Pronunciamentos

BALDONEDO ARTHUR NAPOLEÃO, Presidente da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - EPAMIG. Presidente do Conselho Nacional dos Sistemas Estaduais de Pesquisa Agropecuária - CONSEPA.

Discurso

Transcurso do Dia Nacional do Café.
Reunião 45ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 16ª legislatura, 2ª sessão legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 04/06/2008
Página 38, Coluna 3
Assunto CALENDÁRIO. AGROPECUÁRIA.

45ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª LEGISLATURA, EM 29/5/2008 Palavras do Sr. Baldonedo Arthur Napoleão Gostaria de cumprimentar os Exmos. Srs. Deputados Doutor Viana, 1º- Vice-Presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, aqui representando o Presidente Alberto Pinto Coelho; Vanderlei Jangrossi, Presidente da Comissão de Política Agropecuária e Agroindustrial e autor do requerimento que deu origem a esta solenidade; Dalmo Ribeiro Silva, também grande líder da agropecuária do nosso Estado; os Srs. Gilman Viana Rodrigues, Secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento; Enilson Abrãao e Luiz Carlos Guerra, meus colegas de diretoria da Epamig; todos os funcionários técnicos e administrativos desta Casa; os pesquisadores, o pessoal técnico e administrativo da Epamig que aqui comparecem nesta tarde tão importante para a empresa; e, na pessoa do jornalista João Carlos Amaral, meu conterrâneo da região de Barbacena, todos os jornalistas presentes, representantes da imprensa, gostaria de dizer, Deputado Vanderlei Jangrossi, que a Comissão de Agricultura, com essa decisão unânime de prestar homenagem à Epamig em comemoração ao Dia Mundial do Café, toca profundamente o coração de todos que trabalharam e trabalham nessa empresa na área da pesquisa. Quero que V. Exa. saiba que muitos funcionários da Epamig se encontram presentes. Paramos hoje o nosso expediente para estarmos aqui, a fim de receber esta homenagem muito carinhosa, conforme disse o nosso Secretário Gilman Viana Rodrigues. Colocaremos essa placa no gabinete da diretoria e mostraremos a todos que, para nós, a manifestação da Assembléia Legislativa é realmente muito importante e uma marca expressiva de reconhecimento ao trabalho que a Epamig vem realizando. Agradeço ao Secretário Gilman Viana Rodrigues, nosso chefe e líder, a presença entre nós, que, comparecendo e participando deste momento tão importante para a nossa empresa, demonstra um ato carinhoso para com a Epamig. No início do governo Aécio Neves, tive, já há algum tempo, a oportunidade de falar nesta tribuna sobre a situação da Epamig, que era dramática. A dívida encontrada correspondia a seis vezes o patrimônio da empresa. Hoje, Srs. Deputados, ela é igual a zero, graças ao Governador Aécio Neves, que entendeu, ainda antes de tomar posse, que a Epamig era muito importante e que precisava, portanto, de um grande apoio do Governador para ficar de pé como se encontra hoje, trabalhando, produzindo e avançando muito em benefício da agropecuária do Estado. Além do minério, ou seja, da estrutura minerária, a produção de alimento é uma outra grande vocação de Minas Gerais. Neste momento, quero dizer aos Srs. Deputados que o nosso Secretário Gilman Viana Rodrigues tem uma parcela de contribuição no processo de revitalização da nossa empresa. Sua liderança, credibilidade, respeitabilidade e prestígio com o Governador tem sido decisivos para que a Epamig resolva diversos problemas crônicos e antigos, de quase 20 anos - como a sua dívida -, e avance. Hoje, na Epamig, costumo dizer aos nossos dirigentes e funcionários que não temos mais a nossa frente a gigantesca montanha de dívidas, temos o céu aberto, azul, para cumprir a missão institucional da empresa, dar retaguarda ao agronegócio do nosso Estado, com a pesquisa que garante alimento de qualidade e com preço acessível a toda a população. Secretário Gilman, quero dizer que aqui, na Casa do povo de Minas, à qual tive o privilégio de servir por duas vezes como Deputado, que a presença de V. Exa. entre nós, nosso líder maior, é muito expressiva e simpática para a Epamig. A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais - Epamig - completa 34 anos no próximo dia 6 de agosto. Vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem como finalidade promover, planejar, coordenar e executar as atividades de pesquisa e experimentação agropecuária no Estado, gerando soluções tecnológicas para o agronegócio mineiro. Criada em 1974, a Epamig incorporou os anseios da época de crescimento e desenvolvimento da agricultura mineira, com base na pesquisa científica e no apoio aos produtores rurais. A partir desse princípio nobre, foi pioneira no País e provocou a criação de empresas semelhantes em outros Estados brasileiros. Com um corpo técnico formado por pesquisadores graduados e especializados em escolas importantes do Brasil e do exterior, a Epamig gera tecnologias e cria soluções para os principais problemas da agricultura mineira. Atualmente conta 1.016 empregados, entre eles 215 pesquisadores. A