de Fuzileiros não só nos exercícios
militares, mas também nas competições esportivas. Os meus Soldados
sempre tiveram a regalia de poder treinar e perder - aliás, isso
faz parte do ofício -, porém nunca tiveram o direito de deixar de
ter garra. Sempre as competições e os exercícios militares eram
levados muito a sério. E isso sempre foi mostrado no Exército
brasileiro: devemos ser perseverantes, manter-nos com seriedade e
muita disposição. Tenho um orgulho muito grande, apesar de saber
que, até a nossa chegada, o Exército brasileiro nunca havia feito
um representante na Assembleia. Devo muito, primeiramente a Deus,
e depois à minha família, a meus amigos de farda - ou sem ela -
que me ajudaram a ser Deputado. Minha obrigação hoje é representar
essa instituição, à qual tenho grande orgulho de ter pertencido.
Na verdade, para sempre irei pertencer a ela. Enquanto vida eu
tiver, vocês poderão contar com o amigo Tenente Lúcio. É assim que
sou conhecido e é assim que sempre irei trabalhar. Penso que a
grande maioria das pessoas tem um cartãozinho meu, em que está
anotado o número do meu telefone celular; estou sempre
distribuindo cartões. Estarei sempre à disposição do Exército
brasileiro, que é figura ímpar para o meu coração e para as minhas
emoções. Muito obrigado!