Pronunciamentos

DEPUTADO RÊMOLO ALOISE (PSDB), Presidente "ad hoc".

Discurso

Transcurso do 75º aniversário de fundação da Sociedade Mineira de Engenheiros.
Reunião 1ª reunião ESPECIAL
Legislatura 15ª legislatura, 4ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 15/03/2006
Página 26, Coluna 2
Assunto CALENDÁRIO.
Proposições citadas RQS 1940 de 2006

1ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª LEGISLATURA, EM 13/3/2006

Palavras do Deputado Rêmolo Aloise


Dr. Márcio Damazio Trindade, Presidente da SME; Dr. Luiz Fernandes de Souza, sócio-fundador e benemérito da SME; Vereador Tarcísio Caixeta, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, representando o Presidente, Vereador Silvinho Rezende; Rogério Colombini, Secretário Municipal de Política de Abastecimento de Belo Horizonte; Gílson de Carvalho Queiroz Filho, Presidente do Crea; Deputados Antônio Andrade, Antônio Carlos Arantes, Doutor Viana, José Henrique e Paulo Piau; Deputado Fábio Avelar; minhas senhoras; meus senhores, peço aos meus colegas permissão para quebrar o protocolo de ler o que foi colocado em minhas mãos. O homem em suas funções, principalmente o que detém mandato parlamentar, pode fazer vários tipos de pronunciamento. Pode fazer um pronunciamento político, que vem do parlamento, composto pelos representantes do povo, por meio de suas palavras e ações; pode fazer um pronunciamento técnico ou um pronunciamento como o que ouvimos do Presidente do Crea daquela tribuna, onde temos o direito maior de representar este Estado. Falar com sentimento, falar de dentro para fora. Apresentou posições que deixaram muito clara a sua representação como Presidente dessa entidade. Seguirei o seu raciocínio: claro, tranqüilo e, acima de tudo, lógico.

Imaginem só um País com débito de um trilhão com a Previdência Social; um País que está com débito de mais de um trilhão de dívida interna; um País que está com a maior inflação do mundo; um País que está tentando revolucionar os próximos 20 anos para entrar no mercado competitivo. E nós, o que esperamos de tudo isso? Paz, amor? Não, esperamos a esperança, como o Presidente disse.

Caro Fábio Avelar, meu colega em seu terceiro mandato - estou indo para o quarto -, V. Exa. tem-se dedicado e deseja demonstrar o que o povo lhe deu de representação. Nesta noite, querido Fabinho - que assim me permite chamá-lo -, V. Exa. brilhou uma vez mais. V. Exa. é um Deputado que tem o brilho da maior constelação do universo. Como candidato a 3º-Vice-Presidente desta Casa, obteve 73 votos.

Tenho uma inveja tremenda de você. Fui o segundo, com 69. O Paulo, o José Henrique e o Viana sabem disso.

Deputado Fábio Avelar, você é uma pessoa muito querida. Nesta noite, demonstra o quanto consegue unir as pessoas e transmitir-lhes a sua vontade. Em 1973, recebeu o diploma de engenheiro. Caminhou várias vezes, e, na semana passada, da tribuna, assustou-me ao falar do lixo ambiental. Sou médico, formei-me na Federal, você na Kennedy. E você me deu uma aula brilhante ao falar sobre o assunto. Discorreu acerca do CO2, do cerume, das questões que não são tratadas. Tenha a certeza absoluta de que jamais se esquecerá desta noite.

Antes de terminar, contarei uma história aos senhores engenheiros, aliás, muito interessante. Em 1983, em São Sebastião do Paraíso, resolvi construir um prédio de 19.000m2, e a primeira laje tinha 2.500m2. Procurei um engenheiro calculista, um professor da universidade de Araraquara (SP), e lhe disse que queria construir um prédio de 23 andares, com várias lojas e apartamentos. Disse-me que não estava entendendo o porquê de eu construir um prédio de tamanha dimensão. Afirmei-lhe que queria, sim. Combinamos que ele faria o cálculo. Estavam previstas três lajes: uma central e duas laterais. Estas suportariam menos peso que a laje central. Deveria ser feita uma conexão, já que eram lajes diferentes. Não poderia haver nenhuma trinca, enfim, nenhum problema. Utilizamos 117 estacas-tubulões. O pessoal descia 19m para fazer uma sapata de 5m, à noite, num terreno arenoso, chovendo, e o pessoal jogando truco lá embaixo. Desci até lá para ver como andavam as coisas. Fazia um calor terrível. Em uma das sapatas, couberam 295 sacos de cimento. Terminamos a obra, e lá está um monumento enorme, hoje um hospital, que tocamos. Há também um hotel muito bem montado.

Aquela massa simples, aquele monumento, não traz nenhum amor se não fossem os senhores engenheiros para nos dar garantia. Se alguém disser que este prédio está trincando, mal sabe ele que não se trata de trinca, mas de uma fissura em razão da movimentação da superposição de uma laje à outra, causada pela ação do vento, ou seja, uma movimentação normal. Portanto fui obrigado a entender tudo isso, apesar de não ser engenheiro.

Nesta noite, temos de cuidar da esperança. Se precisarmos acender três velas, uma para a paz, outra para o amor e outra para a esperança, garanto-lhe que as duas primeiras poderão ser apagadas. Queremos ter a certeza da esperança de um País melhor, de um povo ansioso por vê-lo tornar-se uma potência de Primeiro Mundo. Há alguns anos, li um livro de Paulo Almeida Carvalho, ex-Deputado Estadual. Ele disse que, em 2000, o Brasil se tornaria uma potência mundial. Lamentavelmente, muitas coisas aconteceram, mas ainda temos muito que esperar.

A SME é um marco, e nós, políticos, homens de responsabilidade, assim como os que aqui estão. Vemos alguém com ficha filiada à SME chegar a esta Casa, com dificuldade tremenda que a vida lhe trouxe.

Com o passar dos anos, os nossos neurônios vão perdendo a capacidade coordenadora, e temos dificuldades até de caminhar.

Esta Casa só pode dizer: Fábio Avelar, você brilhou nesta noite com os demais engenheiros presentes. Receba nosso muito obrigado.