Pronunciamentos

CLÁUDIA EUNICE RODRIGUES, Juíza do Trabalho da 4ª Vara de Betim. Representante dos ex-aprendizes da Associação Profissionalizante do Menor – ASSPROM.

Discurso

Transcurso do 38º aniversário de fundação da Associação Profissionalizante do Menor – ASSPROM.
Reunião 65ª reunião ESPECIAL
Legislatura 17ª legislatura, 3ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 30/11/2013
Página 7, Coluna 1
Assunto CALENDÁRIO. MENOR.
Observação O número que acompanha o Requerimento Sem Número, constante no campo Proposições, é para controle interno, não fazendo parte da identificação da Proposição referida.
Proposições citadas RQS 2431 de 2013

65ª REUNIÃO ESPECIAL DA 3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 17ª LEGISLATURA, EM 25/11/2013

Palavras da Sra. Cláudia Eunice Rodrigues


Palavras da Sra. Cláudia Eunice Rodrigues

Boa noite a todos. Cumprimento os componentes da Mesa na pessoa do 1º-vice-presidente da Assembleia, deputado Ivair Nogueira. Boa noite, Dr. Carlos Cateb, presidente da Assprom, e os presentes na plateia, menores aprendizes, seus familiares e pessoal que trabalha na Assprom.

Estou aqui hoje a convite do Dr. Carlos Cateb. Aceitei o convite por achar interessante vir aqui falar da minha experiência. Na verdade, não preparei nenhum discurso. Vim para falar da minha experiência e achei que não havia necessidade de preparar nenhum texto. Afinal de contas, vou dar um testemunho da minha experiência de vida.

Sou ex-empregada da Assprom. Entrei para a Assprom quando eu tinha 14 anos de idade. Lá eu comecei. Fiz parte desse papel da Assprom, que é a inserção do jovem no mercado de trabalho. Falo que trabalhar na Assprom teve uma importância muito grande na minha vida. Trabalhei pela Assprom em serviço público e, assim como o Dr. Carlos Cateb já disse, com isso eu tive oportunidade de conviver com as pessoas na organização onde eu trabalhava e tive oportunidade de ver um mundo diferente daquele em que eu vivia.

Imagino que muitos de vocês, menores aprendizes da Assprom, vêm da população de baixa renda. Também tive essa experiência. Vim de família pobre, de muitos irmãos, mas tive a oportunidade de ter um trabalho digno, um trabalho com carga horária preestabelecida e horário de intervalo. Pude, assim, dar sequência a meus estudos. Tendo contato com as pessoas com quem eu trabalhava, vi que havia possibilidade de crescimento não só profissional, mas também pessoal. Vi que eu poderia conquistar melhor qualidade de vida e maior dignidade porque, na verdade - e falo por experiência própria -, o trabalho é uma forma de dar dignidade à pessoa. E a Assprom proporciona um trabalho digno.

Com isso, consegui estabelecer objetivos. Falei: “Dá para ser alguém na vida, crescer profissionalmente”. Continuei no trabalho e terminei meus estudos, na época, o ensino médio. Ingressei na faculdade e fiz o curso de direito na universidade federal depois que saí da Assprom. Dei sequência aos meus estudos, consegui passar em um concurso público, virei servidora pública e com isso fui estabelecendo outros projetos para minha vida. Por fim, passei num concurso para o Tribunal Regional do Trabalho. Trabalhei lá uma época como servidora e, a partir daí, comecei a sonhar com a carreira da magistratura. Foram anos de preparação até ser aprovada no concurso para a magistratura. Hoje sou juíza do trabalho no TRT e atuo em Betim - há cinco anos consegui a aprovação.

Já tive oportunidade de dar uma entrevista para a Assprom contando minha experiência. Realmente vejo que a associação teve um papel fundamental para minha trajetória. Ingressando na Assprom consegui o contato com o mundo de trabalho, com outras pessoas. Na verdade, foi um novo mundo que se apresentou para mim. Tive oportunidade de sair um pouco do mundo em que eu vivia e ampliei, tive contato com mais pessoas, com colegas de trabalho, pude trocar experiências. Acho isso de grande importância.

Estou aqui para dar esse testemunho, contar para vocês minha experiência e dizer que vale a pena investir no estudo, numa profissão, principalmente para quem tem essa dificuldade, quem está em vulnerabilidade social. Estude, vá atrás de seus sonhos. Quem tem sonhos, objetivos, não deixe de sonhar, acredite, siga em frente, que é possível. É isso. Vim mesmo só para falar isso para vocês. Sigam em frente.

Quero também dar os parabéns à Assprom. São 38 anos. Saí, mas sempre tenho contato e acompanho, porque vejo que realmente é um bonito papel. Vejo a paixão do Dr. Carlos Cateb pela Assprom, o carinho que ele tem. Gostaria de parabenizá-lo pessoalmente por isso.

Encerro aqui minha fala. Boa noite a todos.