DEPUTADO CORONEL SANDRO (PL)
Discurso
Legislatura 20ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 02/06/2023
Página 6, Coluna 1
Assunto FUNDAÇÃO EDUCACIONAL CAIO MARTINS (FUCAM). MULHER.
Proposições citadas PL 359 de 2023
10ª REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 31/5/2023
Palavras do deputado Coronel Sandro
O deputado Coronel Sandro – Bom dia, Srs. Deputados. Obrigado, Sr. Presidente. Eu quero corroborar aqui a fala do deputado Arlen Santiago e prestar a minha solidariedade à jornalista Delis Ortiz, que foi covardemente agredida com uma porrada no peito. Foi isso que aconteceu. Como dizem, vindo da esquerda, do Maduro, do ditador amado pelo presidente, é uma porrada de amor. Eu estou sentindo falta das mulheres feministas aqui. Cadê o “mexeu comigo, mexeu com todas?” Cadê? Ninguém vai falar “mexeu comigo, mexeu com todas” ou a porrada só vale quando vocês acreditam que foi injusta? Porrada é porrada, agressão é agressão! Não existe país livre sem imprensa livre. Esse ditador tinha que estar preso. Parabéns, viu, deputado Arlen Santiago?
Sr. Presidente, vou ser breve para mencionar aqui a razão de eu ter vindo a esta tribuna para falar do projeto que envolve a Fucam, Fundação Caio Martins. Eu poderia até acreditar que os comunistas que tomaram esta tribuna aqui, ontem, na defesa da Fundação Caio Martins, estavam sendo sinceros se pelo menos tivessem mencionado quem foi Caio Martins; se pelo menos tivessem mencionado aqui quem criou a Fundação Caio Martins. Mas, não! Sequer isso aqui foi dito. Na verdade, eu acredito que, quando os comunistas vieram aqui, a pretexto de defender a Fundação Caio Martins, era para se oporem a uma vontade do governo Zema. Não que o governo esteja certo, porque eu também não concordei com o que estava sendo feito com a Fundação Caio Martins, mas acredito que, primeiro, nem quem foi Caio Martins e nem quem foi o criador da Fundação Caio Martins foi citado aqui, sabem por quê? Porque não são pessoas que usam coque vegano, há 40 anos moram com o pai no apartamento, são criadores de samambaia e ficam na rede social matando Hitler e fascista a twitada. Se fosse alguém desse tipo, com certeza, estaria sendo enaltecido aqui. Mas não foi.
Sabem por que eles não falaram do Caio Martins? Porque o Caio Martins foi um garoto que usava uniforme, e eles têm pavor de uniformes, porque isso reporta-se a militares, que eles odeiam. Mas não custava nada os defensores da Fundação Caio Martins falarem que aquele rapaz, em 1938, aos 15 anos de idade, morreu em um acidente de trem para salvar outras pessoas. Ninguém mencionou, ninguém fala quem foi Caio Martins e, para piorar, não falam quem foi o criador da Fundação Caio Martins, sabe por quê, Sr. Presidente? Porque ele envergou em vida o uniforme da Polícia Militar de Minas Gerais. O Cel. Manoel José de Almeida também foi deputado estadual nesta Casa e, por cinco vezes, deputado federal. Mas, quando se usa a farda, para esse pessoal, não vale nada.
E hoje eu estou aqui, na tribuna, para corrigir essa falha em relação às memórias do garoto Caio Martins e do Cel. Manoel José de Almeida, o grande fundador, criador da Fundação Caio Martins. Esse homem, queiram vocês ou não, usava uma farda da Polícia Militar de Minas Gerais, a mesma Polícia Militar de Minas Gerais que protege, nesta Casa, uma deputada, segundo ela, ameaçada; a mesma Polícia Militar de Minas Gerais que oferece aos povos, principalmente ao povo de Minas Gerais, segurança como a melhor polícia do Brasil. Por isso Minas Gerais é o melhor Estado do Brasil para se viver. É essa mesma Polícia Militar que, em detrimento de outra classe, ainda não teve aqui o reconhecimento do seu valor para que seja contemplada com a remuneração adequada, com a recomposição dos seus salários defasados em 35%, enquanto outras categorias têm.
Então, Sr. Presidente, é muito injusto termos passado aqui ontem, o dia inteiro, em que dois temas permearam os debates – um sobre a Fundação Caio Martins – a que sequer tenham feito alguma menção, principalmente, ao seu criador. Vou repetir: podem ter até urticária, mas quem criou a Fundação Caio Martins foi um coronel da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais, que usava a mesma farda que usei 30 anos depois. O período áureo da fundação aconteceu quando ele estava na direção da instituição. Isso ninguém apaga.
Então eu até poderia acreditar que a defesa da Fucam aqui foi sincera, mas não acredito. Não acredito porque não interessa a essa turma de comunista fazer o bem para a educação, não. Eles querem é se opor ao governo.
Senhor presidente, o barulho aqui está me atrapalhando. Não é o da Mesa, não. Pediria que o senhor parasse o meu tempo.
O presidente – Coronel, o senhor está com a palavra. Fique à vontade.
O deputado Coronel Sandro – Muito obrigado, Sr. Presidente. Isso é democracia, mas tem gente aqui que não aceita democracia. Quando os outros estão falando o que eles não querem ouvir, começam a resmungar, a fazer zunzum como se isso fosse impedir um processo que está acontecendo aqui. Venham aqui e me digam por que o nome do Cel. Manoel José de Almeida não foi realçado aqui, me digam! É por que ele não usa coque? É por que ele não é criador de samambaia? É por que ele não mata fascista na twittada, na rede? Ou por que ele não tinha 40 anos e vivia às custas do pai, sem trabalhar? É porque ele usava farda, não é? E essa farda incomoda, não é isso? Tenho o maior orgulho de vir aqui e falar que usei essa farda por 30 anos e contribui, diferentemente de muitos que passaram a vida inteira balançando bandeira no meio da rua, sem oferecer nada, nada de concreto ao povo de Minas Gerais.
Então, Sr. Presidente, realço, mais uma vez, o heroísmo do jovem Caio Martins, que, inclusive, depois do acidente de trem, juntou-se aos seus amigos escoteiros – por isso usava uniforme – e foi salvar as pessoas que estavam feridas. Ele, mesmo ferido, e, como não tinha maca para todo o mundo para conduzir os enfermos e os feridos ao hospital, em Barbacena, disse: “Vou andando, escoteiro vai andando”. Ele morreu alguns dias depois, em decorrência dos ferimentos, mas o seu heroísmo não se apaga, e é por isso que o coronel deu o nome dele à fundação. É esse coronel que fez muito pela educação de Minas Gerais com a criação da Fundação Caio Martins.
Então, queiram ou não, quem criou a Fundação Caio Martins foi o Cel. Manoel José de Almeida, e a contribuição dele não se apaga, mesmo que não tenha sido dito aqui, no dia de ontem, como eu esperava que fosse realçada sua participação muito importante e sem, também, deixar de realçar o fato de ele ter tido seis mandatos de deputado – um estadual nesta Casa e cinco federais.
Fica aqui o meu reconhecimento a esses dois heróis da educação de Minas Gerais – Caio Martins e Cel. Manoel José de Almeida, coronel da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. Muito obrigado, Sr. Presidente.