DELCÍDIO AMARAL (PT), Senador - MS. Membro da Comissão Mista de Planos, Orçamentos e Fiscalização do Congresso Nacional. Relator da Receita da Proposta Orçamentária para 2009.
Discurso
Presta esclarecimentos sobre o processo de elaboração da proposta
orçamentária da União para o ano de 2009.
Reunião
52ª reunião ESPECIAL
Legislatura 16ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/11/2008
Página 41, Coluna 4
Evento Seminário "Região Sudeste" da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional - Proposta Orçamentária da União para 2009.
Assunto ADMINISTRAÇÃO FEDERAL. ORÇAMENTO.
Legislatura 16ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 22/11/2008
Página 41, Coluna 4
Evento Seminário "Região Sudeste" da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional - Proposta Orçamentária da União para 2009.
Assunto ADMINISTRAÇÃO FEDERAL. ORÇAMENTO.
52ª REUNIÃO ESPECIAL DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª
LEGISLATURA, EM 4/11/2008
Palavras do Senador Delcídio Amaral
Quero cumprimentar o Deputado Doutor Viana, 1º-Vice-Presidente
desta Assembléia Legislativa, representando o Exmo. Sr. Deputado
Alberto Pinto Coelho, Presidente desta Casa; a Sra. Renata
Vilhena, Secretária de Planejamento e Gestão, representando o meu
querido amigo Governador Aécio Neves; o Deputado Federal Mendes
Ribeiro Filho, que preside a Comissão de Orçamento com
determinação e eficiência, resgatando a imagem dessa Comissão; o
meu caro amigo Deputado Federal Jorge Khoury, da Bahia, nosso
relator da Receita - desde o ano passado, praticamos uma relatoria
com resultados extremamente importantes para a Comissão de
Orçamento; o Deputado Federal Marcus Montes, da nossa querida
Minas Gerais, 2º-Vice-Presidente da Comissão de Orçamento, que tem
representado com honradez e dignidade o Estado; meus companheiros,
Deputados Gilmar Machado, o homem que não mede esforços para
organizar as coisas na Comissão de Orçamento e fazer o meio de
campo como relator, Presidente e Governo de uma forma extremamente
eficiente, leve, serena, sem problemas e arestas; Virgílio
Guimarães, do nosso partido, saúdo-o pelo excelente trabalho
realizado nas eleições de 2008, com sua experiência e
determinação; Leonardo Monteiro, além de saudá-lo, registro o
trabalho de V. Exa. no Congresso Nacional, representando Minas
Gerais, um dos Estados mais importantes da federação; e Jaime
Martins, que trabalhará conosco para viabilizar um relatório que
corresponda ao que a sociedade espera para 2009. Ao Desembargador
Paulo Roberto Sifuentes Costa, Presidente do Tribunal Regional do
Trabalho da 3ª Região, os meus cumprimentos. Ao Prefeito eleito de
Belo Horizonte, Márcio Larceda, na pessoa de quem cumprimento o
Prefeito Pimentel, meus parabéns pela eleição e por sua história
que acompanho há muitos anos. Tenho a certeza de que honrará e
dignificará a população de Belo Horizonte e de Minas Gerais. Sei
que fará um grande trabalho. Cumprimento, ainda, os Deputados Zé
Maia, Presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e
Orçamentária da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais,
e André Quintão, Presidente da Comissão de Participação Popular da
Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Em nome dos
Deputados e Secretários de Estado, cumprimento a população de Belo
Horizonte e de Minas Gerais, as lideranças da sociedade civil
organizada, de movimentos sociais, os funcionários da Assembléia
Legislativa de Minas Gerais e as assessorias da Comissão de
Orçamento da Câmara e do Senado que estão presentes.
Serei breve, pois nosso objetivo é debater e ouvir sugestões, as
quais trabalharemos incessantemente para incorporar ao relatório
do orçamento da União para 2009. Iniciarei com os objetivos dos
seminários regionais, que tentam buscar transparência na discussão
do orçamento de 2009, aproximando o cidadão e divulgando as
ferramentas para que haja acompanhamento por parte da população,
desde a fase de discussões, emendas, enfim, em toda a evolução do
orçamento de 2009 e, consequentemente, dos anos vindouros. A idéia
é estimular a participação da sociedade. Salvo engano, este é o
sétimo encontro regional. Esta semana, passamos por Porto Alegre e
Vitória. Hoje, estamos em Belo Horizonte. Na próxima semana,
continuaremos a maratona. É impressionante a participação da
sociedade civil organizada, dos movimentos sociais, da classe
política. É importante destacar que essas audiências estão sendo
gravadas e todas as reivindicações, sugestões, serão tabuladas,
para que, posteriormente, junto com as bancadas, tenhamos as
condições necessárias para analisar as propostas para o orçamento
de 2009.
