DEPUTADO DUARTE BECHIR (PSD)
Questão de Ordem
Legislatura 18ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 03/12/2016
Página 28, Coluna 1
Assunto ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (ALMG). ESPORTE. HOMENAGEM. MANIFESTAÇÃO. SAÚDE PÚBLICA. TRABALHO EMPREGO E RENDA.
72ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 18ª LEGISLATURA, EM 1/12/2016
Palavras do deputado Duarte Bechir
O deputado Duarte Bechir – Inicio minha fala na linha em que o deputado Dalmo Ribeiro Silva concluiu a sua: quero registrar o meu reconhecimento pelo trabalho valoroso com que V. Exa. conduziu as reuniões; muitas, como é comum no Parlamento, cheias de debates. Com maturidade, experiência e zelo, V. Exa. soube conduzir muito bem os nossos trabalhos nesses dois anos de 1ª-vice-presidência. Aproveito para cumprimentar os demais membros da Mesa e os eleitos, entre eles o deputado Dalmo Ribeiro Silva, aqui conosco, que é nosso vizinho no Sul de Minas, região que viemos representar nesta Casa com muita alegria. Mas também quero abordar nesta fala um pouco da preocupação de todos com a economia e as instituições do nosso país. Ontem tivemos uma votação na Câmara que às vezes está sendo mal interpretada, porque o que se busca é o entendimento e o respeito entre as instituições. Com a crise econômica por que passa o nosso país, vamos finalizar os trabalhos com alto índice de desemprego e com a saúde capengando – as pessoas sem condição de fazer um tratamento ou mesmo de receber o medicamento mínimo para seus cuidados. Realmente, estamos vivenciando um momento de muitas preocupações com o nosso país. E quero registrar que neste momento também este parlamentar comunga do sentimento de preocupação dos brasileiros e do desejo de buscar alternativas. Na Casa, presidimos nesses dois anos, com muita alegria, a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Sem dúvida, foi muito prazeroso buscar soluções nessa área. E aproveitamos para discutir carências emergenciais, como o desemprego e a precariedade da saúde a que já me referi. Quero registar ainda que, nesta semana, o acidente aéreo com a equipe da Chapecoense nos causou profundo pesar, especialmente a mim, como ex-esportista, pois militei em Campo Belo, tanto na prática – no nosso glorioso Sparta Futebol Clube, o mais querido, e no Flamengo –, como, por muitos anos, no comando da Liga Esportiva Municipal de Campo Belo, onde meu pai também fez um bonito trabalho como presidente. Vendo há pouco, na hora do almoço, as imagens vindas da Colômbia, onde o governo brasileiro foi representado por José Serra, vimos o povo colombino vivendo, com a mesma intensidade, o mesmo que o povo brasileiro está vivendo: lágrimas e manifestações carinhosas de pesar pelo acidente que vitimou quase 80 pessoas, entre elas quase toda a delegação da Chapecoense, profissionais da imprensa, dirigentes, tripulantes e outros passageiros. Tudo isso, presidente, leva-nos, nesse final de ano e nesse momento, a uma reflexão. Será que o caminho que estamos seguindo pode ser mudado? Será que aquilo que estamos fazendo é o melhor agora? Porque nós somos julgados a cada quatro anos. Para voltar a esta Casa, fazemos um vestibular a cada quatro anos. Eu queria dividir com esta Casa todas essas preocupações que vivenciamos, porque, quando convidados para representar o município, uma região e o nosso estado, o fazemos com muito carinho. Hoje eu me desloco daqui e vou pernoitar em Caxambu. Vou visitar os municípios daquela região do Alto Mantiqueira, onde também temos um trabalho muito efetivo, e amanhã, receberei o título de Cidadão Honorário de Virgínia. Nessas nossas viagens nós ouvimos reclamações das pessoas que querem, de todos nós, um esforço. Então eu faço, nesse momento, essa reflexão, ao mesmo tempo que parabenizo toda a Mesa, desejando muito sucesso a que vai agora assumir, juntamente com o presidente Adalclever, para que tenhamos, nesta Casa, a oportunidade de debater, com muita alegria, com muito prazer, o momento em que o País vive. Quero dizer aqui que este parlamentar deixa registrado também o profundo pesar pelo acidente aéreo envolvendo a equipe da Chapecoense, profissionais da imprensa, entre outros. Quero deixar registrado o sentimento que comungo com todo povo de Santa Catarina, da Chapecoense, do nosso Brasil, e do mundo inteiro, que foi manifestado em oportunidades como jogos de basquete, vôlei, futebol. O mundo inteiro, todos vestiram o verde da Chapecoense. Assim, eu queria deixar registrada essa minha fala nesta tarde de hoje e terminando, mais uma vez, quero saudar V. Exa. pela condução dos trabalhos. Muito obrigado.
O presidente – Muito obrigado. Registro as palavras do deputado Duarte Bechir, que, na verdade, significam a identidade humana, no aspecto afetivo, no aspecto da perda, e que nos trazem, realmente, uma reflexão profunda sobre o sentido da vida, a imponderabilidade que acontece na nossa caminhada nesse mundo. Por isso mesmo, com muita fé, com muita razão, a gente tem de pedir a Deus muita luz nessa hora, muito conforto para as famílias enlutadas da Chapecoense. Foi um fato que chocou o mundo. E cabe muita reflexão, realmente, sobre como parte, como morre tanta gente junto. Ao se buscar as causas do acidente, sem crítica pejorativa, parece que está vindo à tona que foi falta de combustível. Será que estamos no século XXI e não temos esse zelo com os voos, tendo um projeto, realmente, de voo? A gente fica na dúvida, não é?
É muito louvável, deputado, a sua fala aqui nesse momento. Aliás, na minha maneira de ver, precisamos pensar muito ainda, refletir sobre esse tipo de fala que V. Exa. apresenta aqui, como essa em relação ao sentido da nossa representação também, a nossa responsabilidade, o nosso compromisso com o todo e não com a parte, com o ser humano em todas as suas dimensões, com as suas variáveis existenciais. Então, essa fala me traz identidade com V. Exa. e faço apologia dela. Agradeço a V. Exa. pela generosidade. Com a palavra, pela ordem, o deputado Léo Portela.