DEPUTADA ANA MARIA RESENDE (PSDB)
Discurso
Transcurso do Dia Internacional da Mulher. Comenta a luta pelo
enfrentamento à violência contra a mulher.
Reunião
10ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 11/03/2008
Página 65, Coluna 1
Assunto MULHER. SEGURANÇA PÚBLICA DIREITOS HUMANOS. CALENDÁRIO.
Legislatura 16ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 11/03/2008
Página 65, Coluna 1
Assunto MULHER. SEGURANÇA PÚBLICA DIREITOS HUMANOS. CALENDÁRIO.
10ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª
LEGISLATURA, EM 4/3/2008
Saudando o Deputado Alberto Pinto Coelho, nosso Presidente, quero
saudar toda a Mesa, os Deputados que nos homenageiam com sua
presença, os convidados, as homenageadas, todos os que vieram a
esta Assembléia Legislativa hoje para podermos comemorar o Dia
Internacional da Mulher. Mas quero cumprimentar, de maneira
especial, as nossas sete Deputadas e dizer a elas e a todos que
nós sete estamos aqui para mostrar a toda Minas Gerais que não
existe lugar determinado, que não existe obrigação de homem e de
mulher. Onde há possibilidade, têm que estar o homem e a mulher.
O nosso Governador Aécio Neves nos dá o exemplo, o modelo a
seguir, quando chama para sua equipe de Secretários cinco
mulheres, estabelecendo o equilíbrio entre o pensar masculino e o
pensar feminino, o fazer e o querer masculino e o querer e o fazer
feminino. O nosso Governador, tenho certeza, faz como está dito na
Bíblia: o Senhor criou o homem, viu que ele estava só e criou a
mulher. Quando a Bíblia diz que o Senhor criou a mulher, não quer
dizer que a criou fisicamente diferente do homem, mas que o Senhor
viu que não podia, num local, haver pessoas iguais, que era
preciso haver o diferente. E o Senhor criou a mulher, diferente.
Quero, com isso, dizer que as leis estão sendo feitas, mas que lei
não mudará a situação de tantas mulheres esquecidas pelo nosso
Brasil e pela nossa Minas Gerais afora; que todas nós, convidadas
e homenageadas, temos que sair daqui com um propósito, um
compromisso: mudar a forma com que a mulher olha para si mesma, a
idéia e a concepção que cada mulher, no rincão mais longe de Minas
Gerais, tem sobre si. Aí, certamente, não haverá nada, não haverá
amarras, e não precisaremos mais comemorar o Dia Internacional da
Mulher, porque cada uma saberá do seu espaço e que Deus criou o
sol para todos, o que quer dizer vida, mas também trabalho.
Ao mesmo tempo que criou o Sol para todos, Deus criou a sombra e
a água fresca. Nós, mulheres, não exigimos, mas trabalhamos para
mostrar que o Sol também é nosso, e que a sombra e a água fresca
foram feitas também para nós, mulheres.
Deputados, convidados e telespectadores que nos acompanham hoje
pela TV Assembléia, esta é uma semana muito especial, pois
estaremos comemorando, no próximo dia 8, o Dia Internacional da
Mulher. Na verdade, mulher não precisa de um dia específico, de
uma data preestabelecida. O seu dia são todos os dias, pois
estamos vivas e atuantes independentemente de que dia seja. Na
verdade, nunca temos folga.
Deputados e Deputadas, homenagear mulheres é, para mim, uma
missão muito especial; aliás, muito me honra homenagear mulheres
norte-mineiras, que buscam, dão oportunidade, acolhem e caminham
juntas. É uma honra maior ainda homenagear Maria Salete de Souza
Nether e Idalina Viana Mota. É uma alegria recebê-las aqui. A
sensibilidade feminina, o poder de ver o mundo pela retina doce de
quem tem o dom de gerar vida, a capacidade de se multiplicar em
várias para ser a mesma pessoa e a facilidade de compreender
melhor a realidade e de dar vazão mais rápida às demandas que lhes
batem à porta fazem de Salete e de Idalina pessoas especiais.
Salete e Idalina, vocês, em espaços diferentes, confundem,
fascinam e surpreendem a todos nós!
Minas nasceu com vocação para ser grande e boa; todavia será
ainda maior e melhor na medida em que aumentarmos a participação,
em todas as esferas de poder, de mulheres cidadãs, na construção
de uma sociedade mais harmônica, mais justa e, por isso mesmo,
mais humana.
