CARLOS ALBERTO PARRILLO CALIXTO, Prefeito do Município de Santa Luzia - MG.
Discurso
Comenta o tema: "Experiências de Regiões Metropolitanas".
Reunião
29ª reunião ESPECIAL
Legislatura 15ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 29/11/2003
Página 55, Coluna 4
Evento Seminário Legislativo: "Regiões Metropolitanas".
Assunto ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Observação Participante dos debates: Denilson Aparecido Martins.
Legislatura 15ª legislatura, 1ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 29/11/2003
Página 55, Coluna 4
Evento Seminário Legislativo: "Regiões Metropolitanas".
Assunto ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.
Observação Participante dos debates: Denilson Aparecido Martins.
29ª REUNIÃO ESPECIAL DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 15ª
LEGISLATURA, EM 10/11/2003
Palavras do Prefeito Carlos Alberto Parrillo Calixto
Senhores componentes da Mesa, demais autoridades, senhoras e
senhores, é difícil falar sobre região metropolitana depois desse
dia de debates, que reuniu tantas pessoas envolvidas e entendidas
sobre o tema, principalmente depois de ouvir o exemplo de trabalho
de região metropolitana demonstrado pelo amigo, Prefeito Chico
Ferramenta, a quem quero parabenizar. Todos nós, Prefeitos da
RMBH, precisamos vê-lo e ouvi-lo para prosseguir nossos trabalhos
a partir do mesmo exemplo. Fica mais difícil falar, porque,
momentos antes desta reunião, tive a oportunidade de comprar um
livro de uma das maiores autoridades no assunto, em que relata,
com absoluta clareza, os efeitos do ausência de planejamento e da
falta de uma região metropolitana organizada e conduzida.
Lamentavelmente, como Presidente da AMBEL, informo que a
Associação existe há dez anos e não tem nada para mostrar. Ela foi
fecundada há dez anos, mas só agora começa a nascer, a partir de
ações e mobilizações dos Prefeitos, dos Deputados desta Casa e do
Governador Aécio Neves, que teve a sensibilidade de criar uma
secretaria afim e uma superintendência específica. Para a alegria
de todos, graças a vocês, a esta Casa, ao Governador Aécio Neves e
à Secretária Maria Emília, posso dizer que a AMBEL está nascendo.
Aproveito o momento e simplifico a resposta: fazendo tudo que
acabei de falar que a AMBEL fez, ou seja, nada. Esclareço que não
podemos culpar os ex-Presidentes da entidade, e devemos buscar os
motivos da falta de funcionamento. Não foi por ineficácia,
incompetência, falta de vontade ou de necessidade, pois se trata
da maior região metropolitana do Estado. O simples motivo é que a
AMBEL nunca teve um centavo de verba nem o apoio necessário de
nenhum Governo do Estado, a não ser do atual, que se propõe a
realizar muitas ações. A AMBEL jamais teve, também, uma
mobilização como a feita pela atual legislatura. A AMBEL, senhoras
e senhores, precisava que nossa cidade chegasse ao caos, para que
acordássemos e pedíssemos socorro para solucionar a atual
situação.
Fecho esta parte dizendo mais. Não houve nenhuma ação da
Assembléia nem do Governo. Os Prefeitos não podem dirigir a AMBEL
por não ser assim que a legislação funciona. Além disso, não houve
nenhuma ação importante do Prefeito da cidade maior, como no caso
do Prefeito Chico Ferramenta no Vale do Aço, capitaneando,
induzindo, conduzindo e promovendo ações. Sequer tivemos, em dez
anos, a presença do Prefeito de Belo Horizonte em alguma reunião.
Desse jeito não há como existir AMBEL nem assembléia
metropolitana. Não falo só do Prefeito atual, mas também de todos
os outros.
Fica aqui um bom exemplo para todos nós, de que neste dia, nesta
Casa, pudemos ouvir tudo o que é possível uma assembléia
metropolitana fazer. Sabemos que ouviremos mais dos nossos
expositores. Mas, infelizmente, não podemos falar nada da nossa
assembléia, a não ser uma grande verdade: ainda há tempo de
começar, de correr atrás desses prejuízos, de transformar a AMBEL
em um grande modelo, aproveitando todas as experiências dos que já
fizeram um bom trabalho.
