DEPUTADO DOUGLAS MELO (MDB)
Questão de Ordem
Legislatura 19ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 16/05/2019
Página 23, Coluna 1
Assunto ADMINISTRAÇÃO ESTADUAL. SEGURANÇA PÚBLICA.
39ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 19ª LEGISLATURA, EM 14/5/2019
Palavras do deputado Douglas Melo
O deputado Douglas Melo – Sr. Presidente, eu solicitei questão de ordem para fazer, mais uma vez, uma observação ao governo do Estado. Sinceramente, muito me assusta o quanto a gente vem alertando o governo nesta Casa sobre erros crassos, mas, mesmo assim, ele continua cometendo-os. No início do ano, logo que o governador suspendeu o concurso da Polícia Militar, eu avisei que Minas pagaria um alto valor, principalmente o cidadão de bem, pela falta de investimento na segurança. Sinceramente, lá na região de Sete Lagoas, já estamos tendo resultados negativos em razão desse erro estratégico do governo de não abastecer os batalhões e principalmente várias regiões da Polícia Militar em Minas com novos soldados. Hoje, por volta de 11 horas da manhã, houve um assalto no centro de Sete Lagoas. Um trio armado com submetralhadoras entrou em uma loja no centro – o que assustou toda a população da cidade – e cometeu um assalto bárbaro, inclusive com tiros dentro da loja. Agora, quero deixar esse alerta e avisar para toda a população de Sete Lagoas: o maior responsável por esse assalto é o governador do Estado de Minas Gerais. Adotei uma postura dentro desta Casa: com qualquer governador que seja – jamais defendo qualquer governo –, estou aqui para fazer o meu papel de responsabilizar aqueles que estiverem no seu cargo, mas ajudar quando for necessário. Avisei ao governo de Minas: não conte comigo para apoiar essa decisão de suspender a convocação dos novos policiais. Quem vê as cenas do assalto que aconteceu hoje em Sete Lagoas não encontra qualquer argumento para proteger o governo de ter suspendido um concurso com apenas mil e poucos policiais. Olha, Sr. Presidente, vamos parar com esse argumento do governo que está cortando para economizar porque isso não pega mais. O Poder Público tem um papel principal, que é prestar serviço para a comunidade. Esse assunto já está ficando muito chato. Todo dia o governador faz um vídeo: “Estou economizando com o jardim da Cidade Administrativa”. Com todo respeito, governador, se dessem um tiro na cabeça de uma das meninas que estavam trabalhando na loja, o vídeo do senhor de nada serviria, a não ser para aqueles que não sabem que esses cortes que o senhor está fazendo não representam quase nada para a vida do mineiro. Olha quanto tempo levamos para reestruturar o comando de Sete Lagoas, ou melhor, para estruturar, porque, há dois anos, nem comando da polícia Sete Lagoas tinha. Sete Lagoas era comandada por Curvelo. E há gente que ainda vem falar que comando da polícia não é importante. Vá lá e pergunte para os policiais militares e civis como mudou a vida deles, como a estrutura passou a ser. Receberíamos agora 60 policiais militares. Com o corte do governo, sabe o que está acontecendo, Sr. Presidente? As viaturas que conquistamos há cerca de dois anos estão ficando paradas no 25º Batalhão de Sete Lagoas porque simplesmente o governador de Minas cortou o concurso da Polícia Militar. Acho que fazer economia, evitar gastos supérfluos é uma coisa; agora, brincar com a vida dos mineiros é coisa muito séria. São Paulo e Rio de Janeiro estão colocando Minas no bolso no quesito investimento em segurança pública. Eu não vou ficar aqui, neste Plenário, fazendo de conta que nada está acontecendo. Na minha região estou vendo de perto. Outro dia tivemos um assalto em uma das farmácias mais tradicionais de Sete Lagoas, em que fizeram todo mundo de refém. Outro dia foi com um dono de bar em Sete Lagoas, um bar muito tradicional. Hoje, logo pela manhã, um conhecido me disse que sua filha tinha sido assaltada na porta da sua casa. E, logo depois, às 11 horas, uma loja muito famosa e conhecida de Sete Lagoas, no centro, foi assaltada por um trio com submetralhadoras. Agora vem o governo de Minas achar que é normal suspender um concurso da Polícia Militar. Isso foi uma tragédia anunciada. O governo não pode se acomodar com esses dados que foram divulgados outro dia falando que, na questão da violência, em Minas está tudo O.K., está tudo tranquilo, porque não está. Vá lá para o interior para saber. Quero deixar, mais uma vez, para a população de Sete Lagoas e região: coloquem na conta do governador de Minas mais um assalto que aconteceu no centro, porque ele assumiu o risco quando suspendeu o concurso da PM. Espero que ele volte atrás e veja que poder público não é para gerar lucro, é para prestar serviço.