Pronunciamentos

DEPUTADO CELINHO DO SINTTROCEL (PC DO B), Autor do requerimento que deu origem à homenagem.

Discurso

Transcurso do 90º aniversário do Partido Comunista do Brasil - PC do B.
Reunião 3ª reunião ESPECIAL
Legislatura 17ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 17/04/2012
Página 3, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO. REPRESENTAÇÃO POPULAR.
Proposições citadas RQS 1893 de 2012

3ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 12/4/2012

Palavras do Deputado Celinho do Sinttrocel


Boa noite, camaradas, companheiros e companheiras presentes. Quero saudar a Deputada Federal Jô Moraes, em cuja pessoa cumprimento todas as mulheres que compõem a Mesa e também as que estão presentes neste Plenário. Cumprimento o companheiro, amigo e camarada Walter Sorrentino, na pessoa de quem saúdo os camaradas filiados ao PCdoB. De forma especial, cumprimento o Deputado Estadual Rogério Correia, em cuja pessoa saúdo todos os Deputados presentes.

Caros camaradas, a história de luta do povo brasileiro é uma das mais belas páginas da humanidade.

Não foram poucas as vezes em que o povo brasileiro deu seu suor, seu sangue e sua vida em defesa da democracia, da independência, de uma sociedade mais igualitária e na defesa da Pátria. Desta nossa Minas Gerais mesmo surgiram os mais fortes brados pela independência nacional, com nossos inconfidentes no século XVIII. Por toda Minas Gerais, centenas de quilombos foram constituídos na luta pelo fim da escravidão; fim tardio, pois há menos de 125 anos, em nosso país, um ser humano era legalmente dono de outro ser humano.

Nessa história de luta e sangue, no início do século passado, composta pelos imigrantes europeus e negros recém-libertos, a então incipiente classe operária, começou a deixar suas marcas pela nossa história, em 1917, na greve geral de São Paulo, que este ano completa 95 anos. O País se modernizava, os artistas buscavam descobrir os caminhos de uma nacionalidade própria. Em 1922, a Semana da Arte Moderna demonstrava claramente esse momento. Nesse mesmo ano, nesse mesmo ambiente, em 25/3/1922, houve um importante marco histórico para a classe operária no País: a fundação do Partido Comunista do Brasil.

O povo brasileiro continuou a escrever sua história e, a partir de então, sempre tendo como parceiros, muitas vezes condutores, os comunistas organizados agora no seu partido. Não foram poucas as batalhas desde então, como a coluna invencível de Luís Carlos Prestes, na década de 20; a luta antifascista, nas décadas de 30 e de 40; a luta pelo petróleo para os brasileiros, na década de 50; a luta pelas reformas de base, no início dos anos 60; a luta pela defesa da democracia, nos anos 70; a luta pela redemocratização, nos anos 80; a luta contra o neoliberalismo na última década do século XX e pela construção de um país independente e soberano, nestes últimos anos. Muitos democratas e patriotas deixaram sua marca em todos esses anos, seja nas ruas, nas escolas, nas garagens, nas fábricas ou nos palcos, sempre na intransigente defesa da democracia, do País e do socialismo.

Dos palcos e livros veio a parte mais avançada da inteligencia nacional: nosso Deputado Jorge Amado, Portinari, Carlos Drummond de Andrade, Oscar Niemeyer, nossa deputada Lecy Brandão, Martinho da Vila e tantos outros. Inúmeras pessoas escreveram essa história. Centenas de milhares de anônimos, na sala de aula, na garagem da empresa, no chão da fábrica, no meio da selva, em todos os cantos dedicaram sua vida à nossa causa e ao PCdoB.

Não foi fácil essa construção histórica dos comunistas, assim como não é fácil a vida do povo brasileiro. Em muitos momentos, houve a luta diária pela sobrevivência do partido, que muito se assemelha à luta diária pela sobrevivência dos trabalhadores, muitos deles, até hoje, em situação de semiescravidão. Milhões de brasileiros pereceram, e muitos de nossos lutadores também tombaram pelo caminho. Não foi fácil a luta para fazer garantir o simples direito da nossa fala. Muitos foram os ataques, quase todos de ódio dos poderosos e da elite, quase sempre a serviço dos interesses do exterior e do capital internacional.

Hoje, o Partido Comunista do Brasil cresce e se encontra em uma situação em que grandes e novas possibilidades surgem. O PCdoB disputará as eleições deste ano em diversas capitais do Brasil, com amplas chances de lograr vitória em algumas delas e de seguir administrando capitais pelo País, como, hoje, é administrada Aracaju, um cenário só visto, nesses 90 anos do pós-guerra, nas eleições de 1945.

Em Minas Gerais, os desafios não são menores. Disputaremos dezenas de Prefeituras e, com certeza, elegeremos dezenas de Vereadores. Nossa bancada parlamentar poderá disputar as duas mais importantes cidades de Minas Gerais: Contagem e Coronel Fabriciano, ambas com chances reais de vitória, as duas com uma enorme classe operária com uma longa história de luta. Essa tarefa não é e não pode ser de uma pessoa, nem mesmo de um diretório, mas de todo o coletivo partidário.

Camaradas, 90 anos não são 90 dias. Nossa história não é igualável à de nenhum dos inúmeros partidos da história do País, e é comparável a poucos do mundo. Nossa trajetória, mais que nos honrar, é guia para as lutas que virão.

Nesta tribuna da Assembleia, desde o primeiro discurso feito nesta Casa, tenho repetido que estou Deputado, sou mesmo é sindicalista e trabalhador rodoviário. Esse é o nosso compromisso com o qual tenho honrado, nesta Casa, a história de 90 anos dos comunistas no Brasil. Muito obrigado e viva o PCdoB.