Pronunciamentos

DEPUTADA BEATRIZ CERQUEIRA (PT)

Discurso

Declara posição favorável à emenda que determina que os servidores públicos civis e militares da administração direta, autárquica e fundacional do Poder Executivo não receberão uma remuneração menor do que o salário-mínimo - Emenda nº 2 ao Projeto de Lei nº 3.503/2025, que dispõe sobre o reajuste dos valores de vencimento das carreiras, dos cargos de provimento em comissão e das gratificações de função do Grupo de Atividades de Educação Básica do Poder Executivo, em 1º turno.
Reunião 23ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 01/05/2025
Página 73, Coluna 1
Indexação
Proposições citadas PL 3503 de 2025

Normas citadas LEI nº 15293, de 2004

23ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 29/4/2025

Palavras da deputada Beatriz Cerqueira

A deputada Beatriz Cerqueira – Olha, gente, a minha tarefa é compartilhar as informações para que cada um de nós decida o seu voto. Ao votarmos “sim” ou “não” a essa emenda, nós estamos falando de R$51,41. Eu queria que os colegas soubessem: R$51,41. Essa é a diferença do salário-mínimo vigente para o salário da Marcília, que está ali acompanhando a votação, e de vários outros aqui. A Marcília é auxiliar de serviços da educação básica, aquela que faz o café quando a gente visita a escola, sempre tem um café fresquinho para a gente, bom; que faz a comida na escola; que faz a limpeza da escola. Muitas ASBs, inclusive, são ASBs de apoio. Há crianças que têm a professora de apoio e precisam de uma ASB de apoio. Eu queria que vocês soubessem que, ao votar “não” a essa emenda – e se o “não” passar –, nós estamos dizendo “não” a R$51,41. O nosso trabalho tem sido, nesse último mês… Vocês vão observar que nós focamos no mínimo. Será que a gente não consegue entregar à sociedade como saldo deste debate público e político que, a partir de 2025, em Minas Gerais, nenhum servidor ganhará menos de um salário-mínimo? Porque, se a Marcília precisar ir ao INSS por faltar no salário dela R$51,41, ela não conseguiria a licença médica, se estivesse doente; ela não conseguiria a licença-maternidade. E vou parar por aqui porque o meu próximo exemplo era a pensão por morte, e a família não conseguiria acessar esse direito por R$51,41.

Deputado João Magalhães, eu sou uma das mais leais no debate aqui da Casa, sou uma boa opositora, porque eu trabalho bastante, mas eu sou também leal e estou fazendo os mesmos debates, desde a primeira Comissão de Constituição e Justiça. Os colegas sabem que as pautas que faço eu as acompanho em todas as comissões. Sorte que só podem tramitar em quatro comissões – não é? –, se não eu teria mais trabalho. Eu fui à Comissão de Constituição e Justiça, à Comissão de Administração Pública e à Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária. Então nós não estamos sendo pegos de surpresa neste debate. Acho que poderíamos fazer mais e entregar à sociedade essa regra de que a gente respeita o mínimo, queremos que o servidor de Minas Gerais não receba menos que um salário-mínimo. E no caso de todas as ASBs, que fazem o café que a gente bebe quando a gente vai à escola, que sempre nos recebem com gentileza e com afetividade: R$51,41.

Se nós pegarmos lá no Portal da Assembleia e lermos a audiência que fiz a respeito, veremos que o governo Zema sequer teve o trabalho de fazer a conta do que isso representaria na vida das pessoas. Eu fiz a conta e quero compartilhar com os colegas que essa votação é sobre R$51,41 na vida de mulheres como a Marcília, que limpa uma escola, que limpa os banheiros da escola, que limpa o pátio da escola, que cuida de toda a nossa escola na limpeza e na alimentação escolar. Então, colegas, é sobre isto: R$51,41. É por isso que eu estou aqui defendendo a aprovação dessa emenda, que é sobre o salário-mínimo para os servidores e servidoras do Estado. Obrigada, presidente.

O presidente – Obrigado, deputada Beatriz Cerqueira.