Na tela seguinte, mostrarei, rapidamente, como funciona essa
proposta de construção do Orçamento de 2009. Como todos os
senhores e as senhoras sabem, os Ministérios do Planejamento e da
Fazenda organizam o Orçamento, ouvindo os Ministérios, o
Judiciário, bem como o Legislativo. Isso é encaminhado pelo
Presidente ao Congresso e, depois, ao Presidente da Comissão de
Orçamento. Lá, isso será discutido com os parlamentares daquela
Comissão, Deputados e Senadores. É a maior comissão permanente do
Congresso. Esse trabalho será desenvolvido pelos relatores
setoriais, que são os que cuidam do meio ambiente, da infra-
estrutura, da integração nacional e da saúde. Eles trabalharão com
as emendas provenientes das bancadas. Em seguida, o relator-geral
organiza todo esse trabalho dos relatores setoriais. “Grosso
modo”, é isso. É um pouco o que representa essa tela, mostrando
que essas emendas acompanham o Programa Plurianual do Governo -
PPA -, bem como a Lei de Diretrizes Orçamentárias. É por meio
dessa sistemática que discutimos e aprovamos as emendas
apresentadas.
Na próxima tela, vemos a representação das emendas. Temos três
tipos. A primeira é a individual, que é a de cada parlamentar.
Hoje, o relatório preliminar fala em 8 milhões. As senhoras e os
senhores devem ter acompanhado pela imprensa que há uma discussão
para que as emendas individuais sejam aumentadas. Cada parlamentar
vai aplicá-las principalmente nos Municípios. É com elas que ele
atua intensamente nos Municípios e nas Prefeituras. Temos, na
seqüência, as emendas de bancada, que são de nível estadual, ou
seja, têm uma impacto mais amplo e com grande ascendência sobre o
desenvolvimento econômico e social dos Estados. Por último, temos
as emendas de comissão, que são as de impacto nacional, atendendo
a mais de um Estado. São esses, resumidamente, os três tipos de
emenda com que, normalmente, trabalhamos. É importante destacar
que esse processo tramita, como disse, na Comissão do Orçamento,
passa pelas relatorias setoriais, pela relatoria de Receita, em
seguida, pela relatoria-geral. Depois disso, é aprovado no
Congresso Nacional, normalmente no final do ano, naquelas sessões
inesquecíveis que entram madrugada adentro, para que efetivamente,
no ano seguinte, passe a viger. Já tivemos dificuldades em alguns
anos, especificamente neste, em aprovar o Orçamento. Nesse caso, o
governo administra, meu caro Deputado Virgílio Guimarães, com o
duodécimo. Todos sabem das conseqüências da administração por
duodécimo. Por isso, trabalharemos bastante para aprovarmos o
Orçamento este ano. Apesar das dificuldades aqui expostas em
relação ao sistema financeiro internacional, apesar de o Brasil
viver uma outra realidade hoje, é claro que algum impacto teremos
na nossa economia. O governo tem até 21 de novembro para
apresentar uma eventual revisão do Orçamento. Hoje conversaremos
com o Ministro Paulo Bernardo para fazermos uma avaliação desses
cenários, a fim de fazermos um Orçamento mais próximo da realidade
que o mundo e o Brasil viverão no ano de 2009. Como disse o
Presidente Mendes Ribeiro, a proposta é ter, pelo menos, uma
emenda de bancada popular. Estamos vendo que, na maioria dos
Estados, haverá muito mais que uma emenda. E isso consolida o
Orçamento Participativo. Além disso, haverá sugestões que, ao
longo da negociação do Orçamento, poderemos acrescentar ao
orçamento dos Ministérios. Essas audiências públicas abrem,
portanto, uma perspectiva extraordinária para se fazer o debate do
Orçamento e acatar principalmente as reivindicações das
comunidades. Minas Gerais tem 19 emendas de bancada de apropriação
e 3 emendas de remanejamento. Dessas 19 emendas, pelo menos uma
será oriunda desta audiência pública. É o que pretendemos fazer.
Veremos agora os cronogramas para a preparação e a aprovação do
Orçamento dizendo às bancadas estaduais e federais que pretendemos
colocar amanhã em votação o relatório preliminar do Orçamento de
2009, que contém as diretrizes para os relatores, e aí começar a
contar o tempo das emendas. As bancadas terão de 6 a 14 de
novembro para apresentar suas emendas, uma semana portanto, as
quais depois serão apreciadas pelos relatores setoriais e
contempladas com as propostas oriundas das audiências públicas nos
Estados.
Falarei agora rapidamente sobre o Orçamento de 2009. O Orçamento-
Geral de 2009 é de R$1.664.000.000.000,00. Só que 40% desse total
está destinado à amortização da dívida. Os senhores e as senhoras
podem verificar por esta tela que tudo está muito amarrado, porque
há repasse para Estado e Município, despesa financeira, juros e
encargos da dívida, reserva de contingência, desoneração de
exportações. Ou seja, o Orçamento é muito atrelado. É um volume de
dinheiro muito grande, mas extremamente engessado. É importante
destacar que, desses R$1.664.000.000.000,00, R$525.000.000,00 são
rolagem da dívida, ou seja, é muito mais contábil, propriamente
dito, e com uma renovação de, pelo menos, duas vezes ao ano. Na
tela seguinte, que é um resumo do que foi apresentado
anteriormente, as despesas obrigatórias passam de 90%, e as
despesas discricionárias chegam a quase 10%. Veremos agora as
despesas discricionárias para os senhores e as senhoras terem uma
idéia: a saúde, com 33,2%; a educação, com 11,3%; Bolsa Família,
com 7,9%; ciência e tecnologia, com 3,4%; o PAC, com 14,5%; e as
demais, que passam pelos outros Ministérios, com 29,8%. É
importante destacar que, se ocorrerem cortes no Orçamento em
função de uma revisão dos parâmetros pelo governo, o PAC e os
programas sociais não sofrerão cortes.
