DEPUTADO LELECO PIMENTEL (PT)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 02/06/2023
Página 11, Coluna 1
Assunto CALAMIDADE PÚBLICA. FUNDAÇÃO EDUCACIONAL CAIO MARTINS (FUCAM). MINERAÇÃO. TRANSPORTE E TRÂNSITO. TRIBUTO.
10ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 31/5/2023
Palavras do deputado Leleco Pimentel
O deputado Leleco Pimentel – Vamos com certeza contribuir um pouco com o tempo em relação ao pedido do colega João Vítor Xavier, mas talvez pudéssemos registrar aqui, neste momento, a importância da fake news. É por isso que aqueles que querem lavar as mãos, não querem estar nem num extremo nem no outro, precisam também contribuir, porque nem sempre quem está de um lado e de outro da história é quem está promovendo alguma discórdia, porque há também aqueles que lavam as mãos, aqueles que fingem não se preocupar com nada e colocam os antagônicos sempre como oposição.
É claro que também tivemos dúvida agora pela manhã sobre se havia uma obstrução em curso por parte do governo, como bem disse a deputada Beatriz, mas o que nos provocou a vir reforçar esse voto importante e declarar esse voto para que a Fundação Caio Martins permaneça foi o fato de aqui sermos colocados diante de um momento em que as mulheres desta Casa, que a todo tempo que sobem dizem das violências que sofrem aqui, no Plenário, nos corredores, nas comissões, terem sido aqui desprezadas, mais uma vez, quando se cria uma narrativa de que se protegerá uma mulher por um suposto... Digo suposto porque não tive condições de ter acesso a notícia alguma dessa violência. Mas não tenho dúvida de que o presidente da Câmara, o Arthur Lira, deve ser responsabilizado por tudo que ali ocorre, inclusive por ter colocado deputado cassado no Plenário ontem, ter colocado ali deputado que votou “sim”, mesmo cassado, para provocar esse tipo de discórdia e de fake news.
Mas eu quero lembrar hoje que nós descobrimos o Padre Kelmon da Renova e do juiz Mário, deputado Ulysses. Nós descobrimos que o juiz Mário contratou um perito para o caso da Bacia do Rio Doce que mente até sobre a sua idade. Segundo os relatos da rede Itatiaia agora pela manhã, o contratado pela Renova diz ter 53 anos, mas tem 43; diz ter doutorado, mas a universidade que ele menciona nunca o teve como aluno; diz que é frei, mas nunca foi parte de igreja alguma. Então é o Padre Kelmon da Renova, é o Padre Kelmon do crime da Samarco, da Vale e da BHP Billiton. Eu, ao ouvir aqui o deputado que fez as provocações no Plenário, também pensei se não era o Padre Kelmon da Assembleia. Eu pensei, porque é um falso moralismo, é a utilização da tribuna para dizer coisas da pessoa que ama, porque a gente só fala do que ama. É o tempo inteiro falando de coisas para provocar as pessoas, como se nós estivéssemos todos sob a égide do poder das fardas. Essa farda até o rock dos anos 1970 e 1980 já denunciava. Existe muita farda que é verdadeiramente farsa.
E aí eu subo a este Plenário para denunciar esses falsos moralistas que se vestem na hoste ou até mesmo na opa, porque também muitos deles se vestem para serem hipócritas, fariseus e falsos moralistas. De fato, o bom testemunho que Caio Martins deu ao colocar a sua vida em risco para salvar a vida dos amigos é hoje também símbolo da luta dos escoteiros, é o símbolo do escotismo. E nenhum de nós aqui sobe a esta tribuna ou ao Plenário para falar mal de bons exemplos.
Por isso mesmo que o bom exemplo desta Assembleia será o da permanência da Fucam. Agora, inclusive num segundo passo, deputada Macaé, ao invés de estrangular a Fucam, deputado Ricardo, o que nós queremos ver é o governo do Estado investir, porque educação é investimento e não custo; colocar recurso para retomada de turmas, porque a nossa região metropolitana pode inclusive optar pela nossa Fucam de Esmeraldas. No Norte de Minas, em São Francisco, em Juvenília, em todos os lugares, as pessoas podem optar por uma educação contextualizada com a sua vida. É uma proposta de educação que tem contexto com a educação do campo e no campo; uma educação que tem a ver com o apaixonar-se novamente pela zona rural, pela vida dos agricultores e agricultoras, que continuam mantendo os empregos e cuidando para que o alimento de qualidade, sem agrotóxico, chegue a nossas mesas. É por isso que a gente lutou pela Fucam e é por isso que não é só dizer aqui essas letras e esquecer-se de onde elas vieram que faz da gente menor ou maior quando a gente busca esclarecimentos e convencimento para não permitir que a Fucam vá embora.
Então, nesse sentido... Eu não vou utilizar todo o tempo, atendendo ao pedido do nosso querido companheiro desta Casa que me antecedeu, o João Vítor Xavier, contribuindo, assim, para a gente fazer essa votação, que é justa, que é honesta e que não colocou ninguém contra ninguém. Esta Casa apenas votou, sim, contra um veto do governador, que parece ter ódio de todos, inclusive da Assembleia e da educação no Estado de Minas Gerais. Não sabe discernir alhos de bugalhos, junta tudo numa bacia só e joga fora no lixo, porque o que interessa é privatizar as rodovias.
Vou aproveitar, deputado Cristiano: nós teremos uma nova batalha, porque o anúncio daquele lote que vai desencadear, no trânsito, a cobrança injusta de pedágio até Entre Rios de Minas, passando ali pelo entroncamento do Sul de Minas, que vai buscar São João del-Rei... Vai ser de novo a cobrança injusta de impostos sobre os ombros dos pobres. Este é o nosso compromisso aqui: nós não temos compromisso com farda alguma, nós temos compromisso é com a vida, e isso é o que nos move na política.
Nossa saudação de bom dia a todos. Encaminhamos o voto pela permanência da Fucam e pela permanência da educação do campo e no campo para os jovens e adultos de Minas Gerais.
A presidenta (deputada Leninha) – Obrigada, deputado Leleco Pimentel. Com a palavra, para encaminhar a votação, o deputado Cristiano Silveira.