Era preciso que chegasse o momento em que pessoas iguais a vocês,
não só os que ficaram durante esse dia inteiro nesta Casa, e
amanhã voltarão, mas também a Assembléia e o Governador do Estado,
volto a repetir, fizessem a sua parte. A assembléia não é fruto do
trabalho, da vontade de uma só pessoa, mas de todos que sabem com
clareza que não podemos mais ser Prefeitos em região metropolitana
com visão focada nos nossos limites geográficos. Temos todos de
entender que, como na nossa cidade, o problema do filho do vizinho
é também nosso. Como Prefeitos, temos de entender que o problema
da cidade vizinha é nosso também. É isso que todos pensamos. Foi
isso que levou todos a, já por tantas vezes, participarem de
reuniões e debates acalorados, como o que tive a oportunidade de
ver no dia de hoje. Acredito que foi isso que nos levou a ser
Presidente da AMBEL. Num determinado momento, numa dessas reuniões
setoriais que aconteceram, ouvi alguém falando que tudo precisa de
dinheiro. Quando perguntamos se achavam correto as Prefeituras
contribuírem, ficamos feliz ao ouvir que todos disseram “sim”.
Este é o momento. Agora teremos a AMBEL. Não perderemos tempo
culpando ninguém. Ninguém é culpado, como, por outro lado, todos
somos culpados.
Quero ainda dizer para todos os senhores desta Mesa que, nesses
menos de 10 meses que a AMBEL está sob a batuta do Governador
Aécio Neves, vimos que ele realmente mostrou interesse por uma
AMBEL forte. Digo isso porque o seu plano de governo incluía não
só a secretaria, mas o desenvolvimento metropolitano e a
preocupação com a região metropolitana. Após conversar com ele e
com o hoje Secretário Anastasia e perguntar-lhes se iriam dar
suporte à AMBEL, para que ela saísse da situação em que se
encontrava e se tornasse forte e promotora das mudanças de que a
região precisa, após terem dito “sim” é que aceitei ser o
Presidente da AMBEL.
Em menos de dez meses, conseguimos fazer a Conferência das
Cidades de 32 cidades da Região Metropolitana. Fomos a primeira
região metropolitana do Brasil a entregar uma proposta e um
resultado da Conferência da Região Metropolitana de Belo Horizonte
ao Sr. Ministro, em Brasília. Já entramos em contato com técnicos
da Fundação João Pinheiro e outros tantos do Estado, engenheiros
especialistas na área urbana, para que nos ajudem. Tenho certeza
de que, no próximo ano, depois desse movimento e das conclusões da
AMBEL, ao verificar-se que a lei não está produtiva ou não nos
permite trabalhar com maior eficácia em determinados pontos, e,
por isso, for modificada, teremos, sim, grandes efeitos advindos
da AMBEL, único órgão capaz de remodelar e determinar as ações e
decisões que devem e precisam ser tomadas em termos de região
metropolitana. Acredito que as decisões é que geram recursos,
nunca vi nenhum recurso aparecer antes da decisão. Hoje vejo com
clareza essa decisão de nos reorganizarmos e melhorarmos a nossa
Região Metropolitana.
Há muitos debates sobre a criação ou não de novas AMBELs. São
necessárias, sim, desde que as cidades sejam limítrofes, tenham
conurbação e confundam-se. Se forem distantes, uma AMBEL não
produzirá grandes efeitos, mas, se forem como o Vale do Aço, Belo
Horizonte e outras parecidas, será válido.
Quero parabenizar a todos nesta Casa, desde os funcionários, que
estão nesse corre-corre para que tudo dê certo, em particular ao
Deputado Fábio Avelar, aos demais Deputados, ao Presidente desta
Casa; aos presentes, que trouxeram suas contribuições, de grande
valia; aos representantes dos vários segmentos e cidades, que têm
estado presentes, incansavelmente, sempre que convocados para
tratar desse assunto, que, tenho certeza, é o único capaz de mudar
a nossa dura realidade. Era o que tinha a dizer. Muito obrigado.