Alguns dos parâmetros utilizados pelo governo são inflação de
4,5%; crescimento de 4,5%; dólar a US$1,71; barril de petróleo a
US$111,00. Os senhores e as senhoras podem ver que há uma mudança
em relação a esses parâmetros e, a despeito da solidez da economia
brasileira, se o mundo crescer menos, obviamente o Brasil sofrerá
um impacto, até porque não estamos isolados das comunidades
financeiras e dos principais países que têm economias fortes pelo
mundo.
Quanto aos investimentos, notamos claramente um crescimento de
2005 a 2009. Vocês podem observar que, em 2009, temos
R$39.004.000.000,00 de investimentos, em que mais ou menos
R$21.000.000.000,00 são PAC e PPI, aquele programa-piloto de
investimentos, e a diferença para os R$39.000.000.000,00 - ou
seja, R$18.000.000.000,00 - são investimentos de infra-estrutura,
Ministério das Cidades e Ministério da Defesa. Enfim, outros
investimentos que também são muito importantes para o
desenvolvimento do País.
As estatais têm uma participação acentuada, quase
R$80.000.000,00. Muitos desses investimentos das estatais estão no
PAC, especialmente na Petrobras. Reforçando, quase R$70.000.000,00
dos R$80.000.000,00 são da Petrobras. O PAC é principalmente um
programa de aceleração do crescimento em relação à energia. A
despeito dessa crise internacional, o maior debate dos próximos
anos será sobre energia. Pelo mundo, o debate será sobre os
biocombustíveis, sobre a agroenergia e sobre o desenvolvimentos
sustentável, o meio ambiente. Para mim, esse será o maior debate a
respeito dessa crise internacional. Por isso, as empresas
estatais, principalmente a Petrobras, terão um destaque muito
grande no orçamento da União de 2009 e nos anos subseqüentes.
Vou resumir rapidamente alguns dados relevantes para o Estado de
Minas Gerais. Existe um detalhamento maior nesses cadernos que
foram distribuídos nos seminários regionais. Para a educação
superior, vamos ter R$1.463.000.000,00. Para o Bolsa-Família,
R$729.000.000,00, e, para a saúde, R$3.693.000.000,00. Os
investimentos, seguridade e fiscalização, terão
R$1.474.000.000,00. Para as estatais, R$828.000.000,00. O PAC tem
mais de R$1.000.000.000,00; para o PPI, teremos quase
R$900.000.000,00. “Grosso modo”, com esse detalhamento, poderemos
fazer posteriormente esse debate. Temos, para Minas Gerais, várias
adequações de trechos rodoviários da BR-262 e da BR-050, a
construção do trecho rodoviário Ilicínia-São Sebastião, na BR-265,
a construção do Trecho Rodoviário Itacarambi, na divisa de Minas
Gerais com a Bahia, a BR-135, outra adequação da divisa de Minas
Gerais com São Paulo, na BR-040. Na página seguinte, há grande
preocupação do Presidente Lula com o apoio à urbanização de
assentamentos. Há a implantação do trecho Eldorado-Vilarinho, do
Sistema de Trens Urbanos de Belo Horizonte e apoio a investimentos
em saneamento. Há grande preocupação do Presidente Lula com o
saneamento porque ele é saúde preventiva, e com as obras do Extra-
PAC, que não deixam de ser obras fundamentais.
Nessa tela, a readequação da infra-estrutura da UFMG, a conclusão
da obra armazenadora de Belo Horizonte, a cargo do Ministério da
Agricultura, e a expansão do ensino superior Campos do Pontal, em
Ituiutaba.
Esses são alguns números que apresentamos, para não abrir mais a
discussão, porque o importante são as propostas. Volto a insistir:
tudo que está sendo sugerido vai ser tabulado. Vamos conversar com
as bancadas, para tentar executar aquilo que foi apresentando no
orçamento de 2009. Acho que estamos indo no caminho certo, ou
seja, democratizando o Orçamento da União, repetindo o que alguns
Estados já fazem. Conversava com a Secretária Renata e ela me
disse que esse trabalho já vem sendo feito sistematicamente pelos
Municípios. Acho que não há volta. Essa idéia do Deputado Mendes
Ribeiro foi fundamental para resgatar a peça orçamentária e
garantir a participação ativa e democrática de toda a população na
construção do orçamento. Muito obrigado. Estou à disposição de
todos vocês.
- No decorrer de seu pronunciamento, procede-se à exibição de
“slides”.