importância da Epamig para a sociedade é inegável. Primeiro, para o produtor rural, ao contribuir para sua sobrevivência, seu desenvolvimento e fixação no campo, por meio da evolução das práticas agrícolas e sua adaptação às várias diferenças regionais. Para o consumidor, o trabalho de pesquisa da Epamig é imprescindível, com a melhoria da qualidade dos produtos, maior oferta e redução de preços. Deve-se destacar a contribuição de todo o trabalho efetuado nesses quase 34 anos para que a produção agrícola de Minas Gerais alcançasse posição de destaque no cenário nacional. Os programas de pesquisa da Epamig, como cafeicultura, grandes culturas, fruticultura, olericultura, produção de bovinos, aqüicultura, silvicultura e meio ambiente, floricultura, processamento agroindustrial e agroenergia, contemplam as principais demandas do Estado. Os resultados de suas pesquisas elevam o padrão da agropecuária mineira, que a cada ano melhora sua posição no "ranking" da economia nacional com a conquista de posições de destaque. Para desempenhar melhor seu trabalho, a Epamig está distribuída estrategicamente pelo Estado, com sua sede administrativa em Belo Horizonte, 5 centros tecnológicos localizados no Sul de Minas, Zona da Mata, Centro-Oeste, Norte de Minas, Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, 22 fazendas experimentais, 1 estação experimental e 3 núcleos tecnológicos. A Epamig administra, ainda, o Instituto de Laticínios Cândido Tostes, em Juiz de Fora, e o Instituto Técnico de Agropecuária e Cooperativismo, em Pitangui. Nas unidades da Epamig, são realizadas pesquisas, trabalhos de campo, análises laboratoriais e difusão de tecnologia, por meio de palestras, dias de campo, cursos e treinamentos de produtores. Por meio das publicações técnicas como o Informe Agropecuário, boletins técnicos, entre outros, a Epamig repassa o conhecimento gerado para produtores, empresários, Prefeituras, escolas e universidades de ciências agrárias. O café apresenta grande importância no cenário mundial. O movimento financeiro da cadeia do café no mundo gira em torno de US$35.000.000.000,00 por ano, considerando-se o fluxo do produto do país de origem ao consumidor final, no país importador. O Brasil é o maior produtor, maior exportador e 2º maior consumidor de café do planeta - em 1º lugar, estão os Estados Unidos. As receitas cambiais, em 2006, representaram US$3.200.000.000,00 com a exportação de 27 milhões de sacas de 60kg de café beneficiado. Em 2007, o consumo interno representou 17 milhões de sacas, com estimativas de chegar-se a 21 milhões de sacas em 2010. A produção nacional de café, em 2008, deverá passar de 45,5 milhões de sacas de café beneficiado, superior em 35% à safra passada. Desse volume, a produção do café arábica representa 76,2% da produção do País, tendo como maior produtor o Estado de Minas Gerais, com 65,8%. A produção estimada para o Estado de Minas Gerais, neste ano, é de 22,9 milhões de sacas de café beneficiado, o que representa um incremento da ordem de 47,8%, comparado com a safra de 2007. O Brasil possui 12 Estados, com 1.900 Municípios produtores de café, num total de 370 mil cafeicultores - é o maior país do mundo na produção de café -, 1 milhão de trabalhadores fixos na lavoura e 1 milhão na indústria e no comércio de café, 5 milhões de famílias dependentes da cultura, totalizando cerca de 8 milhões de empregos diretos e indiretos. Em Minas Gerais, são 677 Municípios - dos 853 de Minas - produtores de café, mais de 90 mil propriedades, num total de 1.200.000ha plantados e mais de 3 bilhões de plantas. O número de empregos diretos e indiretos gerados pelo café em Minas Gerais é de aproximadamente 3.500.000 pessoas, segundo dados do IBGE, sendo um dos setores com maior capacidade de geração de empregos do País, se não for o maior. Mas inúmeros desafios ainda precisam ser vencidos no agronegócio do café, destacando-se a valorização qualitativa do café brasileiro por meio da estratégia de "marketing" mundial, consolidação do processo de certificação dos cafés brasileiros e apoio à pesquisa na geração de novas tecnologias, visando à redução de custos e à satisfação das exigências crescentes dos consumidores de todo o mundo. Minas Gerais possui capacidade real e potencial para oferecer cafés especiais e também ampliar a oferta de cafés de qualidade superior. Minas assume, desde 1980, a liderança nacional e é responsável por quase 50% da produção do País. Se o Estado de Minas Gerais fosse um país, seríamos o 2º maior produtor de café do mundo, já que o 1º continua sendo este país chamado Brasil. Na região Sul de Minas, a cultura do café representa cerca de 40% da arrecadação de ICMS, comparável à arrecadação da indústria e à do comércio juntas. As riquezas geradas pela cafeicultura possibilitaram o desenvolvimento e a industrialização de muitas regiões. O programa de pesquisa em cafeicultura da Epamig tem como objetivo gerar e adaptar tecnologias para ampliação e desenvolvimento do agronegócio do café, principalmente em Minas