Num intervalo da lida cotidiana nesta Assembléia Legislativa, na
continuação de meu trabalho sob outras formas e na visita aos
eleitores para ouvir e buscar compreender as percepções, os
anseios e as necessidades do Norte mineiro, conheci Idalina Viana
Mota. E hoje, ao ser chamada para homenagear mulheres formadoras
de opinião, que ocupam espaços institucionais e implementam neles
a inserção social de tantos, a imagem, a obra e o nome de Idalina
fluem naturalmente em minha mente e no meu coração. Vereadora na
cidade de Manga e Prefeita em Miravânia, tem sido sempre
protagonista da história do Norte de Minas, e não apenas mera
espectadora.
Idalina, mesmo vivendo a dura realidade de dar respostas
concretas como Prefeita de uma pequena cidade do Norte de Minas,
nunca se desligou do seu sonho, nunca perdeu o seu romantismo;
transformou a rotina do seu dia-a-dia numa sucessão de novidades e
descobertas. Quando se sentia fraca, fazia dela sua fortaleza,
tirava dali lições de otimismo e de determinação. Foi sempre
resistente nas intempéries da vida, pois, sendo mulher, é vida,
tem vida e gera vida. Além disso, sabe a noção exata do que
significam as palavras “amor” e “amar”.
Foi para você, Idalina, e para tantas outras Idalinas brasileiras
que Geraldo Alckmim, ex-Governador de São Paulo, disse: “Política
sem mulheres é como o céu sem estrelas”. Elas são diferentes.
Todas formulam políticas públicas que comprometem seus governos
com a justiça social.
Parabéns Idalina, esta Assembléia reconhece publicamente a
importância do seu trabalho e do seu valor como pessoa.
Salete, com seu jeitinho e sua delicadeza, você soube galgar e
conquistar seu degrau na escada da vida, que inclui o lado
profissional, o lado familiar e o lado pessoal. Fez questão de ser
sempre o sexo frágil e de ter a consciência de que fragilidade não
significa fraqueza. Essa fragilidade da Salete, na verdade,
significa sensibilidade. Uma mulher inteligente que faz questão de
ser vista e considerada como um vaso frágil, para ser tratada com
respeito, carinho, amor e cuidado. E é nesse momento que ela
mostra a força que tem.
A educadora Sandra Mamede foi muito feliz quando afirmou que ser
forte não significa gritar para ser ouvida. Não é preciso exigir
para conseguir as coisas, se com um jeitinho especial é possível
pedir e ser atendida. Não é preciso medir forças, enfrentar, pois
a sua força está na persuasão. Não é preciso se armar, pensando
estar numa guerra física, achando que é vergonhoso recuar; às
vezes, para se ganhar uma guerra, é preciso recuar, fortalecer-se
para, então, avançar com mais força, mais segurança, mais
convicção e atingir o seu alvo.
Por isso, neste momento, trago lá do sertão norte-mineiro a
educadora Maria Salete de Souza Neter, esposa, mãe, educadora e
mulher acima de tudo. A Salete, que, ao longo dos anos, tem
prestado um grande serviço como operária da educação, a nossa doce
e querida Salete, tem o espírito da mulher que desbrava os
obstáculos para realizar sonhos.
Na verdade esta homenagem que prestamos à Salete e à Idalina é
extensiva a todas as mulheres de Minas Gerais e deste imenso e
amado Brasil, sensíveis, afáveis e, acima de tudo, guerreiras em
potencial.
Para homenagear todas as Idalinas e Saletes reunidas aqui, assim
como todas as outras que compõem os 51% da população brasileira,
lerei os versos de um autor desconhecido. “A mulher ideal / é
aquela que é maravilhosa acima de tudo. / Que pode com um sorriso
provocar amor e felicidade. / A mulher ideal... / É aquela que é
simples por natureza. / Que pode explanar com simples gestos toda
a sua feminilidade e grandeza. / A mulher ideal... / É aquela que
sabe como ninguém entender os sinais do amado, antevendo-lhe os
movimentos, estando sempre ao seu lado. / A mulher ideal... / É
aquela que não seja perfeita, pois somente Deus o é, mas que
busque a perfeição em todos os seus gestos. / A mulher ideal... /
É aquela que, mesmo com o passar dos anos, tenha sempre o sorriso
de menina, pois o enrugar da pele é ínfimo perante a alma
feminina.”
Por isso tudo, viva a mulher, não somente no dia 8 de março, não
somente no segundo domingo do mês de maio, não somente no dia das
avós, mas viva a mulher todos os dias, todas as horas, todos os
minutos e todos os segundos, porque somos o sal da terra, a luz do
mundo, o doce da vida. Muito obrigada.