DEPUTADO FRED COSTA (PEN), Autor do requerimento que deu origem à homenagem. Presidente "Ad hoc".
Discurso
Legislatura 17ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 20/11/2013
Página 11, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO.
Observação O número que acompanha o Requerimento Sem Número, constante no campo Proposições, é para controle interno, não fazendo parte da identificação da Proposição referida.
Proposições citadas RQS 2415 de 2013
61ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 20/11/2013
Palavras do presidente (deputado Fred Costa)
Palavras do Presidente
Saúdo o Sr. Raimundo dos Santos, ex-presidente da Congregação Mariana da Arquidiocese de Belo Horizonte; a Sra. Simone Cristine Araújo Lopes, presidente da Federação das Congregações Marianas da Arquidiocese de Belo Horizonte, que dignifica o exercício da função, sendo não só fiel aos seus princípios, mas também uma entusiasta, exercendo com alegria e amor a sua liderança; o Exmo. Sr. Sérgio Fernando Pinho Tavares, vereador, com quem tive a alegria de trabalhar durante dois anos, no meu segundo mandato de vereador em Belo Horizonte, antes de chegar a esta Casa. Quero saudar também minha mãe, que não se faz presente, mas que nos acompanha pela TV Assembleia.
D. Walmor, o líder máximo da nossa Arquidiocese de Belo Horizonte, citou que as crianças devem aprender e valorizar os preceitos cristãos. Quero aproveitar para cumprimentar meus sobrinhos Bernardo e João Vítor, motivo que faz minha mãe não estar presente. Isso faz valorizar o, infelizmente, depreciado instituto da família. Mas, devemos cultivar e trabalhar, para que, cada vez mais, essa instituição seja valorizada. Finalmente, gostaria de cumprimentar as senhoras e os senhores aqui presentes, mas, antes, reparando meu ato falho, cumprimento o Cláudio, que aqui está representando meu dileto amigo e competente deputado federal Eros Biondini, que não pôde estar aqui por motivo de agenda previamente comprometida e compromissada.
Quando todos nós assistimos atentos ao filme que antecedeu a minha fala não só nas suas passagens, mas também na fala de D. Walmor, pude perceber a emoção de cada um dos presentes externada, até por lágrimas, que demonstravam o amor incondicional. Vou além disso. Parto para a magnitude, para a importância religiosa, social e histórica. Nosso país tem 513 anos, nossa capital, Belo Horizonte, 115 anos, e hoje estamos aqui reunidos para celebrar, por meio de uma homenagem respaldada pelo coletivo de 77 deputados estaduais, a Congregação Mariana, existente há 450 anos, e a Federação das Congregações Marianas da Arquidiocese de Belo Horizonte, com 70 anos de existência.
Não vou me aventurar aqui a relatar a história, mas a ressaltar parte dela, já que acredito que todos os que se fazem presentes a conhecem com muito mais propriedade. Ainda no início da sua história, apenas com duas décadas de existência, foi qualificada, canonicamente, em 1584, com o título de Prima Primária, a primeira entre todas as congregações.
Em sua longa história, deu à Igreja 62 santos canonizados e 24 papas. Eu, que tenho 36 anos, tive oportunidade de acompanhar o trabalho de três papas, sendo dois deles egressos da congregação. Ressalto aqui o santo papa João Paulo II e, mais recentemente, o papa Bento XVI. Este certa vez disse que precisávamos de padres com o cheiro de Deus. O que ele queria dizer naquele momento? Utilizo aqui a frase de um outro religioso, de cujo nome não me lembro: “É impossível acreditar numa instituição política ou religiosa, sem que as pessoas que estão à frente delas demonstrem sua coerência de vida, ao praticarem o que defendem”.
Na sua missão, a congregação leva o serviço da fé, a promoção da justiça e do diálogo intercultural e inter-religioso, restaurando a integridade e a dignidade do ser humano, reincorporando a sociedade e estabelecendo relações justas com Deus, uns com os outros e com a própria criação, demonstrando enorme cuidado e priorizando, com destaque singular, o cuidado com os pobres. Se isso se faz extremamente necessário em qualquer parte do mundo, ainda mais num país como o nosso, cuja característica marcante é o contraste social. Podemos comprovar ainda o amor que provém do coração e a irmandade com o próximo, com as visitas regulares aos hospitais e às prisões, sendo esses pontos de honra e regra para os marianos.