Gerais. Para tanto, conta com várias linhas de pesquisas. Quais são as pesquisas que a Epamig faz em café? Melhoramento genético de "Coffea arabica" e "Coffea canephora", manejo e tratos culturais, manejo integrado de pragas e doenças, colheita e pós- colheita de café, socioeconomia, cafeicultura orgânica, entre outras. Os recursos financeiros para o Programa Cafeicultura em 2007 e 2008 superam R$4.000.000,00, provenientes de várias fontes financiadoras de pesquisa. Nesse programa estão envolvidos 31 pesquisadores, distribuídos em quatro centros tecnológicos, onde são conduzidos trabalhos de pesquisa nas várias áreas do conhecimento. A Epamig é o maior centro de pesquisa de café do Brasil. Conta com 31 pesquisadores, quase todos doutores, que se dedicam exclusivamente à pesquisa do café durante uma vida inteira. Para as atividades de pesquisa e de transferência e difusão de tecnologias, a Epamig conta com laboratórios de qualidade, de manejo integrado de pragas e doenças do cafeeiro e de análises de solo e foliar. Conta, ainda, com seis fazendas experimentais, especializadas em café, localizadas em Três Pontas, Lavras, São Sebastião do Paraíso, Machado, Patrocínio e Oratórios, este na Zona da Mata, totalizando 200ha plantados de café, além de campos experimentais no Médio Jequitinhonha e em outras localidades no Estado. Como destaque do programa nos últimos dez anos, pode-se mencionar o lançamento de 11 cultivares de café. Nesse período foram disponibilizadas 200t de sementes de cultivares melhoradas. Essa quantidade seria suficiente para a renovação de 10% do parque cafeeiro mineiro. Amanhã, Sr. Presidente, no Dia de Campo Café com Leite, em Três Pontas, na fazenda experimental da Epamig, será lançada uma cultivar de café arábica chamada "Travessia", em homenagem ao trespontano Milton Nascimento. Essa é uma maneira de a Epamig agradecer ao povo de Três Pontas a acolhida à nossa unidade instalada lá há muitos anos. Para impulsionar o desenvolvimento da cafeicultura mineira e dos demais Estados cafeicultores, a Epamig difunde suas pesquisas sobre essa cultura em vários eventos: dias de campo, palestras técnicas, cursos de atualização, entre outros. Ainda como fruto das pesquisas realizadas, a Epamig publica artigos científicos em revistas nacionais e internacionais, publica livros, manuais, boletins e circulares técnicas, além do tradicional "Informe Agropecuário". Todo esse material é disponibilizado a produtores, empresários, técnicos, consultores, pesquisadores, universitários, Prefeituras, enfim, a todos os que vêem nessa cultura um dos pilares da economia mineira e brasileira. Esse trabalho da Epamig é para todos os que continuam acreditando nesse extraordinário potencial do nosso café. Gostaria, neste momento, de agradecer à Assembléia Legislativa por ter interrompido o seu trabalho ordinário nesta tarde para comemorar o Dia Mundial do Café, transcorrido no dia 24 de maio. Quero agradecer à Comissão de Agricultura da Casa, assim como a todos os membros. Deputado Vanderlei Jangrossi, gostaria que V. Exa. levasse a todos o nosso agradecimento e o nosso abraço, já que foi uma iniciativa da Comissão, aprovada por unanimidade. Faço esse agradecimento na pessoa do Deputado Vanderlei Jangrossi, que já nos convidou para virmos aqui participar de uma reunião dessa Comissão e apresentar as outras linhas de pesquisa que a Epamig faz e, ao mesmo tempo, fazermos uma prestação de contas do que a Epamig está fazendo nos 10 programas de pesquisa. Será também uma oportunidade para que os Deputados conheçam o que Minas hoje significa na área da pesquisa agropecuária. Quero, portanto, agradecer, em nome de todos os 1.016 funcionários, empregados, pesquisadores da Epamig, essa carinhosa e expressiva homenagem que significa muito para todos nós que trabalhamos dedicadamente nesse governo Aécio Neves, sob o comando do Secretário Gilman Viana Rodrigues, para ajudar a nossa agropecuária a ser mais competitiva, continuar gerando emprego e renda para esse milagroso produtor rural de Minas Gerais e do Brasil. Encerro minhas palavras passando às mãos do Presidente três volumes inéditos do glossário de termos utilizados na cafeicultura. É um documento inédito no Brasil. Quero passar um ao Presidente da Mesa e dois volumes ao Deputado Vanderlei Jangrossi. Também ofereço um brinde ao Presidente da Mesa de um café 100% arábica, tipo exportação, puro de origem, torrado e moído, da Fazenda de Machado. Aproveito essa apresentação do café para dizer que ele só é encontrado e consumido na Europa, nos Estados Unidos e no Japão. Mas, a partir deste ano, dentro do Plano de Sustentabilidade Financeira, a Epamig vai colocar no mercado este café 100% puro, mineiro, de qualidade, à venda para a população de Minas Gerais, mas em escala pequena, porque nosso trabalho é de pesquisa. Não posso perder a oportunidade de dizer também que, pela primeira vez, vamos oferecer ao mercado 10 mil garrafas de vinho fino tinto seco da uva "Syrah", de alta qualidade, produzido em João Pinheiro. Muito obrigado.