Pronunciamentos

DEPUTADO FÁBIO CHEREM (PSD)

Discurso

Comenta a convenção estadual do Partido Social Democrático - PSD, no Município de Belo Horizonte.
Reunião 62ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 18ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 15/08/2015
Página 27, Coluna 1
Assunto ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
Aparteante DOUTOR WILSON BATISTA

62ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 11/8/2015

Palavras do deputado Fábio Cherem


O deputado Fábio Cherem* – Presidente, estamos aqui hoje ocupando esta tribuna para, sobretudo, agradecer a oportunidade que nos foi dada pela presidência desta Casa de efetuar, no último sábado, a convenção do nosso partido, contando, aliás, com a presença do ministro Gilberto Kassab, que aqui esteve para prestigiar o evento. Mais do que isso, ficamos surpresos pela penetração e força do partido no Estado – hoje mais de 500 dos 853 municípios de Minas têm comissões do PSD. O partido vem se autoafirmando como realmente uma força política não só no País, mas também no Estado de Minas Gerais.

A partir desse posicionamento do PSD, fica a pergunta, o questionamento de um partido que cresce e floresce, apesar da descrença quase generalizada na política. No seu início, o PSD foi formado pela necessidade de os brasileiros saírem da sinuca política na qual se encontravam, e se encontram hoje, de radicalismos, de extremos, da esquerda ou da direita. Essa construção efetuada depois da eleição do presidente Fernando Henrique Cardoso e que chega até os dias de hoje, com a presidente Dilma Rousseff, demonstra dois extremos políticos que não dialogam em hipótese nenhuma. Isso tem prejudicado o País.

O PSD foi formado a partir de uma posição explícita de seu principal fundador, o ministro Gilberto Kassab, que disse que o PSD é um partido de centro. Não era um partido nem de direita nem de esquerda, mas de centro. Hoje, tendo em vista a radicalização da política, o vale-tudo bem mencionado para ferir adversários por meio de poderes institucionais constituídos, podemos perceber a importância dos partidos de centro no Brasil, ou seja, dos moderados que estão atentos às necessidades dos brasileiros, independentemente das posições políticas de A ou B. É um partido com o objetivo de construir o Brasil. Mais que nunca, neste momento, quando as instituições são usadas para que os adversários políticos possam ser feridos, o PSD tem se firmado como um partido cada vez mais importante para o País.

Hoje, na Câmara Federal, esse partido possui 37 deputados. Aqui, na Assembleia de Minas, temos 4 deputados. Na última legislatura, em razão de problemas de coligação, não conseguimos eleger 6 deputados. Se o PSD tivesse entrado solitariamente, teria, com certeza, constituído uma maioria mais expressiva nesta Casa. Nossa convenção vem mostrar a força do partido e, sobretudo, garantir uma coligação que faça jus ao tamanho, à estatura e ao número de votos do PSD.

O deputado Doutor Wilson Batista (em aparte)* – Muito obrigado, deputado Fábio Cherem pela oportunidade deste aparte. Gostaria de relatar aqui exatamente aquilo que disse na convenção. Hoje estamos convictos de que falta no Brasil alguém que coloque os interesses da sociedade, os interesses da população acima dos seus próprios interesses, acima dos interesses partidários, acima dos interesses de se manter e perpetuar no poder. O que temos visto, ao longo dos últimos anos, é que o modelo político do Brasil já está desgastado, já não está atendendo mais a demanda da sociedade. Esse modelo já não está dando respostas aos anseios da nossa população.

O PSD hoje é uma oportunidade. Foi identificado pelo Gilberto Kassab – um partido que já teve em sua sigla Tancredo Neves e Juscelino Kubitschek. Há hoje a esperança de os brasileiros encontrarem um partido com pessoas que venham lutar para uma sociedade melhor. Não precisamos, como temos visto, de políticos que pensem primariamente em seus próprios interesses. Esse pensamento é responsável hoje por este fracasso que o Brasil está vivenciando. O fracasso não é só do modelo político, mas também causador da crise econômica que hoje se sobrepõe à crise política, tornando quase impossível soluções para os nossos principais desafios, que são combater a pobreza, dar saúde de qualidade à população brasileira, trazer segurança para nossos cidadãos.

Não conseguimos fazer isso exatamente, porque é através de uma boa política que os conflitos da sociedade são resolvidos. Por que não estamos fazendo essa boa política? Porque os interesses do partido e dos próprios políticos estão se sobrepondo aos interesses dos municípios, dos estados e da Nação. Espero que o PSD proponha soluções para os conflitos da nossa sociedade. Muito obrigado pelo aparte.

O deputado Fábio Cherem* – O deputado Doutor Wilson Batista está se despontando em Minas Gerais por sua representatividade, moderação e bom senso. É com grande alegria que recebemos nesta Casa esse parlamentar que representa muito bem a Zona da Mata.

É neste momento de crise que verificamos a força da democracia através de suas instituições. Hoje, diferentemente do passado, quando somente a Presidência da República se despontava, as instituições se fortalecem. Há posicionamentos independentes no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, no Tribunal de Contas da União, no Supremo Tribunal Federal, na Advocacia-Geral da União, na Polícia Federal. Todas as instituições estão trabalhando paralelamente, mostrando sobretudo a maturidade da democracia brasileira. Percebemos agora, com alegria, que os pensadores do Brasil, aqueles que refletem sobre a maturidade e os tesouros construídos ao longo dos anos de democracia plena, estão valorizando as instituições. Já não se fala mais em golpismo branco. A própria sociedade se insurge contra a postura destrutiva de membros do poder instituído, mais especialmente do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que continuamente coloca em pauta demandas que oneram os cofres públicos num momento em que mal temos recursos para cumprir compromissos, tirar o Brasil do atoleiro, que veio a reboque de uma crise internacional, e poder permear o futuro. É nessa expectativa que as instituições se fortalecem, que vemos pensadores em jornais e nos veículos de comunicação em geral valorizando a democracia, as instituições, independentemente do posicionamento dos políticos. Percebemos esse momento com alegria, confiantes de que os problemas serão resolvidos de forma institucional.

A quem interessa a quebra de mais de 25 anos de voto direto para presidente da República, governador, prefeito, vereador, deputado, senador? Essa foi uma grande conquista da sociedade brasileira. Atravessamos o maior período de democracia e estabilidade já vivido pelo Brasil. Esse é o nosso tesouro, essa é a experiência que tem de ser resguardada, apesar do momento atual. Como brasileiros, políticos ou não, só podemos contribuir para o País nesse grave momento de crise se atuarmos de maneira institucional e unida. Citamos como exemplo a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, onde, apesar das diferenças, a instituição prevalece, respeitando e valorizando como pode as outras instituições do Estado.

É nessa linha, presidente, que deixamos a nossa mensagem. Acreditamos que os mares revoltos que agora enfrentamos serão superados ao longo do tempo, com diálogo e sobretudo sem nenhuma ruptura institucional, o que seria um grande retrocesso para o País. Muito obrigado, presidente.

* – Sem revisão do orador.