Pregar a humildade deveria ser inerente a cada um de nós, mas, infelizmente, acaba se tornando qualidade, fazendo jus, aliás, a uma frase do papa Francisco, que deixou sua marca indelével quando de sua passagem pelo Brasil e vai conseguindo obter a simpatia, no mínimo, se não o apreço, a admiração e o amor de todos, até mesmo daqueles a quem respeitamos, mas que fizeram outra opção religiosa, que não a nossa. Ele disse, no Complexo de Manguinhos, no Rio de Janeiro: “A verdadeira riqueza não está nas coisas, mas no coração”. Com o coração prodigioso, hoje de forma abnegada, conforme afirmação também do papa Francisco, vão praticando seus representantes a partilha.
E, dessa forma, multiplicando, com o trabalho dos líderes, dos missionários, dos leigos, estando presente em mais de 130 países, imprimindo, dessa forma, as pegadas de Deus em toda a parte. Sabendo que o espírito de Cristo está ativo em todos os lugares e situações, não podemos deixar passar despercebida a atuação intensa também na área da educação. Aqueles que acreditam na verdadeira transformação social entendem a relevância desse trabalho, que visa a resgatar a dignidade, a partir do Evangelho, e preparar as próximas gerações para o seu desenvolvimento, mas levando, em seu coração, a palavra. Dessa forma, proporcionando formação de qualidade para mais de 3 milhões de pessoas, por meio de sua rede, no mundo.
Para que os senhores e senhoras tenham uma ideia, atualmente a população de Belo Horizonte perfaz um total de 2 milhões e 400 mil habitantes. Seria o mesmo que somar a toda a população de Belo Horizonte mais 500 mil pessoas procurando levar a paz e a justiça ao mundo. Chegou ao Brasil, entre 1927 e 1967, não à toa simbolizada no peito de alguns de vocês, a denominada onda azul do marianismo no País. Hoje, aliás, um dia convidativo para o azul - não que eu torça para o clube, mas impossível dele não se lembrar com o buzinaço que ouvimos na cidade. Eu me refiro ao título conquistado pelo Cruzeiro Esporte Clube. E, se o meu time teve a alegria de celebrar, no início do segundo semestre, um título, devemos respeitar a comemoração do outro lado, esperando ainda que o América também comemore o seu acesso à série A, em breve.
Mas não deixamos de nos lembrar de que, no ano de 1944, se inicia a história da Federação das Congregações Marianas na Arquidiocese de Belo Horizonte, nascendo, tendo a sua gênese, no entorno de onde hoje se encontra o santuário de adoração perpétua, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, que se confunde com a própria história da cidade de Belo Horizonte, sendo sempre muito atuante e vinculada à atividade das paróquias. Superando as dificuldades iniciais, cresceu substancialmente na década de 70.
E, agora, no ano de 2013, ganhou um presente muito especial, na pessoa do mais antigo congregado mariano residente na Arquidiocese de Belo Horizonte e agora vice-assistente eclesiástico, nomeado pelo também congregado mariano emérito e atual arcebispo de Belo Horizonte, D. Walmor Oliveira de Azevedo. Quero fazer um parêntese porque tive a alegria, quando vereador, de conceder-lhe o justo título de cidadão honorário; além disso, conseguimos aprovar e ver sancionada, finalmente, a denominação da Avenida Nossa Senhora do Carmo, não pairando mais dúvidas em relação à sua nomenclatura. Refiro-me, então, a D. José Maria Pires, que se consagrou à Nossa Senhora pela Congregação Mariana, no ano de 1934.
Quero finalizar parabenizando todos os que fazem parte dessa maravilhosa história, desejando que continuem a exercer esse maravilhoso trabalho, que deixa uma marca indelével, e a viver intensamente o amor à Virgem Maria. Cito aqui parte do hino oficial: “e te juramos, ó mãe querida, fidelidade por toda a vida”. Com esse sentimento, espero podermos lembrar, a cada ato por nós praticado, o respeito não só a Deus e à Virgem Maria, mas também - e por meio deles - aos nossos irmãos e irmãs em Cristo.
Parabéns a todos vocês. Lembrando que estamos às vésperas de um feriado, pedimos a Deus que ilumine cada um daqueles que vão viajar, proporcionando-lhes uma ida e um regresso iluminados pelo caminho de Deus. Infelizmente, no nosso país, enfrentar a rodovia é um grande desafio, que vem ceifando vidas. Parabéns, mais uma vez, a todos vocês.