168ª REUNIÃO ESPECIAL DA 4ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 14ª LEGISLATURA, EM 25/3/2002

Palavras do Deputado Antônio Júlio

Exmos. Srs. Governador Itamar Franco, Alexandre Dupeyrat, nosso homenageado; caro Deputado Federal Mauro Lopes, Deputado Federal Virgílio Guimarães, Embaixador Dr. José Aparecido, Dr. Henrique Hargreaves, Dr. Nedens Freire Vieira, Dr. Djalma Bastos de Moraes, Dr. Marcelo Siqueira e Deputado Sávio Souza Cruz, na pessoa de quem saúdo todos os nossos colegas Deputados presentes a esta solenidade, senhores convidados, senhoras e senhores, esta Presidência tem a satisfação de proceder à abertura desta reunião especial, destinada à entrega do Título de Cidadão Honorário do Estado de Minas Gerais ao Dr. Alexandre de Paula Dupeyrat Martins, conforme proposição apresentada pelo Deputado Sávio Souza Cruz, aprovada por esta Casa, e nos termos do decreto correspondente, assinado pelo Exmo. Sr. Governador Itamar Franco.

Antes de conceder a palavra ao nobre Deputado Sávio Souza Cruz, que fará a saudação oficial ao nosso homenageado, esta Presidência quer consignar, em breves palavras, alguns aspectos que vinculam a individualidade marcante do Dr. Alexandre Dupeyrat ao mais puro sentimento de mineiridade.

Em primeiro lugar, destacamos o conceito que o verbo universal de João Guimarães Rosa deixou gravado de forma lapidar: para o mineiro, “importante é ser, e não parecer”.

Na trajetória de vida de Alexandre Dupeyrat essa tem sido talvez sua característica mais notável. Cidadão do mundo, vivendo a juventude de estudante em Paris, junto às raízes de sua ascendência familiar, e depois conquistando o título de doutor em direito pela Universidade de Estrasburgo, jamais faz exposição dessa sua sólida cultura humanística.

É na sua vasta experiência que o mundo político, desde os tempos em que assumiu o cargo de Assessor Jurídico do Senado Federal, onde ingressou por concurso público, acostumou-se a buscar inspiração em momentos difíceis da vida nacional. Foi assim no processo de “impeachment” do ex-Presidente Collor de Mello e na CPI do Orçamento, apenas para citar dois recentes episódios da história do nosso País.

Em segundo lugar, e ainda nos valendo da lição de Guimarães Rosa, o mineiro necessita de seu tanto de solidão, desconhece castas e não tolera tiranias. Se precisar, briga.

Nosso homenageado, que exerceu altos postos da República por convocação do Presidente Itamar Franco, seja como consultor e depois Advogado-Geral da União, seja como Ministro da Justiça, sabe brigar quando estão em jogo suas idéias e suas convicções mais profundas.

Assim o fez na Secretaria da Fazenda, sustentando a histórica decisão política e administrativa liderada pelo Governador Itamar Franco na decretação da moratória do Estado.

Em outra vertente, o mesmo sentimento de mineiridade converge no Dr. Alexandre Dupeyrat quando prefere retirar-se da ribalta para dedicar seu singular talento e sua reconhecida capacidade criadora à formulação de estratégias políticas de longo curso.

Nesse sentido, sua privilegiada inteligência detém um dos mais preciosos e requisitados bancos de dados e informações sobre a República e sobre Minas Gerais.

É isso, com certeza, que o torna capaz de dialogar com as mais diferentes tendências do pensamento político nacional, atuando como interlocutor respeitado junto às mais avançadas lideranças ideológicas do País.

Concluindo, diremos que o seu berço carioca, a sua formação francesa, a sua trajetória jurídica de âmbito nacional e o seu saber humanista sem fronteiras, caro Dr. Alexandre Dupeyrat, encontram também sua identidade na síntese de um nobre e imortal conterrâneo seu, o mestre Alceu Amoroso Lima. Falando sobre Minas e os mineiros, Amoroso Lima segredava: “Não existe nada mais universal que o regional”.

Esse segredo, que une o mundo grande à pequena pátria afetiva de cada um de nós, mais uma vez aqui se revela e está simbolizado na justiça do título de cidadania que hoje Minas Gerais lhe confere.

Muito obrigado.